Diocese de Santo André

Compositor do Hino da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 atua na Diocese

Você conhece o Hino Oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021? Sabe quem é o compositor? Sua vida e as inspirações para a composição baseada no tema Fraternidade e diálogo: compromisso de amor e no lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade” (Ef 2, 14ª)?

Você saberá as respostas para essas perguntas na entrevista desta quarta-feira (05/08) com o autor da composição, Fr. Pe. Telles Ramon do Nascimento, 36 anos, que nos conta sobre sua paixão pela música, o processo criativo do hino (com música de Adenor Leonardo Terra) e dicas para quem pretende iniciar no mundo das composições litúrgicas.

Nascido em Bom Sucesso (MG), Frei Telles completou 9 anos da ordenação presbiteral no último dia 25 de junho. Chegou à Diocese de Santo André em agosto de 2019. Desde então atua como vigário paroquial na Paróquia São Judas Tadeu (Santo André), mas já contribui na região desde 2015, quando ajudava em algumas celebrações, mais especificamente na Paróquia Matriz Imaculada Conceição (Mauá).

Acompanhe o bate-papo:

Primeiramente Frei Telles, como foi o processo de elaboração e escolha da composição para o Hino Oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021?

É a primeira vez que um texto meu é escolhido como letra de um hino da Campanha da Fraternidade. Fico muito feliz! Tudo começou quando, em janeiro de 2020, Irmã Selma (diretora do Colégio Franciscano São Miguel – onde sou professor e capelão) me enviou o link do edital do concurso do Hino da CFE 2021.
Li o edital, comecei a pensar, mas ainda estava sem inspiração. Com a pandemia, o concurso foi prorrogado e daí tive mais tempo de aprofundar sobre o tema e comecei a pensar num texto.

Baixe a letra e a partitura do hino da CFE 2021.

Confira também um vídeo que ajudará as comunidades de fé a aprender o hino da CFE. https://bit.ly/39XpKXn .

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Quais foram as principais inspirações?
A letra é muito simples, formada de estrofes com 4 versos e um refrão. Por se tratar do tema sobre a Unidade dos Cristãos, sobre a superação de qualquer divisão e polarização presentes nas Igrejas e também na sociedade, decidi iniciar as estrofes com um invitatório (convite) “Venham todos…”. De fato, a CFE é um grande convite às mulheres, aos homens da sociedade e das Igrejas a se unirem nas diferenças, nas particularidades, mas num único sentido e norte: Jesus Cristo e seu Evangelho.

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E a letra reforça essa conexão com o tema e o lema.
Por isso a letra do hino ressalta valores e posturas de vida que têm como fonte a Boa Notícia do Reino, ou seja, palavras-chave que reforçam a reflexão ecumênica com toda sua carga teológica: “um só coração”, “mãos dadas”, “caminhar com o Mestre”, ser “testemunhas”, “construamos a unidade”, etc. As estrofes desenvolvem o assunto. No refrão, como o próprio nome diz, refreia do desenvolvimento das ideias, fazendo-nos voltar à ideia, ao tema central: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (cf. Ef 2,14a).

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Com a composição finalizada, enfim foi a escolhida no concurso para o Hino Oficial da CFE 2021.
Mostrei o texto para alguns amigos de confiança, fechei as ideias e enviei ao meu colega Adenor Leonardo Terra e, pouco mais de uma semana depois, ele me enviou a partitura com a composição feita. Enviamos ao CONIC e, felizmente, foi escolhido como Hino Oficial da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2020.
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Falando dessa vocação, como surgiu a sua paixão pela música?
Minha família tem raízes musicais… Todos os meus tios e tias sempre envolvidos com música e acredito que esse meu gosto e aptidão pela música venha, em boa parte, pela influência familiar. Desde criança eu percebia que “tinha ouvido” para captar bem uma melodia, tinha facilidade para cantar, aprender uma música e cantá-la do modo certo conforme eu havia ouvido. Nas brincadeiras, numa pracinha em frente à minha casa, em Bom Sucesso/MG, sempre envolvia música. Tínhamos até uma brincadeira de uma espécie de “show de talentos” em que cada um apresentava a música que sabia e que queria cantar.
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Interessante. Além dessa influência familiar, quando começou o gosto pelas composições?
Meu gosto pela composição iniciou no seminário. Quando entrei para o Seminário da Ordem de Nossa Senhora das Mercês, no Rio de Janeiro, em fevereiro de 2000, eu tinha vários colegas que sabiam tocar violão e que tinham até um pouco de leitura musical, teoria, solfejo, pois alguns deles tocam em bandas municipais. Inclusive foi um deles que me deu as primeiras dicas de como ler partitura na clave de sol. Aprendi a tocar violão e ler um pouco de partitura no seminário. Agradeço muito a Deus por ter colocado esses colegas na minha vida.
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A partir daí, o envolvimento com a música crescia ainda mais.
Quando cheguei no Postulantado (etapa formativa) em Brasília/DF, o meu gosto por música aumentou mais ainda, mas eu sempre tive uma especificidade do gosto pela música litúrgica. Nos anos 2001 a 2006, a CNBB iniciou a gravação em CDs dos cantos do Hinário Litúrgico da CNBB. Foi paixão à primeira vista! Eu me encantei de uma forma pelas composições do hinário, a beleza dos textos, a “carga bíblica” que os textos possuem, a espiritualidade litúrgica que é latente. Assim, fui me identificando pela espiritualidade litúrgica por meio dos cantos. Mas até então eu nunca tinha me arriscado a compor nada.
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E quando começa a desenvolver esse dom, na prática?
Quando fui para o Noviciado em 2006, em Salvador/BA, minha congregação já tinha percebido a minha forte inclinação para a questão da música litúrgica, então, meus colegas e os frades me incentivaram a iniciar algumas composições paras as festas litúrgicas da Ordem: como a festa do fundador, dos santos etc.

Então, em 2006, em parceria com um amigo do interior de São Paulo: Daniel De Angeles, compomos os cantos para a festa do fundador São Pedro Nolasco.

Em 2007, chegando em São Paulo para cursar a Teologia, fui tendo oportunidade de conhecer mais sobre a liturgia, a bíblia, a espiritualidade e também tendo contato com os grandes compositores da música litúrgica no Brasil: Irmã Miria Kolling, Pe. José Weber, Pe. Ney Brasil, Reginaldo Veloso, André Zamur, Eurivaldo Ferreira, Fr. Joaquim Fonseca.

Tenho muita gratidão à Rede Celebra de Animação Litúrgica, uma rede de pessoas que se alimentam espiritual pela espiritualidade litúrgica, principalmente, pelo Ofício Divino das Comunidades, que é todo cantado.
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Tem ideia de quantas composições escreveu durante a sua vida?
O número de composições, sinceramente, não sei. Porém sei que são muitas: tenho 5 CDs gravados pela Paulus Editora com cantos para diversas celebrações do Ano Litúrgico, fora outros cantos que ainda não foram gravados.

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No processo criativo, quais os passos para elaboração de uma composição?
Se a pessoa tiver intenção de compor um canto para a liturgia, é necessário estudar bem a sua natureza, os ritos, as Sagradas Escrituras e ter uma vida de fé e de oração. Compor para a liturgia não é tarefa fácil, pois não bastam ter rimas, falar de Deus, mas o texto e a música devem servir ao rito e ao Mistério que se celebra no rito.
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Quais dicas daria para quem está iniciando neste ramo?
Digamos que a música litúrgica é uma profissão sonora da fé. Assim como a liturgia é o baú que guarda a fé da Igreja, o canto litúrgico deve preservar esta fé da comunidade cristã e manifestá-lo por meio do texto e da música. Não se trata de fazer catequese por meio da música litúrgica, mas de o texto ser mistagógico, ou seja, conduzir ao Mistério que se celebra na Liturgia. Os cantos que são o próprio rito, ou seja, ato penitencial, hino de louvor, santo, cordeiro, aclamações da assembleia, os textos devem ser os próprios que estão nos ritos.

Ao iniciar um texto para um canto litúrgico, o letrista deve se perguntar o seguinte: quem fala no texto, com quem fala, sobre o que fala? Quais imagens o texto vai ressaltar? Quais são as palavras-chave que manifestam o Mistério Pascal? Essas são algumas dicas básicas dentre várias que existem para um iniciante desta senda.

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