Com a preocupação de preparar melhor os estrangeiros que vêm morar no Grande ABC, a Pastoral do Migrante da Diocese de Santo André realizou no sábado, 6 de agosto, o 1º Encontro Formativo dos Agentes da Pastoral, na Matriz de São Bernardo do Campo. O evento foi conduzido pelo Pe. Paolo Parise, CS, que comanda a Missão Paz, em São Paulo, da Paróquia Nossa Senhora da Paz.
Segundo o sacerdote, o evento é de grande valia para o crescimento dos agentes. “Temos que perceber o fenômeno migratório. Enxergar as respostas que podemos dar, seja do ponto de vista social, seja do ponto de vista eclesial, como Igreja aberta, sensível. É importante criar uma nova mentalidade, superar os preconceitos. Estes agentes podem multiplicar o que foi semeado aqui”, destacou Pe. Paolo.
O assessor da Pastoral do Migrante, Pe. Jean Dickson Saint-Claire, CS, destacou que os agentes precisam de uma formação para melhor acolher quem vem de outro país. “Queremos ajudar os agentes a terem certo conhecimento sobre o fenômeno migratório. Acredito que a qualidade passa pela formação humana e também pastoral. Este era o objetivo, passar uma visão, uma rodagem”, explicou.
Visita do bispo
Ao fim da formação, os agentes receberam a visita especial do bispo Dom Pedro Carlos Cipollini, que elogiou o trabalho da Pastoral e destacou sua importância. “Fico feliz que a Igreja também participa deste processo de acolhida no Grande ABC. A Igreja colabora também com sua fé, com este belo trabalho dos padres carlistas (Tanto o Pe. Paolo quanto o Pe. Jean são desta ordem religiosa). Eu era estrangeiro e me acolhestes’”, frisou o bispo, lembrando o lema da congregação.
Dom Pedro ainda destacou que “o Brasil é um país feito de estrangeiros e é ótimo laboratório para o mundo futuro, demonstrando que diversas raças podem conviver em paz. Que possamos colaborar para manter este clima de paz e de acolhida”, completou.
Imigrante não rouba trabalho
Pe. Paolo ainda recordou que o número de brasileiros morando fora do país em relação aos estrangeiros que residem no Brasil é quase o dobro. “Neste momento há 3 milhões de brasileiros que estão fora. E temos um 1,6 milhão de imigrantes aqui. Se pensarem da mesma forma lá fora, então este mundo será da competição, das brigas”, explicou.
Ele recordou que os imigrantes no Brasil fazem muitos trabalhos que ninguém quer fazer. “Há 400 africanos trabalhando na limpeza no Centro de SP, as empresas contrataram porque ninguém quer fazer este trabalho. São advogados, médicos, arquitetos, engenheiros que estão fazendo isso. O imigrante não rouba trabalho”, justificou.
Ao final da formação, o bispo, os sacerdotes e os agentes se confraternizaram com um almoço comunitário.