Diocese de Santo André

Chuva de Rosas de Santa Teresinha no Mês Missionário Extraordinário

A patrona das missões, Santa Terezinha, é modelo de muitos que sentem dentro de si o desejo ardente de anunciar o Evangelho. A Pequena Flor do Carmelo soube bem cumprir o mandato de nosso divino mestre, o Senhor Jesus, em anunciar o Evangelho a toda criatura. Tão grande é seu ensinamento que foi proclamada como doutora da Igreja, em 1997, pelo papa São João Paulo II. E se trata de uma santa muito conhecida por inúmeros católicos.

O que nos interessa nesse instante é a sua relação com a missão. Como uma carmelita, de clausura, que teve de pedir dispensa do Santo Padre, o papa, para entrar mais cedo no carmelo, pôde tornar-se padroeira das missões, junto com São Francisco Xavier, notório missionário na Ásia? Inclusive, no documento guia do Mês Missionário Extraordinário, convocado pelo Papa Francisco, ela aparece como a primeira testemunha da missão, antes mesmo do já citado missionário asiático e do seu homônimo italiano, São Francisco de Assis.

De fato, Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, sempre sentiu o desejo inestimável de anunciar o Evangelho. Ela diz, em uma de suas obras: “Gostaria, ao mesmo tempo, de anunciar o Evangelho nas cinco partes do mundo e até nas ilhas mais remotas. Gostaria de ser missionária, não só por alguns anos, mas gostaria de o ter sido desde a criação do mundo e de o ser até à consumação dos séculos. Para me satisfazer, gostaria de passar por todos. Jesus, se eu quisesse pôr por escrito todos os meus desejos, teria de pegar no teu livro da vida, onde estão narradas as ações de todos os santos, desejando ter sido eu a praticar todas essas ações por Ti” (História de uma alma: Manuscrito B, 251-252).

A jovem santa nos ensina com coragem que anunciar o Evangelho, que gera vida em plenitude, é tarefa a ser realizada sempre com um olhar profundo sobre a vida, um olhar que não para da crítica, mas que dá um passo além e torna-se esperançoso, cheio de Deus mesmo. Faz-se necessário isso ainda mais num tempo como o nosso, marcado pelo cansaço, pelo desânimo e pela falta de esperança.

Em outros momentos ela afirma: “Tu bem sabes, Senhor: a minha única ambição é dar-Te a conhecer e a amar, e agora o meu desejo será realizado. Eu não posso deixar de rezar e de sofrer, mas a alma à qual Te dignas unir-me pelos doces vínculos da caridade irá combater na planície para conquistar corações para Ti, e eu, na montanha do Carmelo, suplicar-Te-ei que lhe dês a vitória. Divino Jesus, escuta a oração que Te dirijo por quem quer ser teu missionário: guarda-o no meio dos perigos do mundo; fá-lo sentir cada vez mais o nada e a vaidade das coisas passageiras e a felicidade de as saber desprezar por teu amor” (Oração de 1895).

Santa Tereza, como tantos outros, opta por Deus, e não o coloca em segundo plano em sua vida, mas aceita viver totalmente consagrada a Ele. Neste sentido, mesmo carmelita, deseja fazer com que as pessoas todas também o conheçam e o amem. Que bonito exemplo esta jovem nos presta. E já que ela não pôde ir pessoalmente à lugares de missão, resolveu ser missionária na oração. Suas preces acompanhavam diversos missionários. Sua intercessão ajuda a Igreja toda a ser missionária.

Pensar em missão na Igreja não se trata de conseguir membros para as comunidades, afim de enchê-las, mas, sobretudo, de tornar a Deus, Trindade de Amor, conhecido e amado por toda a comunidade humana.  É por isso que o Papa Francisco, inspirado por Deus, convoca a Igreja a realizar um mês extraordinário voltado para a missão. Extraordinário pode ser entendido como algo que é fora do rotineiro, do ordinário, mas, e esse é o acento que gostaria de dar, também pode ser entendido como um Mês diferente, fantástico, onde nossas ações sejam todas pautadas pelo desejo ardente de evangelizar. Se acreditamos verdadeiramente naquilo que professamos, então não desanimamos nessa tarefa grandiosa, mas somos acompanhados pela graça de Deus.

Mas, o leitor deve estar se perguntando como isso tudo de missão tem a ver com a menina Santa. Ora, tudo! Umas das suas promessas, antes de morrer, era que ela faria cair chuvas de rosas sobre o mundo. Inclusive, todos os devotos de Santa Terezinha que rezam com devoção sua novena recebem rosas de maneira enigmática. Meus irmãos, a missão da Igreja é sustentada pela grandiosa intercessão desta santa carmelita. Proponho a vocês refletirem que tal chuva de rosas é derramada no mundo todo quando um cristão decide verdadeiramente viver sua missão. Quem vive bem sua missão, está no caminho de santidade.

Isso nos ensina o Papa Francisco: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir. Nesta constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade da Igreja militante. Esta é muitas vezes a santidade ‘ao pé da porta’, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus” (GE, 7).

Providencialmente, a menina Teresa recebe esse nome de tanto peso. Muitas outras mulheres ardorosas de nome Teresa souberam aliar bem a missão com a santidade de vida. Pensemos em algumas: Santa Teresa de Avila, doutora da Igreja, sua voz forte ressoa até hoje como fonte de espiritualidade para toda Igreja; Santa Teresa Bendita da Cruz, filósofa de conversão tardia, sabe entregar sua vida, sabe sofrer as dores do nazismo e dá a toda Igreja um testemunho de fidelidade; e, por fim, Santa Teresa de Calcutá, mulher pequena e frágil, que provocou em sua região uma grandiosa revolução cuidando dos necessitados. Cada Teresa soube viver sua missão. Teresinha, patrona das missões, intercede também por nós para abraçarmos a missão cotidiana em nossas casas, famílias, trabalho e estudos, mas também intercede para que aprendamos a ser missionários em lugares distantes, em realidades diferentes das nossas, em condições distintas, e intercede, ainda, especialmente, para que a Igreja jamais desista de ser missionária, jamais desista de clamar a justiça social, jamais desista de amar a Deus em primeiro lugar, e faz isso na medida em que ama o seu povo, nossos irmãos.

Que Santa Teresinha derrame essa chuva de rosas em nossos corações, concedendo-nos a graça de sermos missionários ardorosos, especialmente neste Mês Missionário Extraordinário.

Artigo desenvolvido pelo seminarista Cauê Ribeiro Fogaça

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