Ao final do ano, durante quatro semanas a Igreja se prepara para receber o menino Jesus, aquele que veio para nos livrar de todo o mal e pecado. O salvador do mundo. “Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus – conosco”. (Mt, 2; 23). Este período é conhecido como Tempo do Advento, a cada semana nos preparamos com grande alegria para este momento tão importante de nossa igreja, e recordamos os mistérios do nascimento de Jesus na gruta de Belém.
O tempo do Advento marca também o início do Ano Litúrgico, no qual a cada período recordamos os mistérios e ensinamentos da vida de Cristo. “O Ano Litúrgico começa com o Advento (o tempo de espera no Senhor), tem o seu primeiro clímax no Tempo de Natal e o segundo, ainda mais alto, na celebração da Paixão, Morte e Ressureição redentora de Cristo, na Páscoa. O Tempo Pascal termina com o Pentecostes (a descida do Espírito Santo sobre a Igreja). O Ano Litúrgico é continuamente interrompido por festas de Maria e dos santos, nas quais a Igreja exata a graça de Deus, que conduziu a humanidade à salvação”. (Youcat, 186)
Cada um desses períodos e solenidades servem para nos ensinar um pouco mais sobre a vida de nosso Senhor, suas ações e grandes ensinamentos deixados para nós. Ao contrário do calendário civil, o ano litúrgico não começa no dia 1° de Janeiro e termina no dia 31 de Dezembro, ele tem início a partir do 1° Domingo do Advento e termina no último sábado do tempo comum, que é a véspera do 1° domingo do Advento e costuma ser celebrada logo após a festa de Cristo Rei.
Para entender um pouco melhor como funciona a divisão deste ano e o que é celebrado a cada período, dividimos o calendário em três partes. A primeira, representa o ciclo de Natal que compõem o Advento, Natal e a Epifania que é celebrada no domingo seguinte ao nascimento do Salvador. Uma festa que recorda a manifestação de Jesus como Filho de Deus. Neste mesmo período celebramos a festa da Apresentação do Senhor, da Sagrada Família, de Santa Maria Mãe de Deus e do Batismo de Jesus.
Após o batismo do Senhor, damos início a primeira fase do Tempo Comum que vai nos ensinar sobre o Anúncio do reino de Deus. Ele termina na terça que antecede a quarta – feira de Cinzas, a partir daí entramos no Ciclo de Páscoa com a nossa preparação pessoal na Quaresma, no qual durante 40 dias relembramos a misericórdia de Deus Conosco e os sacrifícios que enfrentou por nós. É tempo de sermos solidários com o Pai nos preparando para nossa conversão, penitência, jejum e intensas orações.
A ceia do Senhor na quinta – feira santa nos convida a participar da segunda fase do ciclo de Páscoa, a Instituição da Eucarístia e do sacerdote. “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo”. (Jo, 6; 51). Preparamo-nos então para a morte e ressureição de Cristo nos dias que se seguem.
O Catecismo da Igreja Católica diz que: “No dia de Pentecostes (no termo das sete semanas pascais), a Páscoa de Cristo completou-se com a efusão do Espírito Santo, que se manifestou, se deu e se comunicou como Pessoa divina: da Sua plenitude, Cristo Senhor derrama em profusão o Espírito” (CIC, n. 731). Isto ocorre 50 dias após a Páscoa do Senhor e encerramos assim a primeira fase do Tempo Comum.
Por fim, temos a segunda fase do Tempo Comum que começa na segunda-feira após o Pentecostes e termina na véspera do 1° Domingo do Advento com a Celebração do Cristo Rei. A segunda parte do Tempo Comum é um período de esperança e acolhimento da Palavra de Deus. “O Tempo comum não é tempo vazio. É tempo de a Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e nos trabalhos pelo Reino.” (CNBB – Documento 43, 132).
Que possamos compreender melhor por meio do Ano Litúrgico todos os ensinamentos que Jesus Cristo nos deixou, com seu exemplo de fé, perseverança e humanidade. Mostrando-nos muitas vezes que apesar das dificuldades que encontramos pelo caminho, não devemos jamais perder a fé, pois Deus é Conosco e sempre irá nos proporcionar o melhor, ainda que não compreendamos suas razões imediatamente. Que possamos nos inspirar em Seu filho e aprendamos a ser mais tolerantes, compreensivos e que amemo-nos uns aos outros como Ele nos amou.
Escrito por Jéssica Maia