Diocese de Santo André

Catequese em Casa: criatividade une famílias no isolamento social

Diante do cenário pandêmico e da necessidade de ficar em casa, como solução imediata para conter a rápida transmissão da Covid-19, a Pastoral Catequética também teve que se reinventar diante da impossibilidade de realização das aulas presenciais nas paróquias, utilizando a criatividade por meio da partilha do evangelho do dia pelo WhatsApp, encontros virtuais por aplicativos e plataformas e reuniões e videoconferências, pesquisas diárias e comentários sobre a vida dos santos, além do estímulo para a participação da Santa Missa pelas redes sociais, da reunião para a oração do Terço da Misericórdia.

Igreja doméstica

O coordenador da Comissão Diocesana da Pastoral Catequética, Pe. Eduardo Calandro, apresenta algumas orientações durante o período de quarentena, em razão das dúvidas de muitos catequistas em relação ao cronograma de atividades neste tempo de recolhimento. “Agora é a grande oportunidade que nós temos de viver a igreja doméstica. De viver a tão sonhada catequese familiar, que tanto falamos. A nossa catequese não tem que estar preocupada com o conteúdo, mas sim com a mistagogia”, recomenda.

A proposta sugerida pelo sacerdote aos catequistas é ajudar os pais, as crianças, jovens e adultos a vivenciarem o encontro em casa, não através do conteúdo, mas sim pelo seu mistério, através da celebração e da partilha da palavra em família. “Acredito que você, catequista, poderia fazer o seguinte: proponha um texto bíblico, por semana, para que a família reze, converse e o encontro se dá ali. Não fiquem preocupados com o conteúdo. A nossa preocupação maior é com o mistério, com a mistagogia. Ajude a família a rezar junto. Isto é catequese”, salienta.

Determinação

“Superamos a barreira do medo do novo, do desconhecido em prol de reconhecer em cada lar, em cada família, a Igreja uma, santa católica, apostólica e romana. Mesmo na incerteza o futuro estamos tentando para nossas crianças e jovens a única certeza que temos: que Deus não nos abandona. Que Jesus caminha conosco, assim como os discípulos de Emaus e abre nossos olhos, por meio de palavras”, avalia a nutricionista Caroline Rodrigues Leite, que é catequista com crianças e jovens na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Jardim Zaíra, em Mauá.Segundo ela, uma boa iniciativa é o compartilhamento de links de filmes bíblicos, a fim de que as crianças e jovens possam aproveitar esse período de isolamento e aprofundar a fé.

“Que utilizemos todas as nossas forças para enfrentarmos com coragem, esperança e fé esse momento”, complementa.

Interatividade

Para Mateus Fernandes, que é catequista da Paróquia Bom Jesus de Piraporinha, em Diadema, o trabalho em conjunto com todas as modalidades de catequese visa fortalecer o trabalho e partilha das experiências para a continuidade da evangelização, mesmo durante a quarentena. Ele recorda ações de interatividade com as crianças em datas importantes da Igreja. “Na Catequese Infantil, tivemos uma ótima interação com as crianças, por meio de vídeos, criando roteiros para abordar a Semana Santa e conseguimos uma ótima resposta, com as famílias colocando os ramos em suas portas e todos os símbolos pedidos até a Páscoa. Já na Catequese do Crisma, o diálogo com os jovens parte da lectio divina, que incentivamos por meio dos temas dos encontros, adotando uma interatividade entre os catequistas e adolescentes”, explica. Como retorno positivo, Mateus destaca o envolvimento dos pais no aprendizado dos filhos. “Algo muito bonito e fundamental na atual situação”, frisa.

Tecnologia

A secretária da Comissão Diocesana de Animação Bíblico Catequética, Maria Cristina Teles Nascimento, acredita que o período de distanciamento social incentiva os catequistas a permanecerem próximos dos catequizandos, por meio da tecnologia.”Podemos fazer isso pelos aplicativos de mensagens de texto e voz, gravação de vídeos, reuniões virtuais, pelas mídias sociais. Todas essas ferramentas fazem com que também os pais participem mais ativamente com seus filhos dessa igreja doméstica que vivemos hoje”, analisa Maria Cristina, que também é catequista com crianças na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Região Utinga, em Santo André.

“Essas ações contribuem para ficarmos próximos de Jesus. Temos que acreditar, pois Sua misericórdia não falha”, finaliza.

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