Diocese de Santo André

Ser cristão é ser vocacionado

Em agosto, por causa da celebração do padroeiro dos padres dia 04, dia de São João Vianey, Cura D´Ars, é comum falar das vocações sacerdotais. Sim, rezemos por nossos queridos padres! Peçamos que Deus envie operários para a messe, a exemplo do que faz o ano todo o grupo das Mães, Pais, Madrinhas e Padrinhos “Orantes pelos Sacerdotes”. Mas não podemos esquecer a dimensão vocacional do ser cristão.

Todo cristão é chamado, vocacionado, para participar da missão do Filho de Deus. Jesus quer nos unir a Ele, na missão de promover o Reinado de Deus no mundo. O Reino de Deus é “justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14,17). Assim, cada um recebe um chamado ou vocação para uma missão. Os jovens que participaram da Jornada Mundial da Juventude na Polônia, certamente puderam sentir mais forte o apelo vocacional para agir em favor do Reino de Deus. É preciso impregnar as realidades terrestres com a misericórdia divina. A Misericórdia que foi o tema desta JMJ.

Muitos cristãos desejam que Deus lhes fale diretamente o que fazer, isto é presunção. Outros desejam “discernir a vocação” durante a vida toda, isto é “fuga”. Outros lutam para que o chamado de Deus coincida com seus gostos e desejos pessoais, e isto é falta de fé na vontade de Deus. Cabe a nós entendermos que esta vontade pode ser diferente da nossa, como foi o caso do profeta Jonas.

O Papa Francisco lembra-nos da vocação de trabalhar pelo bem comum. Esta vocação pode muito bem se manifestar na política. Nós, cristãos católicos, a partir de nossa fé, nos comprometemos com um país próspero, democrático, sem corrupção, socialmente igualitário, economicamente justo, ecologicamente sustentável, sem violência, discriminação, mentiras e com oportunidades iguais para todos. Somente com a participação cidadã de todos, a coragem de quem se sente chamado a ser um bom político, será possível a realização desse sonho. Precisamos de políticos corajosos, que valorizem a pessoa, promovam o bem comum e os valores do Evangelho. Deus faz o chamado, mas quem escuta?

A Igreja Católica não tem partidos nem candidatos próprios, nela se respeita a consciência de cada um para escolher. A democracia começa por aí. Mas lembramos que os cristãos leigos e leigas, não podem abdicar da participação na política, devem trabalhar pelo bem comum, na perspectiva do Reino de Deus que é vida plena para todos (Jo 10, 10). A política é o campo para a atuação dos leigos e leigas.

O Papa Francisco disse; “Para os cristãos, é uma obrigação envolver-se na política. Nós, cristãos, não podemos fazer como Pilatos: lavar as mãos. Não podemos! Devemos nos envolver na política, pois a política é uma forma mais alta de caridade, porque busca o bem comum. E os leigos cristãos devem trabalhar na política. Você, então me dirá: Mas não é fácil, pois a política está muito suja. E, então, eu pergunto: A política está suja por que? Não será porque os cristãos se envolveram na política sem o espírito do Evangelho? Faço-lhe outra pergunta: É fácil dizer que a culpa é de outro, mas eu o que estou fazendo?” (Audiência no Vaticano em 7.6.2013).

Há uma vocação cristã para a atuação na política. O cristão na política deve agir a partir da fé em Deus que o leva a trabalhar pelo bem comum, não pelos interesses pessoais ou de grupos. Que Deus abençoe os candidatos cristãos, católicos que assumem esta vocação. Que os livre da tentação de adorar o dinheiro e o poder. Que capacite os escolhidos, para darem testemunho da justiça do Reino neste empenho tão exigente em favor do Reinado de Deus, também na política.

Escrito por Dom Pedro Carlos Cipollini

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