Missionariedade do cristão, abertura do diálogo e gestos concretos de solidariedade do líder mundial serviram de referências para uma das propostas mais votadas, na Assembleia Sinodal ocorrida no dia 15 de novembro, no Externato Santo Antônio, em São Caetano do Sul
Com 17,6% dos votos dos 500 delegados e delegadas (representantes dos grupos, movimentos, associações e pastorais), a Proposta 9, que defende Uma Igreja em Saída e em Estado Permanente de Missão, com aprofundamento da Iniciação à Vida Cristã e inclusão, com abertura para todos e todas, por meio de comunidades humanizadas e humanizadoras, também estará entre as ações que nortearão a Igreja Católica na região, a partir do próximo ano.
Igreja itinerante
O pontificado do Papa Francisco, iniciado em março de 2013, tem sido marcado pelo constante contato com o povo, a simplicidade e humildade no modo de agir, a “queda de muros” na sociedade e o debate sobre temas, até então considerados tabus, com posicionamento e opinião mais firme do Vaticano.
Uma iniciativa da Diocese de Santo André, considerada fundamental para o relacionamento mais estreito entre o clero e a comunidade, aconteceu no ano de 2016, com a realização das Visitas Missionárias, uma das grandes ações pioneiras e evangelizadoras da Igreja no Grande ABC, comandada por Dom Pedro Carlos Cipollini – que sucedeu Dom Nelson Westrupp, atual bispo emérito diocesano – desde maio de 2015.
Colher os frutos
Na avaliação dos participantes do grande encontro que elencou o trio de prioridades, a ser apresentado por meio de um documento final em abril de 2018, no Cenforpe (Centro de Formação dos Profissionais de Educação), no município são-bernardense, os objetivos, a partir de agora, serão iniciativas concretas em cada paróquia e um trabalho coletivo nas respectivas comunidades.
“O desafio é reunir as paróquias. Tornar essas prioridades coletivas. Não mais uma Assembleia Sinodal apenas, mas do povo, da comunidade. Fazer com que aquilo colocado no papel, se tornem ações concretas para uma melhor evangelização”, ressalta a consagrada secular Edvandra Leal, do Instituto Missionárias da Imaculada Padre Kolbe e que atua na gestão do projeto Centro Social Maximiliano Kolbe e na Paróquia São Maximiliano Maria Kolbe (Riacho Grande – São Bernardo do Campo).
Por outro lado, João Luís, 56 anos, torneiro mecânico e paroquiano da Igreja Jesus de Nazaré (São Bernardo do Campo), acredita que a maior dificuldade é implementar, permanentemente,
Já a Irmã Erlenir Silva, 30 anos, assistente social e serva do Sagrado Coração de Jesus Agonizante, se diz otimista em relação ao êxito da empreitada construída durante todo o vigente ano. “Tornar visível esse trabalho, que estará presente em nosso documento, sem perder de vista os ensinamentos de Jesus Cristo de ir até os últimos”, projeta.
Confira mais opiniões de participantes sobre a segunda prioridade eleita na Assembleia Sinodal:
“Sobre a questão da Igreja em Saída, o Papa Francisco tem falado muito sobre essa questão e acho importante porque hoje, nesse contexto em que nós vivemos, precisamos ser mais proféticos. Precisamos ter uma atitude mais cristã,
Maria Aparecida, conhecida como Cida Costa, costureira aposentada, 73 anos, Paróquia São Geraldo Magela (São Bernardo do Campo)
“Estamos felizes (com essa escolha), porque já vem do Papa Francisco esse pedido da Igreja em Saída. E nós, como verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo devemos testemunhar isso em nosso dia a dia, em todos os lugares que nós estivermos. Constará no nosso plano diocesano de pastoral. E nós poderemos em comunhão com toda a Diocese (de Santo André), colocar em prática essa missão, indo ao encontro de todos que estão afastados, que precisamos de um acolhimento nesta missão em saída da Igreja”
Solange Cristina, 56 anos, psicóloga, Paróquia Santa Rita de Cássia (Santo André)
Reportagem e fotos: Fábio Sales