Diocese de Santo André

Pastoral Carcerária une caridade e espiritualidade em tempos de pandemia

Desde o início da quarentena na segunda quinzena de março, em decorrência da pandemia da Covid-19, a Diocese de Santo André já realizou uma série de matérias, reportagens e entrevistas com 59 pastorais, movimentos e grupos diocesanos (dados contabilizados até o dia 11 de agosto).

E nesta terça-feira (11/08) vamos abordar a atuação da Pastoral Carcerária. Tendo como carro-chefe as visitas aos jovens e adultos encarcerados, as atividades estão suspensas temporariamente como prevenção para evitar a proliferação do novo coronavírus.

E como muitos agentes pertencem ao grupo de risco, o isolamento social é praticado como prioridade e a oração é a solução para manter a motivação do grupo, atualmente composto por cerca de 20 membros, cada um na sua casa. Diferentemente de outras pastorais, sem lives ou reuniões por aplicativos, mas unidos pela oração em prol dos excluídos na sociedade e daqueles que necessitam da conversão.

Uma das iniciativas que têm ocorrido, mesmo com todas as limitações de eventos presenciais, é a distribuição de cestas básicas para as famílias de encarcerados, que é realizada na Paróquia Bom Jesus de Piraporinha, em Diadema, como afirma o coordenador diocesano Francisco Nieto Segarro, que completará uma década de trabalho na pastoral, em outubro deste ano. “O objetivo é promover os valores cristãos aos encarcerados. Um trabalho de catequese e evangelização continuada”, sintetiza Francisco, sobre a iniciativa que consiste nas visitas aos Centros de Detenção Provisória de Santo André, São Bernardo, Mauá e Diadema e também para as famílias dos presos, principalmente aquelas que necessitam de acompanhamento espiritual e psicológico. Missas e confissões são realizadas com os padres.

Entretanto, essas atividades estão previstas para retornarem assim que a vacina contra a Covid-19 for liberada para imunização da população.

História

Em entrevista concedida em fevereiro de 2019, Pe. Giuseppe Bortolatto relembrou do trabalho pioneiro na Pastoral da Carcerária, quando esteve à frente da Igreja Matriz andreense (1979 a 1983). “Assumi a missão a pedido do Dom Cláudio Hummes, bispo da Diocese Santo André, de 1975 a 1996, e foi uma experiência fantástica. A cadeia tinha virado a minha segunda casa. Os jovens vinham falar comigo, os vicentinos iam lá, também. Ensinávamos catequese. Foi um período fantástico”, relembra o sacerdote, que foi pároco da Basílica Menor de Nossa Senhora da Boa Viagem, entre 2006 e 2019. Outro polo de atuação foi em São Bernardo, quando o Frei Sebastião Benito Quaglio, à época pároco da Paróquia Santíssima Virgem, organizou a pastoral para visitas nas cadeias a partir da década de 1980.

Segundo relato da agente pastoral Inacia Bernadete Neto de Araújo, na década de 1990, Pe. Ricardo da Congregação Santa Cruz era o assessor diocesano, mas veio a falecer durante um tratamento de saúde. Em 1997, Pe. Jorge Galdino, da Congregação dos Filhos da Caridade, teve a missão de assumir a Pastoral Carcerária.

A  Campanha da Fraternidade de 1997, que teve como tema “A Fraternidade e os Encarcerados” e lema “Cristo liberta de todas as prisões”, despertou a sensibilidade e a solidariedade dos cristãos, e de todos os homens e mulheres de boa vontade, para com as vítimas e para com os encarcerados, fazendo com que toda a sociedade percebesse a realidade das mazelas carcerárias no Brasil. Em 1997, de acordo com o texto-base daquela campanha, a população prisional do Brasil era de 129.169 presos, sendo 96,31% homens e 3,69% mulheres, em sua maioria, 95%, pertencente às camadas mais pobres da sociedade. Passados 23 anos, a situação só piorou: atualmente, mais de 650 mil pessoas estão presas no Brasil (quantidade cinco vezes maior que em 1997). Nos anos 2000, Pe. Jorge partiu em missão para a Colômbia, com a função de formador. Com isso, Pe. João José de Souza, o Pe. Joãozinho, assume a Pastoral Operária, onde atuou por mais de uma década como assessor diocesano, celebrando missas e confissões nos CDPs (Centros de Detenção Provisória). Ele é o atual diretor espiritual do grupo. Nesta década também atuaram como assessores diocesanos, os padres Antônio Borges Mesquita, Joaquim de Souza e Leandro Alves de Figueredo.

Como participar

Agentes de outras pastorais, movimentos, grupos, padres, seminaristas, diáconos, leigos e leigas e representantes de entidades da sociedade civil acima de 18 anos são convidados a participar da Pastoral Carcerária. Para mais informações entre em contato com o coordenador diocesano Francisco pelo WhatsApp: 99502-7348.

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