Diocese de Santo André

E quando não ouço a voz de Deus?

Para respondermos essa pergunta, vamos seguir os passos daqueles que foram exímios ouvintes da voz de Deus: os profetas bíblicos, pois os entendemos como aqueles que, por excelência, estavam em contato direto com o Senhor. Para ilustrar essa experiência, vejamos a história do profeta Elias. Ao lermos os relatos sobre esse grande homem de Deus, não temos dúvidas de que foi um grande profeta. Ele realizou grandes feitos: pela sua palavra, não choveu em Israel; os corvos lhe serviam pão e carne enquanto estava em fuga; multiplicou a farinha e o azeite na casa da viúva de Sarepta; ressuscitou o filho dessa mesma viúva; desafiou os 450 profetas de Baal, pedindo fogo do céu para queimar o holocausto oferecido a Javé, entre outros.

Um belo dia, porém, Deus o mandou sair da gruta em que estava escondido, porque o Senhor passaria diante dele. Diz-nos o Livro de Reis que “um grande e impetuoso furacão fendia as montanhas e quebrava os rochedos, mas Deus não estava no furacão. Depois disso, houve um terremoto, mas o Senhor também não estava nesse fenômeno; a seguir, houve um fogo, mas Ele também não estava nele [fogo]” (cf. I Reis 19, 9-13). Foi então que veio o ruído de uma brisa leve, e Deus estava naquele som! Elias chegou a cobrir o rosto com o seu manto, tamanha a presença de Deus naquele pequeno ruído.

Da mesma maneira, costuma acontecer conosco. Ficamos esperando que o Senhor nos fale por intermédio de situações grandiosas e fantásticas. Muitos de nós nos acostumamos, inclusive, a ouvi-Lo somente nos “furacões” dos grandes encontros e retiros, no “fogo” da empolgação do nosso primeiro encontro pessoal com Ele, no “terremoto” desse ou daquele dia no qual tivemos uma experiência sobrenatural.

A importância de rezar a vida

Ouvir Deus nessas ocasiões é importante, mas não suficiente. Precisamos fazer como nos ensinou nosso querido padre Léo: Rezar a vida! E assim entender que Deus nos fala a todo instante e das mais variadas formas.

São Bento já ensinava isso ao colocar como fio condutor da regra de vida dos beneditinos o par: Ora et Labora (reza e trabalha). Para ele, a experiência de ouvir a voz de Deus acontece, cotidianamente, nas realidades mais ordinárias da nossa vida.

No trabalho, ou seja, nas situações do dia a dia, Deus nos fala por meio de um gesto amigo, de um sorriso, de um encontro inesperado; por meio do cansaço de um dia puxado de trabalho, de um abraço, de um telefonema, um carinho, uma chuva que cai, uma música que traz boas lembranças, um e-mail, uma cena que presenciamos etc. De forma mais clara ainda, o Senhor nos fala nos nossos momentos de oração, mas também dou ênfase às ocasiões cotidianas de encontros com o Senhor, pois não é sempre que participamos de encontros, acampamentos ou retiros. Sendo assim, precisamos ter práticas de oração que nos levem a encontrar e a ouvir a Deus diariamente.

E quando não temos vontade de rezar?

Ainda que nosso corpo não nos impulsione à oração, pois nem sempre dispomos de entusiasmo para a oração espontânea, podemos, ao participar da Santa Missa, ao recitar o Rosário ou o Terço, ao meditar a Palavra, ao rezar o salmo do dia, entre outros, mantermos uma disciplina de oração que nos coloque em contato direto com o Senhor, mesmo que o corpo, os sentimentos e a cabeça não estejam dispostos a isso, pois essas e outras práticas diárias, por muitos consideradas mecânicas, têm a facilidade de nos levar à oração também quando não temos vontade de rezar.

Por isso, não fique dependente de ouvir Deus por meio do “furacão”, do “terremoto” ou do “fogo”. Escute a doce voz do Senhor que se apresenta num pequeno ruído de uma simples brisa suave que, cotidianamente, vem a nós; a brisa suave que nos transmite a voz de Deus no dia a dia do trabalho e da oração.

Fonte: Canção Nova

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