Jesus é o centro desta festa litúrgica celebrada quarenta dias após o Natal. Quem nos apresenta Jesus é Maria (Mt 2,11). O Papa Sérgio I no século sétimo determinou que esta festa se iniciasse com uma procissão na qual todos carregavam velas, por isso a tradição popular passou a celebrar neste dia Nossa Senhora da Candelária. Que Maria Santíssima, carregando Jesus, luz do mundo, continue caminhando conosco nas estradas da vida. Neste mês nós iniciamos a quaresma na quarta-feira de cinzas. A quaresma vai da quarta-feira de cinzas até a véspera da quinta-feira santa. A quarta feira de cinzas é para nós dia de jejum e abstinência. Porém, o mais importante é aproveitar os quarenta dias da quaresma para entrar em clima de reflexão e penitência. Reconhecer-se; estamos no orgulho ou na humildade? Conta-se que um camponês seguia pelos campos com seu filho, para ver se o arroz que plantara estava próximo da colheita. Papai, disse o menino, por que algumas espigas se inclinam tanto para o solo e outras se erguem para o céu? As que se elevam para o alto, decerto, são melhores e as que estão arriadas, certamente, não prestam, pensou o menino. -Veja, filho – responde o pai -, estas espigas que modestamente se inclinam estão cheias de bons grãos. As que estão orgulhosamente voltadas para o céu estão secas e não servem para nada, serão queimadas. Nossa santificação depende do autoconhecimento que tivermos de nossos pecados e do desejo de conversão e perdão. Que o Senhor nos ajude a purificar nosso interior a fim de conseguirmos a paz do coração. Somente assim poderemos ser instrumentos úteis na construção de seu Reino. A Campanha da Fraternidade deste ano nos ajuda a refletir, pedindo ao Senhor que por uma autêntica fraternidade entre nós, aprendamos a superar a violência que está tão arraigada no coração do ser humano e se manifesta desde as críticas maldosas até os assassinatos cruéis. Que este mês, o mais curto do ano, nos ajude a chegar mais perto de Deus pela penitência e humildade. Sejamos espigas inclinadas e carregadas de grãos: as boas obras para Deus.

(Artigo de Dom Pedro Carlos Cipollini para o Boa Notícia de Fevereiro de 2018)