“Tão sublime Sacramento, adoremos neste altar…”. A benção do Santíssimo é um dos momentos mais emocionantes e reflexivos nas celebrações. No Dia de Corpus Christi, a reverência ao Cristo Vivo tem um significado todo peculiar:
“O que significa a Eucaristia para nós? Como ela tem de ser celebrada? Como ela tem de ser recebida de verdade? Como a Eucaristia tem que ser vivida durante as 24h do dia? A Eucaristia transforma vidas! A Eucaristia faz a Igreja! E nós somos Igreja! É a Eucaristia que nos faz comunhão, que nos faz comunidade! É a Eucaristia que simboliza a unidade da Igreja”, destaca o padre Giuseppe Bortolato, pároco da Matriz são-bernardense, a primeira Igreja do Grande ABC e que completará 205 anos de existência, no próximo dia 21 de outubro.
As fileiras lotadas de paroquianos e paroquianas, em plena celebração matutina, e os tradicionais tapetes confeccionados com muito carinho pela juventude, durante a madrugada, retrataram o espírito coletivo que a data representa para a Igreja Católica: a união de esforços e a doação ao próximo, assim como Jesus deu sua vida por nós.
Vale lembrar que a confecção dos tapetes devem expressar a fé e o amor do povo cristão por Jesus, e a procissão solene reproduzir o respeito pelo Santíssimo Sacramento.
Manifestações de fé
Após a celebração da missa na Matriz, a procissão com o Santíssimo Sacramento teve início pela Rua Marechal Deodoro, trecho da Avenida Francisco Prestes Maia e retorno pela Rua Santa Filomena. Ao chegar defronte à Igreja, o sacerdote agradeceu e concedeu a benção final ao público presente.
“Mais uma vez o povo de Deus dá a prova que entende, na fé, o sentido da Eucaristia na vida da pessoa e na vida da comunidade. Essa procissão foi uma verdadeira manifestação de fé e de exultação pelo dom de Deus, na Eucaristia em Cristo Jesus”, avalia Giuseppe Bortolato, em conversa com a reportagem da Diocese Santo André.
O casal Edgar e Renata, ambos da Missão Belém – SBC (comunidade a serviço dos mais pobres e do povo em situação de rua), comentaram sobre a importância da celebração desta data.
“É um dia muito especial em nossa vida. Porque Jesus é o sentido maior de nossa vida. Se Jesus tivesse presente no coração de todas as pessoas, não existiria guerra e tanta desigualdade social”, reflete Edgar.
“Muitas pessoas não entendem que a eucaristia é o próprio Jesus. E esse dia demonstra o próprio Cristo no meio do povo”, frisa Renata.
Lucila participa da procissão há pelo menos seis décadas. “Desde pequena. Faz muito bem. Gosto da manifestação pública e da comunidade unida”, afirma. “A procissão é um momento importante da cerimônia. O contato com a fé do povo e com Jesus Cristo”, emenda Marcelo.
Por outro lado, o morador de rua ‘Chiquinho’ também acompanha a festa de Corpus Christi, em uma das laterais do templo. Pizzaiolo, ele luta contra o vício (álcool), sem deixar de lado a fé em voltar ao mercado de trabalho.
“Não vou desistir. Já tentei muitas vezes (abandonar o vício), mas sei que Deus nunca me abandonará. E momentos como esse me emocionam, pois reflito sobre a vida e a minha cidade natal”, revela Chiquinho, natural de Lucrécia (RN).
Nunca perca a fé e lembre-se: “A Eucaristia transforma vidas”.
Saiba mais sobre Corpus Christi
A festa do Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV, no dia 8 de Setembro de 1264.
A procissão de Corpus Christi lembra a caminhada do povo de Deus, peregrino, em busca da Terra Prometida. O Antigo Testamento diz que o povo peregrino foi alimentado com maná, no deserto. Com a instituição da eucaristia, o povo é alimentado com o próprio corpo de Cristo.
Fotos e reportagem: Fábio Sales