Choveu manso na manhã de domingo, 2 de novembro, quando Dom Pedro Carlos Cipollini presidiu a Santa Missa no Cemitério da Saudade, na Vila Assunção, em Santo André, concelebrada pelos padres Tiago Sibula e Camilo Gonçalves de Lima. Entre guarda-chuvas e nomes guardados no peito, a assembleia percorreu a liturgia com sobriedade e esperança.
À tarde, o bispo seguiu para Rio Grande da Serra, no Cemitério São Sebastião, onde celebrou com o Administrador Paroquial, Pe. Ernane Pereira Marinho, SIA, e o vigário, Pe. André Lucas Chaves. Após a celebração, rezou diante do túmulo do Pe. Giuseppe Pisoni, lembrando um ministério que continua frutificando na cidade.
Em Santo André, o bispo conversou com o coração do povo. Disse que a saudade carrega mistério e que a Palavra ilumina o que não alcançamos. Recordou Jó e sua confiança de que a vida não termina, mas é transformada. Falou que, para os cristãos, a morte é dor e separação, porém não é desespero.
Ao retomar o Evangelho, convidou a um exame de consciência simples e direto. A vida bem vivida, explicou, passa por deixar o egoísmo, praticar a misericórdia e reconhecer o Senhor no irmão que tem fome, sede, dor e solidão. Reforçou que a “qualidade de vida da alma importa, porque a vida eterna começa aqui, quando se vence o mal fazendo o bem e se pede um coração novo”. E perguntou ao povo, com franqueza: “Você já pediu a Deus para mudar o teu coração? Ele pode fazer, se você quiser.”
Ele também distinguiu com clareza o núcleo da esperança cristã, lembrando que a ressurreição não se confunde com reencarnações. “Cremos na ressurreição: Deus nos transforma em corpo glorioso.” E retomou a imagem que toca a todos: “Como o grão que cai na terra, se não se estraga, torna-se árvore grande: assim é a nossa esperança.”
Em Rio Grande da Serra, a homilia retomou as mesmas linhas de consolo e propósito. “Quem foi batizado já traz no coração a semente da vida eterna; aqui começamos o que Deus consumará.” Indicou o critério do juízo: “O último dia é a hora em que partimos desta terra, e o Senhor perguntará sobre o amor vivido.” E chamou ao concreto: “A paz não é uma ideia distante; começa na tua casa, no teu coração, nos teus relacionamentos. Perdoar, reconciliar, recomeçar, eis o caminho.”
Na oração pelos falecidos, o bispo recordou a comunhão dos santos e a necessidade do perdão. “Se queremos o perdão de Deus, aprendamos a perdoar. Guardar rancor adoece a alma.” E arrematou: “A qualidade de vida do corpo é boa, mas a da alma é essencial, porque é ela que permanece.”
O bispo encerrou com uma imagem que ficou no olhar de muitos: somos como a semente pequena. Se não a estragarmos com o pecado, Deus a fará desabrochar em corpo espiritual, luminoso, semelhante aos seus santos.
Diante do túmulo do Pe. Giuseppe Pisoni, a prece foi breve e cheia de sentido: agradecimento por uma vida doada ao povo e pedido para que seu testemunho inspire passos firmes no seguimento de Cristo.
Em comunhão diocesana, no domingo, 2 de novembro, todas as paróquias e cemitérios das sete cidades celebraram, unindo memória e esperança na certeza de que Cristo conduz seus filhos à luz que não se apaga.
Veja o álbum completo de fotos, clicando aqui.
Cemitério da Saudade, Vila Assunção, Santo André



Cemitério São Sebastião, em Rio Grande da Serra



