O céu de Roma se abriu mais uma vez. Diante de uma Praça de São Pedro tomada pela fé e pela expectativa, o mundo ouviu com emoção as palavras que marcam os novos tempos da Igreja: Habemus Papam! E assim, com o coração em silêncio e os olhos voltados para a sacada da Basílica, os fiéis acolheram Papa Leão XIV, até então Dom Robert Francis Prevost, religioso da Ordem de Santo Agostinho.

Nascido no dia 14 de setembro de 1955, em Chicago, nos Estados Unidos, Robert Francis Prevost é doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino, em Roma. Sua formação acadêmica, somada à sólida experiência pastoral, revela um homem profundamente preparado, mas que nunca deixou que o conhecimento abafasse a simplicidade do coração.

Consagrou-se religioso em 1981, aos 26 anos, e foi ordenado sacerdote no ano seguinte, em Roma. Viveu grande parte de seu ministério missionário no Peru, onde se fez próximo das comunidades mais simples e das realidades periféricas. Lá, entre o povo andino, aprendeu a linguagem da escuta, da fraternidade e do cuidado com os pequenos. Entre 2001 e 2013, foi prior geral da sua ordem religiosa, servindo irmãos em diversos países e aprofundando sua vivência da colegialidade e da vida consagrada.

Em 2014, foi nomeado bispo da Diocese de Chiclayo, no Peru. Sua ordenação episcopal foi celebrada na Catedral de Chiclayo e conduzida por Dom James Patrick Green. Seu lema episcopal — In illo uno unum (N’Aquele que é Um, sejamos um só) — já anunciava a visão que trazia no coração: uma Igreja unida, sinodal e sempre atenta à voz do Espírito.

Em 2023, foi chamado por Papa Francisco para integrar a Cúria Romana, como prefeito do Dicastério para os Bispos — serviço que exige discernimento, sensibilidade e profundo senso de comunhão eclesial. A partir desse cargo, participou diretamente das escolhas de pastores ao redor do mundo, ajudando a moldar o rosto da Igreja em muitos territórios.

Ao se apresentar ao mundo, Leão XIV preferiu o caminho da humildade. “Assumo esta missão com humildade, fé e dedicação aos que mais sofrem”, disse, com a voz serena de quem entende que o verdadeiro poder na Igreja é o serviço.

Em sua primeira fala pública, fez questão de ressaltar que não caminha sozinho:
“Caminhamos juntos, como Povo de Deus. Essa é a beleza da sinodalidade: saber que o Espírito fala por meio de todos e que a missão se constrói na escuta mútua.”

Recordando com ternura o Papa Francisco, expressou gratidão pelo legado deixado e garantiu continuidade:
“Com ele aprendemos que a Igreja deve ser um hospital de campanha, uma casa aberta, uma mãe próxima. Que o seu testemunho continue a iluminar nosso caminho.”

Ao escolher o nome Leão XIV, Papa Robert Francis Prevost une sua história à memória de grandes pastores que defenderam a fé e promoveram a justiça. O novo pontífice carrega o espírito da missão, o olhar de pastor e a firmeza da tradição — sempre com o coração aberto ao novo que Deus quer fazer.

O mundo ainda conhece pouco sobre o novo Papa. Mas suas palavras já deixaram claro o essencial: teremos um pastor com cheiro de ovelhas, que confia no Espírito Santo e se lança com coragem a serviço da Igreja.

Rezemos por ele. Que Papa Leão XIV seja, para o nosso tempo, sinal de unidade, paz e esperança.