Na celebração realizada na noite de sábado (28/10), que encerrou as comemorações do Dia do santo das causas impossíveis, bispo da Diocese de Santo André relembra atuação do patrono dos advogados, dos aflitos e desempregados, na fidelidade a Jesus Cristo e doação da própria vida para anunciar a palavra de Deus
Pedidos como a cura de uma doença, a conquista da casa própria, a recolocação no mercado de trabalho, o sucesso na universidade, a harmonia familiar ou um simples agradecimento pela graça alcançada…O Santuário São Judas Tadeu, localizado no Bairro Campestre, em Santo André, se tornou roteiro de peregrinação de mais de 15 mil pessoas neste 28 de outubro de 2017, data em que é comemorada uma das devoções mais populares no Brasil. Durante a missa solene, Dom Pedro Carlos Cipollini recordou a importância de um dos principais mártires da Igreja Católica, ao testemunhar o Evangelho e doar a própria vida, mostrando a adesão incondicional ao Filho de Deus.
“Ele (Jesus Cristo) escolheu doze apóstolos, por pura graça e bondade. Entre eles estava São Judas Tadeu. O apóstolo, a palavra já diz, é um mensageiro, um enviado, aquele que Deus manda para anunciar notícia boa. E essa notícia boa é o evangelho… E os apóstolos são testemunhas das obras de Cristo, da sua morte e ressurreição”, enfatiza.
O bispo diocesano também destacou a fé como a maior herança dos apóstolos para a sociedade.
“Os apóstolos são os primeiros na fila da fé e o maior tesouro nosso é essa fé, que recebemos do batismo, porque somente ela vai prevalecer em nosso último dia de vida. Não levaremos beleza, riqueza, sabedoria, mas levaremos a nossa fé, porque ela é a chave que abre a porta do céu”, elucida.
“Que São Judas, um santo muito querido e popular no meio do nosso povo, possa nos ajudar a obter a fé com muita coragem e, sobretudo, com perseverança. Não desanimar!. Não desistir! Mas saber que Deus nos acompanha sempre. Os santos são aqueles que fizeram uma grande amizade com Jesus e ficaram parecidos com Ele. Por isso nos ajudam e intercedem por nós, para que consigamos alcançar muitas graças, mas a maior delas é a nossa própria salvação eterna”, preconiza.
Antes do encerramento, Dom Pedro abençoou os fiéis com a relíquia de São Judas Tadeu.
Concelebraram ao lado do bispo, o Vigário Geral da Diocese de Santo André e responsável pela Paróquia São Judas Tadeu, Padre Ademir Santos de Oliveira, e o Vigário Paroquial, José Ailton Teixeira. Comandado pelo maestro Diego Muniz, o Coral Diocesano engrandeceu a celebração.
Prova de Amor
“Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão”. O trecho da composição do Padre José Weber, catarinense, 85 anos, da Congregação dos Missionários do Verbo Divino, retrata bem a missão dos apóstolos, em especial de São Judas Tadeu.
Um pregador nato da palavra de Deus. Mérito de converter pecadores. São Judas Tadeu, ao mesmo tempo, foi alvo da fúria de falsos cristãos, que colocaram a população toda contra o apóstolo. Este foi morto cruelmente a golpes de machado. Por isso, a imagem de São Judas conserva em suas mãos a bíblia e uma machadinha, como forma de lembrar de suas pregações e do modo como foi morto.
Judas Tadeu, irmão de Tiago Menor, um dos doze apóstolos escolhidos por Cristo, teve por destino possuir o mesmo nome de Iscariotes, aquele que entregou o Senhor por trinta moedas de prata.
Transformou-se num dos santos mais populares da Igreja Católica e foi eleito o “padroeiro das causas desesperadas”. Esta tradição está relacionada à pequena epístola que o santo escreveu, considerada o texto mais curto do Novo Testamento. Nela, ele destaca que a nossa fé deve perseverar em ambientes difíceis, nos momentos de crise, assim como a dos antepassados judeus que cruzaram o deserto e enfrentaram a fome e o frio.
Segundo a Igreja Católica, São Judas Tadeu é considerado no Brasil, o terceiro santo com maior número de devotos. Sua história de vida e a fidelidade a Cristo fazem crescer, a cada dia, a admiração de vários fiéis.
Reportagem e fotos: Fábio Sales