Somos felizes porque o sol da esperança ilumina e garante vitória sobre a morte
A grande experiência da morte e ressurreição, relato que nos ajuda a fazer o grande memorial da Páscoa de Jesus, conforme a narrativa de Mc 16,1-7, nos inspira e nos envia em missão. Já não mais podemos ficar parados diante da morte. O sepulcro está vazio, os sinais da vida nova já estão presentes, é preciso revestir-se da força do ressuscitado.
Depois de vivenciarmos intensamente a quaresma, este tempo de deserto e conversão, somos lançados a produzir muitos frutos, com as sementes do vigor e da esperança. Tivemos a oportunidade de refazer o caminho, reconhecermos nossas dificuldades e nos propormos às mudanças. Agora é tempo de colocá-las na prática da vida.
Após o “caos” da morte de Jesus, as trevas dos projetos mortais que O levaram a morte, ainda continuam presentes em nossa sociedade. Estas trevas teimam em confundir as nossas mentes e corações. Mas em tudo somos felizes, porque o sol da esperança vai nos iluminando e garantindo a vitória da vida sobre a morte.
Cada um dos quatro evangelistas escolheu seus personagens para o anúncio: Mateus: um anjo do Senhor (28,2); Marcos: um jovem sentado (16,5); Lucas: dois homens com vestes resplandecentes (24,4); João: dois anjos (20,12). Todos, embora de formas distintas, anunciam a Ressurreição de Jesus. O Ressuscitado é o Crucificado. “Ide, dizei aos discípulos e a Pedro”, as mulheres são convidadas a anunciar aos discípulos esta importante notícia e também a Pedro o primaz, aquele a quem Jesus constituiu como o primeiro entre os doze. Jesus entregou para Pedro esta missão de conduzir a Igreja nascente e firmar os seus primeiros passos.
Hoje somos todos nós convidados a fazer esta experiência da passagem das trevas para a luz; da noite para o raiar do sol; da morte para a vida. Nisso vemos também a nossa vida pessoal (fé particular) e nosso compromisso comunitário (expressão fraternal) necessitados desta luz nova da ressurreição. A nós é entregue esta missão de construtores das comunidades à luz do ressuscitado, “a ressurreição é o anúncio central da comunidade que deve viver e testemunhar a mensagem pascal”. (Doc CNBB 100, 94)
É a comunidade nova, é a conversão paroquial que desejamos promover. Quem sabe mudar a metodologia, elencar novas prioridades. “O desafio da renovação paroquial está em estimular a organização das diversas pessoas e comunidades, para que promovam uma intensa vida de discípulos missionários de Jesus Cristo. Isso se realiza pelo vínculo e pela partilha da caminhada, mas também pelo planejamento pastoral” (Doc CNBB 100, 240).
Devemos estar atentos e abertos porque os resultados não dependem somente do nosso trabalho e do nosso empenho, que na maioria das vezes é muito grande. É a fidelidade que brota da Palavra Revelada e da ação do Espírito Santo que vai nos orientando e guardando. “É preciso recuperar o primado de Deus e o lugar do Espírito Santo em nossa ação evangelizadora” (Doc CNBB 100,243)
A vida de oração, pessoal e comunitária, deve ser intensa. Jesus nos espera e nos convida para um encontro pessoal. Aproveitemos deste período pascal, acolhendo com vigor o “Espírito”, iluminando as sombras do nosso coração e nos estimulando para a missão.
É bom sempre lembrar que a base da comunidade está na Palavra de Deus e na Eucaristia. A Leitura Orante da Bíblia e os Círculos Bíblicos são importantes meios para que a Palavra determine a caminhada do pequenino rebanho do Senhor. A Eucaristia sempre é “fonte”, onde nos alimentamos para bem viver e melhor servir. (cfe. Doc CNBB 100,252).
Temos vários grupos, pastorais, movimentos já organizados e outros tantos para promover e formar. Os dons estão regados em cada um de nós, vamos colocá-los na prática e vivenciá-los, renovando nossa comunidade e fortalecendo nossos vínculos fraternos.
Tempo de Páscoa, vida nova, tempo de alegria.
Fraternal abraço e muitas bênçãos.
Pe. Roberto Alves Marangon
Vigário Geral