Diocese de Santo André

Homilia da Ordenação Sacercotal dos Diáconos Diego das Dores Gonzaga, Gustavo Laureano Pinto e Willian Maia Gomes Leite

HOMILIA

Ordenação Sacerdotal
 Diáconos: Diego das Dores Gonzaga, Gustavo Laureano Pinto e Willian Maia Gomes Leite
Matriz São João Batista – São Bernardo do Campo – 27/04/2024
Dom Pedro Carlos Cipollini – Bispo de Santo André – SP
Rm 12, 4 -8      Ev. Jo 17, 6.4-8

Reunidos em nome de Jesus, nossa Igreja diocesana eleva ação de graças ao Pai celeste, porque hoje estes três diáconos, Diego, Gustavo e Willian receberão o dom do ministério presbiteral. Desejam servir Jesus Cristo e seu Reino, servindo sua Igreja com os carismas que receberam para isso. Todos os fiéis aqui presentes foram ungidos no batismo e na crisma, somos o Povo Sacerdotal (cf. 1Pr 2,9), pedras viventes da construção de Deus (cf. 1Pr 2,5). Estes três irmãos nossos foram chamados para receberem a unção sacerdotal, a fim de servir o Povo Sacerdotal. Para isto o Espírito Santo os escolheu e eles disseram sim!

A primeira leitura mostra que formamos um só corpo com muitos membros.  Somos todos interdependentes. Vivemos uma comunhão a partir de Jesus Cristo, uma “koinonia”. Só Ele é a cabeça deste corpo do qual somos todos membros. Nesta consideração do apóstolo Paulo, há  um convite a seguir Jesus com decisão, colocando-se inteiramente, com todo o coração e alm, no serviço à comunidade por causa do Evangelho. Cada um disponibilize seus dons, dando de graça o que de graça receberam (cf. Mt 10,8). Assim vocês serão missionários e não funcionários, ou pior mercenários.

Esta primeira leitura nos faz considerar ainda, a comunidade como uma Família da qual vocês hoje são constituídos pais. Padre: “pai da família de Deus” em representação, que é a Igreja. Exerçam pois o ministério como pais de família, distribuindo seus dons com alegria, presidindo com solicitude, ou seja, sem buscar proveito ou vantagem pessoal. Um pai não explora sua família, não exerce a autoridade como dominador. Porém com grandes sacrifícios e dedicação exercem a misericórdia como o Pai do céu (cf. Lc 6,36), empenhando-se para que todos tenham vida e vida em abundância (cf. Jo 10,10). Desta maneira, o amor aos fracos e pobres, aos pecadores e desesperançados, se torna a manifestação prática do mandamento do amor, é o núcleo da missão pois, Jesus veio evangelizar os pobres e buscar o que estava perdido (cf Lc 19,10).

O Evangelho que ouvimos salienta que o sacerdote é missionário, mensageiro cuja garantia é sua fé na Palavra de Deus. Por isso, peçam um coração que saiba escutar a Palavra (1Rs 3,9). Hoje vocês serão consagrados na verdade, ou seja, santificados, separados para servirem a verdade (cf. Jo 17,17). O que é a verdade? É Jesus! Ser consagrado na verdade é ser escolhido para anunciar a vitória do ressuscitado, para dar testemunho profético de unidade e comunhão. O ministério ordenado é de constituição colegiada e por isso só cresce na comunhão presbiteral e na comunhão eclesial. Como o Sacramento da Ordem não é algo mágico, é de se duvidar de sua validade, quando não existe naquele que é ordenado, esta disposição sincera para a comunhão com o presbitério, com a comunidade eclesial e com o bispo.

A oração de Jesus expressa neste evangelho não pede ao Pai que tire seus discípulos do mundo, mas que no mundo sejam protegidos. Vejam, Jesus já rezou por vocês que hoje passam a pertencer a ele definitivamente. Vós não sois do mundo como eu não sou do mundo (cf. Jo 17,16). Mundo aqui é o mundo do pecado, de tudo o que é contrário ao Reinado de Deus nos corações e na realidade social. Ser do mundo para um sacerdote é renegar esta consagração na verdade que hoje é feita de vossas vidas a Deus. Não são do mundo, mas estão no mundo, como cordeiros entre lobos (cf. Lc 10,3). Pai, guarda-os do Maligno que está rodeando os eleitos como leão a rugir, procurando a quem devorar (1Pr 5,8). O Maligno vai sempre tentar vocês com as mesmas tentações com as quais tentou Jesus no deserto: bens materiais/dinheiro, vaidade/egoísmo, poder/soberba (cf. Mt 4,1-11).

Sejam corajosos, Jesus estará convosco e vai proteger vocês. Como saberão que ele os protege? Pela fé que cresce em meio a lutas e combates. Fé que é a certeza do amor de Cristo por vocês. Esta fé que será atacada pelas forças do mundo do pecado, mas deve ser preservada dia após dia com muita perseverança e oração. Se hoje existe crise na Igreja e no meio dos seus sacerdotes, é sobretudo crise de fé. Esta fé que é a certeza daquilo que se espera e a prova do que não se vê (cf. Hb 11,1). Se desejam cultivar vossa vocação e nela perseverar, cultivem a fé. A fé é a vitória que vence o mundo (cf. 1Jo 5,4). No mundo tereis tribulações, mas tende confiança: eu venci o mundo (cf.  Jo 16,33). A fé nos permite viver este equilíbrio entre estar no mundo, mas não ser do mundo. Ela permite superar todas as crises, porque a fé é invencível, porque ela age através do amor que tudo pode e jamais passará (cf. 1Cor 13,8).

Prezados Diego, Gustavo e William, neste ano em que nossa Diocese comemora os setenta anos de criação, vocês nos dão esta grande alegria de serem ordenados presbíteros. Fico emocionado de pensar que pude seguir vocês desde o começo no seminário, a oito anos atrás. Vocês foram corajosos, perseverantes. Continuem, alegres na esperança, perseverantes na tribulação e constantes na oração. Agradeço a família de vocês por permitir que sejam consagrados a Deus neste dia. É uma renúncia que fazem, mas que não ficará sem recompensa da parte de Deus.

A todos os fiéis, exorto para que orem pelos nossos padres, amem os sacerdotes e os compreendam nos momentos difíceis. À lista dos nossos queridos e abnegados sacerdotes, acrescentem mais três, a fim de rezarem por eles para serem transformados em Cristo Jesus em poderem dizer; “já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).

Amém.

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