Diocese de Santo André

Antífonas do Ó: Mistério do Verbo Encarnado

Estamos hoje, 18 de dezembro, a exatos 7 dias da grande festa dos cristãos, o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Fazemos memória hoje, de uma bela história, que remonta ao Concílio de Toledo, mas pouco celebrada em nossas terras, o título mariano de Nossa Senhora do Ó, também conhecida como Nossa Senhora da Esperança.

Na Espanha, esta é uma devoção antiga e foi instituída no décimo Concílio de Toledo de 656 d.C. O grande motivo desta instituição foi que nem todos os anos a Anunciação da Virgem Maria podia ser celebrada com o esplendor conveniente, visto que não raramente, coincidia com o tempo da Quaresma ou da solenidade da Páscoa.
Por isso o Concílio definiu o seguinte: “Está estabelecido por decreto especial que o oitavo dia antes da Natividade do Senhor (18 de dezembro) se tenha este dia como célebre e muito ilustre em honra de sua santíssima Mãe”. Na Espanha a imagem habitualmente é retratada grávida, tal como se encontra na Catedral de Leon na Espanha.
Segundo diário de bordo de Cristóvão Colombo em sua primeira viagem em 1492, possivelmente foi a primeira grande festa da Virgem celebrada no Novo Mundo.

Em Portugal a devoção difundiu-se na Vila de Belmonte, que celebra a festa de Nossa Senhora da Esperança no terceiro domingo de setembro. A devoção se instalou no local por volta de 1226, relacionando-se com a família dos Cabrais, oriunda da Grécia. Conta-se que a imagem acompanhou as navegações de Pedro Álvares Cabral. A escultura mais antiga do local encontra-se na Igreja Paroquial de São Tiago, distrito de Castelo Branco e remonta ao séc. XIII, ela traz no braço direito, o Menino Jesus e, no braço esquerdo, uma pomba.

Porque Esperança?

A esperança, virtude teologal que nos ajuda a desejar e a esperar tempos melhores em nossa vida aqui na terra e a ter a certeza de que conquistaremos a vida eterna, que será a nossa felicidade, é também uma virtude que acompanha o povo de Israel ao longo de sua história. O povo de Deus estava claramente ciente de seus pecados e confiante que Deus remediaria sua situação. Encorajados pelos ensinamentos dos patriarcas e profetas, o povo cresceu na esperança de que Deus os libertaria de todos os seus males e pecados, enviando-lhes um Salvador.

Dentre todos os filhos de Israel, quem mais viveu a esperança e ansiava pelo cumprimento das promessas foi Maria, que pela vontade do Pai, tornou-se uma fonte de esperança para o novo povo de Israel. Ela é, então, a esperança da nossa salvação em meio às dificuldades da vida. Por isso, o Concílio Vaticano II não hesita em proclamá-la “Sinal de Esperança”, aquela que precede com sua luz o povo de Deus peregrino nesta terra, até que chegue o dia do Senhor.

Antífonas do Ó

As Antífonas do Ó são sete antífonas do Advento que nos lembram a plenitude de Deus, que é “Tudo em todos”. Estão relacionadas com a devoção a Nossa Senhora do Ó (ou da Esperança), as invocações de Advento que incluem a exclamação “ó” e que, por isso mesmo, são conhecidas assim.
Uma antífona é um salmo, um hino ou uma oração cantada em partes alternativas, um verso ou uma série de versos cantados como início ou conclusão de alguma parte de um culto.

A Antífonas do Ó são orações curtas, dirigidas a Cristo, que resumem o espírito do Advento e do Natal. Expressam a admiração da Igreja diante do mistério de Deus feito Homem, buscando a compreensão cada vez mais profunda de seu mistério e a súplica final e urgente: “Vem, não tardes mais!“. Todas as sete antífonas são súplicas a Cristo, invocado com um título diferente, um título messiânico tomado do Antigo Testamento. Elas são rezadas do dia 17 ao dia 23 de dezembro.

Embora sua origem não seja muito clara, estas sete antífonas já eram conhecidas e utilizadas na época do Papa Gregório Magno, por volta do ano 600.
Pelos mosteiros, há muito tempo se costumam cantar essas antífonas, como as suas melodias majestosas, com acompanhamento de órgão e com o toque dos sinos da igreja. O sacerdote, que entoa a antífona, usa alva e capa e incensa o altar durante o canto do Magnificat, e assim essas antífonas são significativas não só pelo seu texto e pela música, mas também pelo imponente cerimonial que as cerca.

As Antífonas do Ó enumeram também os títulos divinos do Verbo encarnado e exprimem todo o anseio presente na Igreja.
Nelas, a liturgia do Advento chega ao auge, com esperança e devoção.

Além disso, elas somam as letras que constituem o acróstico invertido: “ERO CRAS”, isto é, Estarei (aí) amanhã!

17 – Ó Sapientia, que significa “Ó Sabedoria”;
18 – Ó Adonai, que significa “Ó Senhor”;
19 – Ó Radix Jesse, que significa “Ó Raiz de Jessé”;
20 – Ó Clavis David, que significa “Ó Chave de Davi”;
21 – Ó Oriens, que significa “Ó Oriente”;
22 – Ó Rex gentium, que significa “Ó Rei das nações”;
23 – Ó Emmanuel, que significa “Ó Emmanuel”.

* por Camila Vitor

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