Ao longo da manhã do domingo, 21 de dezembro, a Praça do Carmo, em Santo André, começou a receber pessoas em situação de vulnerabilidade com gestos que falam por si. Teve café da manhã, corte de cabelo, atendimento médico e até cuidado veterinário, acolhendo também os companheiros de quatro patas que caminham junto com tantos irmãos e irmãs pelas ruas. Tudo isso preparou o coração e a vida para a 16ª Festa de Natal organizada pela Pastoral do Povo em Situação de Rua “Servos da Misericórdia”.
No início da manhã, a caridade ganhou seu centro: a Santa Missa, presidida pelo bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini e concelebrada pelo Padre Jean Rafael Barros, cura e pároco da Catedral Nossa Senhora do Carmo. O diácono permanente João Ribeiro serviu ao altar, em comunhão com voluntários e agentes que, discretamente, sustentaram cada detalhe do dia.
Na homilia, o bispo conduziu a assembleia ao essencial do Natal, lembrando o sentido de estarem reunidos ali. Ele afirmou que todos estavam juntos por causa de Jesus e recordou que, antes do almoço, havia um alimento maior: “tem um alimento maior que é o próprio Jesus na Eucaristia”. Ao falar do nascimento do Senhor, recordou Maria, que concebeu por obra do Espírito Santo, e São José, chamado a acolher e cuidar do Menino: “Deus chamou José… para ajudar a criar essa criança sendo pai adotivo do Filho de Deus”.
Com linguagem direta, o bispo também falou sobre o jeito de Deus transformar o mundo: não pela força, mas pela liberdade do amor. Disse que o Senhor poderia mudar tudo “num minuto”, mas escolhe que as pessoas aceitem, passo a passo, uma vida de fraternidade e partilha. E apontou para a esperança cristã, lembrando que Jesus veio primeiro pobre, para que ninguém tivesse medo de se aproximar: “nasceu em Belém numa manjedoura pra ninguém ter medo de chegar perto dele”. Por isso, pediu que o coração permanecesse aberto para acolher o Salvador e viver o que Ele ensinou: “vamos pedir ao Senhor que o nosso coração possa se abrir para recebê-lo”.
Depois da celebração, antes da bênção final e do almoço, Rubens foi chamado à frente, junto da esposa, lembrando que os dois, lado a lado, ajudaram a organizar o encontro. Em nome do grupo, ele explicou que caridade é amor e apontou para a equipe identificada pelas camisetas: “todo esse pessoal que está com esta camisa aqui ajudou a organizar esse momento… em que vai ser oferecido esse almoço para vocês”. Com simplicidade, contou que não faltaram desafios, mas a providência sustentou cada passo: “tivemos N adversidades… aconteceu tudo de tudo um pouco. Mas estamos aqui e o almoço tá maravilhoso”.
Rubens e Elisatambém fizeram questão de agradecer aos que tornaram possível a tarde: clero, ministros, músicos, voluntários, profissionais que atenderam com cuidado, poder público e serviços de apoio. E colocaram no centro a gratidão pelos doadores, sem medir a oferta, mas o coração: “aqueles que doaram muito e aqueles que doaram pouco porque também era tudo que podiam doar”. Ao final, pediu que a bênção alcançasse a todos com o que mais se espera nesta época: “muita saúde, muita paz, muita coragem”.
Veja álbum completo, clicando aqui.










