Diocese de Santo André

Os Dez Mandamentos

A maioria de nós já ouviu falar nos dez mandamentos da Lei de Deus ou Decálogo. A Bíblia tem um nome para estes mandamentos; “As Dez Palavras de Javé” (cf. 34,28; Dt 4,13 e 10,4) ou tábuas da Lei. Estes mandamentos formam a base da aliança de Deus com o Povo reunido no monte Sinai. O número dez não tem sentido ou valor simbólico, mas sim pedagógico, pois permite decorar estes mandamentos contando-os pelos dedos das mãos. Nos Evangelhos Jesus se refere a estes mandamentos e os apóstolos os indicam como obrigatórios na nova ordem da salvação trazida por Jesus Cristo (cf. Mt 19,17, Mc 10, 19; Lc 18,20; Rm 13,9 etc.).

O decálogo tem valor universal como síntese dos valores religiosos e morais. Mas hoje, na sociedade que vivemos, eles estão esquecidos. Vale a pena recordar quais são estes dez mandamentos da Lei de Deus: 1. Amar a Deus sobre todas as coisas. 2. Não tomar seu santo nome em vão. 3. Descansar nos domingos e festas. 4. Honrar pai e mãe. 5. Não matar. 6. Não cometer adultério. 7. Não roubar. 8. Não levantar falso testemunho. 9. Não desejar a mulher do próximo. 10. Não cobiçar as coisas alheias.

Estes mandamentos são entregues a Moisés por um Deus que se apresenta como libertador. Ele tirou o povo da escravidão do Egito. Se o povo não quiser voltar a ser escravo, deve observar estes mandamentos. Eles são expressão da vontade do próprio Deus. Mais do que preceitos éticos e morais, estes mandamentos indicam a pertença ao povo de Deus. Quando o indivíduo os observa, ele está dentro do povo de Deus, ao não os observar ele se coloca fora, rompe com a aliança, com a comunhão com Deus e com a comunidade de pertença.

Mas o que significam estes mandamentos em nossa época, onde predomina o relativismo, que pretende ser o homem não só capaz de pensar a verdade, mas fazer sua própria verdade, ou seja, cada um é lei para si mesmo e para os outros. Então, para que o Decálogo? Para nos fazer recuperar a inocência original, na qual fomos criados por Deus e que perdemos pelo pecado. Pecado que é construir uma sociedade com base no egoísmo e não no amor, o qual o ser humano intui ser a lei maior que rege o universo, como escreve o poeta Dante na sua “Divina Comédia”: “Amor que move o sol e as estrelas”.

No fundo do coração de cada ser humano está escrita a lei natural, a lei do amor, a consciência do bem e do mal, consciência perdida pela desagregação interna da pessoa. Porém, ao entregar o Decálogo a Moisés, Deus confirma a lei natural inscrita na consciência de cada ser humano, por mais que ele tente negar que a vida plena está em fazer o bem e evitar o mal. No fundo de sua consciência o homem descobre uma lei que ele não se impôs, mas que vem de fora, é a voz da consciência, a voz de Deus.

Os dez mandamentos não são um jugo para maltratar o homem, mas caminho de crescimento e libertação, eles possibilitam uma vida mais humana, digna e honrada: “Minha lei será a vossa alegria e delícia” (Ez 36,24). O que seria a humanidade sem leis justas que mostram e facilitam o caminho da liberdade para todos? Os dez mandamentos são os marcos que indicam ao homem o caminho para a verdade, liberdade e felicidade. Aos poucos eles estão sendo relegados ao passado e esquecidos.  Portanto, é bom lembrar o que escreveu G. K. Chesterton: “As civilizações no seu apogeu declinam, porque esquecem as coisas evidentes”.

+Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo de Santo André

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