Diocese de Santo André

O amor entre os homens e os animais

O homem descobriu a afeição pelos animais, e o cão foi, posteriormente, eleito “o melhor amigo do homem”. Enquanto algumas espécies de animais correm o risco de se extinguirem em nossas matas e florestas, outros se multiplicam dentro de nossas cidades e casas. É comum andar nas cidades e assistir a donos passeando nas ruas com seus animaizinhos.

A relação do homem com os animais é muito antiga. Parece que a mais remota é com os auroques (espécie de bovinos já extintos), que serviam para a sobrevivência do homem. Essa relação foi se aprofundando e surgiu a co-habitação e domesticação de algumas espécies como ovelhas, aves e gatos. A domesticação dos cavalos trouxe grande progresso para a humanidade. O homem descobriu a afeição pelos animais, e o cão foi, posteriormente, eleito “o melhor amigo do homem”. Mais recentemente, projetos científicos mostraram e elaboraram formas de relacionamento que trazem benefícios psicológicos e até físicos para o homem, como é o caso da equitação.

Os animais, então, serviam para o alimento, os serviços gerais e certa amizade, figurada na imagem do cão. Na ideia do domínio natural do homem sobre os animais, o termo usado para se referir aos bichos que alguém cuida em sua propriedade é “criação”. Sempre, por mais que se amasse um animal, ele nunca seria mais do que uma “criação”.

Porém, no êxtase do individualismo da pós-modernidade, os animais estão ganhando um novo significado e status na relação com seus donos. É o status amoroso. Em um mundo no qual o homem desiste dos homens, sobram os animais. Qualquer tipo de relação afetiva com uma pessoa humana é exigente, porque a perseverança no afeto pede o amor, e este é exigente. Para evitar esse risco, muitos decidiram ficar sozinhos e manter relacionamentos distantes, pouco comprometidos. Nessa lógica, muitos casais resolveram não ter filhos, ou, quando muito 1 ou 2, que para eles já é demais. Optaram pelo individualismo institucionalizado. Mas a solidão é o fruto indesejável desse individualismo e o homem não foi feito para viver só. Então, como equacionar a crise da solidão individualista?

Os animais e a solidão do homem

O “amor” aos animais é a solução! É simples: compro um bichinho e passo a ter um relacionamento amoroso com ele. Ele passa a ser o amigo, o filho, o confidente. Ele satisfaz minhas carências, é uma companhia, mas anda segundo minhas determinações e obedece meu estilo de vida, porque eu sou o dono dele. Ainda melhor, ele nunca vai exigir meu amor, simplesmente porque, não sendo livre, tem poucas vontades e, assim, o nosso amor nunca passará de um grande afeto. É uma boa solução, mas, na verdade, não resolve o problema da solidão, pois esta só é vencida na grandeza do amor entre duas pessoas.

A pessoa humana só é plenamente humana, só é feliz, quando persegue o verdadeiro amor. Claro, é muito mais fácil o afeto que o amor. Ainda mais com animais, que, não possuindo liberdade, subjugam-se aos sabores de seu dono. A questão é que o relacionamento de amor entre seres humanos – seja de amizade, esponsal, entre pais e filhos, ou outros (irmãos de uma mesma fé, profissional, coleguismos etc) – tem a grandeza de nos fazer livres a partir da liberdade do outro.

Esse costume generalizado na sociedade, de substituir o amor que nos torna livres por algum afeto, traz o perigo de uma cultura pseudo-humana. Não é necessário mais perseguir a grandeza da sexualidade e do amor humano, as virtudes, a capacidade de dar a vida por alguém, a liberdade de ser bom quando o outro é mau. Os relacionamentos se limitam a uniões afetivas, e o modelo de amor dentro de uma família se torna apenas mais uma opção, mas indesejável, porque é muito exigente e difícil, e é uma mera opção.

Os animais são criaturas de Deus, portanto, tem uma dignidade própria. Devem ser respeitados e podem receber dos homens uma grande afeição que, vulgarmente, chamamos “amor”. O Catecismo da Igreja Católica 2418 diz: “Pode-se amar os animais, porém não se deve orientar para eles o afeto devido exclusivamente às pessoas”. As belas histórias de amizade entre pessoas, crianças e animais se tornarão falácias no dia em que esses amores forem, à medida do amor humano, o máximo de amor que um ser humano pode dar a alguém. Se for assim, nos reduziremos à dignidade dos animais.

Amemos muito mais os homens, para que sejamos plenamente humanos!

Fonte: Canção Nova

Compartilhe:

nomeacoes

Decretos e provisões – 21/12/2024

nomeacoes

Decreto e Provisão – 18/12/2024

Mensagem Pastoral sobre o Ano Santo Jubilar de 2025

Confraternização do Conselho Diocesano de Pastoral Ampliado celebra unidade, missão e gratidão

Natal na era do vazio

nomeacoes

Provisões e Decretos

Seminaristas celebram final do ano letivo em missa presidida por Dom Pedro

Primeiras turmas da Escola Diocesana de Formação conclui módulo com missa na catedral diocesana

Manhã de formação com o clero reflete sobre o Sínodo dos Bispos

nomeacoes

Nomeações, provisões e decretos