Em uma tarde marcada pela escuta, oração e entrega, seminaristas da Casa de Formação da Teologia da Diocese de Santo André deram mais um passo no caminho rumo ao sacerdócio. Na missa presidida por Dom Pedro Carlos Cipollini, realizada no sábado, 2 de agosto, na Paróquia Sagrada Família, em São Bernardo do Campo, foram instituídos nos ministérios de leitorado, acolitado e admitidos entre os candidatos à Ordem Sacra.
A celebração reuniu a comunidade paroquial, familiares, amigos, os reitores das três etapas da formação, parte do clero diocesano e o pároco, Padre Everton Gonçalves Costa, que também é Vigário Episcopal para a Pastoral. A liturgia foi marcada pela simplicidade e profundidade, refletindo a importância do passo dado por cada seminarista em sua caminhada vocacional.
Na homilia, Dom Pedro conduziu uma meditação sobre o sentido da vida e da vocação à luz do Evangelho. “A vida é o bem mais precioso que Deus nos ofereceu. Mas o que faremos com ela? Não podemos nos dar ao luxo de desperdiçá-la”, afirmou. Alertando sobre as ilusões do mundo, disse: “Os bens materiais não têm poder de dar sentido à vida. Tudo passa. Só em Deus nossa existência encontra realização.”
Inspirado na segunda leitura, recordou que o cristão é chamado a viver voltado para o alto. “Não se trata de esquecer a terra, mas de lembrar que temos uma pátria definitiva. A eternidade não pode ser apagada do nosso horizonte.” E dirigindo-se com carinho aos seminaristas, declarou: “Quem foi enxertado com Cristo no Batismo deve ser imagem viva Dele entre os irmãos.”
O bispo partilhou que havia lido os testemunhos vocacionais de cada um. “Não foi fácil dizer o sim. Houve hesitações, idas e vindas. Mas, como Jacó que lutou com Deus durante a noite, vocês também lutaram… até que amanheceu o dia.” E concluiu com um apelo direto: “Hoje, vocês que recebem os ministérios, precisam dar o coração a Jesus. Assim como Ele já deu o coração Dele a vocês. Deus não se deixa vencer em generosidade.”
Após a homilia, o reitor da Teologia, Padre Mário Alecio da Silva Ferreira, chamou nominalmente os seminaristas para os ritos. Os primeiros a se apresentarem foram os instituídos leitores. Aproximaram-se do bispo, fizeram reverência e escutaram com atenção as palavras: “Recebe este livro da Sagrada Escritura e transmite com fidelidade a Palavra de Deus, para que ela frutifique no coração das pessoas.” A missão do leitor, mais que funcional, é evangelizadora: proclamar e viver a Palavra que anuncia.
Em seguida, foram chamados os seminaristas instituídos acólitos. Diante do altar, receberam das mãos do bispo a patena com o pão ou a galheta com o vinho, símbolos do serviço ao mistério eucarístico. Dom Pedro os exortou: “Recebe o pão e o vinho para a celebração da Eucaristia e procede de tal modo que possas servir dignamente à mesa do Senhor e da Igreja.” Como acólitos, assumem a responsabilidade de colaborar mais de perto no altar, na distribuição da Eucaristia e no serviço aos enfermos.
Por fim, foram chamados os seminaristas admitidos entre os candidatos à Ordem Sacra. Após responderem “Presente!”, foram interrogados sobre o desejo de consagrar a vida ao serviço da Igreja. Ao serem acolhidos oficialmente, Dom Pedro declarou: “A Igreja recebe com alegria o vosso propósito. Deus, que o inspirou, vos dê a graça de realizá-lo.” A assembleia foi então convidada a rezar por eles, pedindo perseverança, fidelidade e coragem para continuarem firmes neste caminho. Ao final, os admitidos receberam a bênção como sinal da graça que os sustenta e confirma o sim dado.
Antes da bênção final, Dom Pedro convidou os reitores das casas formativas a dirigirem palavras de incentivo. Padre Willian Marioto, do Propedêutico, disse: “Vocês não são o futuro da Diocese. Já são o presente. Obrigado pelo sim de vocês.” Padre Cleidson Pedroso, da Filosofia, trouxe o exemplo de Nazaré: “A Sagrada Família nos ensina humildade, simplicidade e disponibilidade. Que os corações de Jesus, Maria e José inspirem vocês nesse caminho.” Já Padre Mário, da Teologia, concluiu: “Hoje vocês deram um passo importante. Conformem suas vidas àquilo que hoje receberam. Esse é o nosso esforço diário.”
Dom Pedro agradeceu aos formadores que acompanham com tanto zelo os seminaristas e aos padres que os acolhem em suas experiências pastorais. Confiou cada vocação ao olhar de Nossa Senhora, Mãe das Vocações, e à intercessão de Santo André, patrono da diocese, pedindo que nunca falte a oração, a coragem e a fidelidade ao chamado de Deus.
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