Diocese de Santo André

Tecendo um futuro de acolhida e missão

Vamos falar de lembranças neste primeiro jornal de 2024! Alguns leitores vão se recordar das colchas de retalhos que há
algumas décadas eram tão comuns em diversas de nossas casas. Feitas por mãos habilidosas, era comum vê-las estendidas nas camas, cheias de histórias e cuidadosamente costuradas e arrematadas.
E a confecção não era fácil. Decidir onde incluir cada pedaço; fazer os recortes adequados; ter que usar a criatividade quando acabava a linha da cor certa. Dava um grande trabalho. Hoje este trabalho é conhecido como patchwork.
Sem saudosismos, a vida é como uma colcha de retalhos. Você junta um pedaço aqui e outro ali, costurando tudo da melhor forma possível, e nem sempre fica como se planeja. Algumas partes queremos tirar, outras, acrescentar ou embelezar mais. Cada retalho, porém, conta uma parte da sua história.
Nossa colcha de retalhos começou a ser tecida em 22 de julho de 1954, quando o Papa Pio XII, pela Bula Archidiocoesis Sancti Pauli, criou nossa diocese. Eram então três municípios (Santo André, São Bernardo e São Caetano) e 16 paróquias. Hoje, somos 7 municípios e 106 paróquias. Desde então, outros diversos pedaços foram sendo incluídos nesta história. Cinco bispos: um
carioca, um gaúcho, um catarinense e dois paulistas, cada um a seu modo, foram costurando pedaços de nossa história, sem se isolar da Igreja no mundo, na procura da união e da fraternidade, formando a grande colcha da vida em comunidade.
Um dos pedaços mais marcantes e recentes desta linda colcha que estamos tecendo, chegou até nossa diocese em 2015, vindo da diocese de Amparo-SP.
Dom Pedro Cipollini, somando aos trabalhos de seus antecessores e revigorando nossas comunidades paroquiais, foi logo carinhosamente chamado de “um Francisco para chamar de nosso” e “um pastor com cheiro de ovelhas”. No mesmo dia de sua posse já esteve conversando com participantes de uma greve que acontecia em São Caetano e no dia seguinte escolheu celebrar
em uma paróquia periférica de Santo André. Mostrou a que veio.
Convocou o 1º Sínodo Diocesano, que revolucionou nosso modo de pensar a pastoral em nossa Igreja Particular e do qual colhemos frutos até hoje. Mais do que isso, se colocou a caminho, assim como Maria, que “levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1,39). Desde o marcante dia 26 de julho de 2015, no momento de sua posse, ele é como um verdadeiro pai espiritual, mostrando que é possível sermos todos acolhedores e missionários, atendendo ao pedido constante do Papa Francisco. Em 2019 e em 2021, a região do Grande ABC sofreu muito com enchentes que assolaram casas e desolaram famílias, fazendo vítimas fatais. Então, empenhados na acolhida e na missão, milhares de diocesanos se uniram para arrecadar mantimentos e prestar condolências e auxílio às famílias necessitadas. Mais do que isso, o próprio bispo diocesano percorreu os locais de acidente, acolhendo a todos, rezando junto dos enlutados. Isso é mais uma parte de nossa colcha de retalhos e recordações.
Durante o ano de 2020, a pandemia da Covid-19 assustou o mundo e nossa barca não afundou, mas se manteve firme com Jesus à bordo. Diversas iniciativas do Vicariato da Caridade Social, criado em 30 de novembro de 2019 e de muitas pastorais mantiveram
o povo alimentado espiritual e materialmente. O marco histórico que vai ficar registrado pra sempre em muitas memórias é que Dom Pedro Cipollini é o primeiro bispo de nossa diocese a percorrer todas as 106 paróquias e mais de 255 comunidades, visitas estas encerradas no último dia 3 de dezembro de 2023. Quantas alegrias vividas! Quantos corações alcançados! Numa das comunidades visitadas, o próprio Dom Pedro relatou que um coordenador paroquial disse a ele que em mais de 40 anos de criação da comunidade nenhum bispo tinha ido lá, e que o próprio achou que ia morrer sem ver um bispo pisar na comunidade.
Sem dúvidas, esse esforço por conhecer de perto suas ovelhas é recompensado pelo carinho e orações que o fortalecem num episcopado tão fecundo, servindo-nos de exemplo cristão, encorajando iniciativas que realizamos com carinho, como o subsídio da
acolhida e missão, lançado em 3 de dezembro de 2023, o livro comemorativo dos 70 anos de nossa diocese, e os eventos tão especiais da nossa juventude, como o Festival Vocacional e o DNJ (Dia Nacional da Juventude), onde nossos jovens de todas
as sete cidades se encontram com o bispo.
Mesmo na Itália, em sua participação no Sínodo sobre a Sinodalidade em outubro de 2023, Dom Pedro nos manteve regularmente atualizados sobre todos os debates, e mais uma vez mostrou ao mundo que nossa Igreja Particular está em unidade com o pastoreio do Papa Francisco.
Assim, vivendo, relembrando e coletando nossos retalhos de memórias diocesanas, damos início ao glorioso ano de nosso jubileu de 70 anos de história, com muito pra viver em um ano que promete ser ainda mais acolhedor e missionário, se cada um de nós colocar os pés a caminho, com nossos corações ardentes, viveremos com ainda mais intensidade e fé tudo que Deus tem preparado para nós este ano, entre eles nossa romaria jubilar ao Santuário Nacional de Aparecida, que vai acontecer em 4 de maio, participaremos com afinco da Escola Diocesana de Formação para Agentes de Pastoral, que é resultado de inúmeros pedidos de nosso povo no Sínodo Diocesano, rezaremos juntos pelas futuras ordenações em nossa Igreja, pedindo ainda mais santas vocações em nossas comunidades e faremos deste 2024 um pedaço belíssimo de nossa colcha de retalhos e memórias, sem desviar os olhos de quem nos pede e nos guia em tudo isso: Jesus Cristo e sua Mãe, Maria Santíssima!
Um ano extraordinário a todos!

* Artigo por Camila Vitor

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