No dia 7 de novembro, na Catedral Nossa Senhora do Carmo, Dom Pedro Carlos Cipollini presidiu a missa pelos 19 anos da Pastoral da Pessoa Idosa (PPI). A celebração foi concelebrada pelo assessor eclesiástico da pastoral, Padre Paulo Afonso da Silva. Agentes e lideranças se reuniram para marcar a data que, ao longo de quase duas décadas, tem aproximado comunidades e promovido atenção constante às pessoas idosas.
Na homilia, Dom Pedro retomou o sentido simples e direto do encontro: “Ele é o caminho, a verdade, a vida. Ele nos revela o Pai.” A partir do Evangelho do administrador infiel, o bispo chamou atenção para a coerência na vida cotidiana, lembrando que escolhas discretas constroem resultados duradouros.
“Os filhos das trevas às vezes são mais espertos para difundir a treva do que os filhos da luz para difundir a luz”, afirmou. O bispo convidou os presentes a saírem da inércia que, segundo ele, isola boas iniciativas e silencia convites: “Não falamos para ninguém, não convidamos ninguém, não fazemos nenhum tipo de missão.”
Ao olhar para a história e o presente da PPI, Dom Pedro realçou a natureza concreta do serviço: “A Pastoral da Pessoa Idosa é o cuidado, o amparo ao idoso, que precisa muito mais de um amparo psicológico, de uma presença do que de coisas materiais.” Para ele, o envelhecer não diminui a contribuição de ninguém: “A idade nos traz outro tipo de beleza, outro tipo de visão da realidade. E é uma idade valiosa, preciosa.”
Houve também um incentivo à aceitação serena da própria trajetória: “Cada ano é uma graça… A pessoa, mesmo com idade, pode ajudar, pode servir, pode fazer o bem.” Ao lembrar um diácono com quase nove décadas de vida servindo na liturgia, o bispo reforçou que liberdade interior e bom ânimo não são privilégio de poucos: “O idoso tem que ser pessoa livre por dentro, no coração, livre de tantas minhocas que se põem na cabeça.”
Na parte final, Padre Paulo Afonso agradeceu em nome da pastoral, retomando o horizonte que sustenta o trabalho desde a Campanha da Fraternidade dedicada aos idosos, há 23 anos. Ele recordou que dignidade e esperança caminham juntas e que o Ano Jubilar intensifica esse chamado a olhar para frente com responsabilidade e serenidade, mesmo em tempos desafiadores.
Em seguida, João Batista de Oliveira, coordenador diocesano da PPI, agradeceu às equipes, citou a inspiração de Zilda Arns e relembrou o método que orienta as visitas domiciliares — ver, julgar e agir — como forma de acompanhar cada pessoa idosa na sua casa, com escuta e prontidão. O recado foi objetivo: a força da pastoral está na base, nas lideranças que, mês a mês, batem à porta, conhecem a realidade e constroem respostas possíveis junto das famílias e paróquias.
Antes da bênção final, Dom Pedro cumprimentou os agentes e encorajou a continuidade do trabalho, sublinhando a importância de manter o cuidado próximo e organizado. A missa terminou com agradecimentos aos líderes, às lideranças paroquiais e às pessoas idosas presentes, sinal de um percurso que não se mede apenas pelo tempo celebrado, mas pelas histórias acompanhadas e pelo compromisso que segue, forania por forania, em toda a diocese.













