Diocese de Santo André

Soprano Natália Áurea apresenta orientações para iniciação ao canto e técnicas para manter a voz saudável

Integrante do Coro da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) e preparadora vocal da Comunidade Católica Canção Nova realizou MasterClass na noite de sábado (03/02), durante o encerramento do 1º Congresso Diocesano de Músicos Católicos, no Instituto Sagrada Família, no Jardim Paraíso, bairro da cidade andreense

 

O encontro, organizado pelo Setor Música da Diocese de Santo André, reuniu aproximadamente 400 pessoas (383 inscritos e inscritas). Em cerca de quatro horas, a aula teórica e prática – dividida em duas partes – apresentada pela renomada soprano Natália Áurea abordou a temática “Técnica Vocal: A Voz como Instrumento na Sagrada Liturgia”, num contexto dinâmico e interativo com os participantes.

No primeiro bloco da exposição, Natália aprofundou a teoria, por meio de slides, sobre a  Fisiologia da Voz, as formas corretas de cantar e todo o processo de produção vocal, dentre outras particularidades, como o funcionamento das pregas vocais e o controle da respiração.

A soprano interagiu bastante com o público presente, sempre respondendo as perguntas de forma bem humorada e didática.

Na volta do intervalo, a parte prática se fez ainda mais notável, com a participação de cantores e músicos, na autocrítica e identificação de erros na condução do canto e as respectivas correções para a harmonia vocal, ou seja, olhar na direção da congregação, posicionamento correto do microfone e abertura da boca. “O objetivo da liturgia é fazer com que todos cantem com você. Por isso, a voz da melodia tem que ter um líder”.

Em entrevista concedida à reportagem da Diocese de Santo André, a soprano demonstrou satisfação com o convite para a participação no evento: “Muito contente e inspirador”. A especialista revela que “Cantar é tocar o coração das pessoas para refletir a grandeza de Deus”. Segundo Natália, que também atua em celebrações matutinas no Santuário São Judas Tadeu (Avenida Jabaquara, 2682 – Jabaquara – São Paulo), a preparação para as missas requer estudo das canções litúrgicas, em sintonia com os textos da liturgia. “Fazer a leitura e cantar as músicas em casa”. Mas, sobretudo, manter o espírito cristão, “na função de buscar o consenso e colaborar com o próximo, caso o roteiro dos cantos mude de última hora ou não seja o mesmo ensaiado por ti”.

No encerramento do 1º Congresso Diocesano de Músicos Católicos, Natália promoveu uma surpresa e chamou o maestro do Coral da Diocese de Santo André, Diego Muniz, que comandou os teclados, para a interpretação de Ave Maria de Gounod, digna de aplausos da plateia.

Para conhecer mais sobre o trabalho de Natália Áurea, acesse a página do Facebook: https://www.facebook.com/natalia.aurea e o Youtube: https://www.youtube.com/user/nataliaurea 

 

Acompanhe a entrevista: 

1 – Quais as orientações para crianças, pré-adolescentes, adultos e até mesmo o pessoal da terceira idade iniciar o aprendizado do canto?

A orientação é estudar um instrumento. Seja ele qual for. Violão, piano, que é um instrumento que pouca gente estuda, mas é um instrumento muito importante para a formação musical. E participar da maior quantidade de coros possíveis. Qualquer coro. Da igreja, da empresa, do amigo. Participar de algum grupo musical. Ah, mas não sei cantar. Tenta participar. Isso vai fazer crescer os seus horizontes, o senso de harmonia que é fundamental e a consciência de grupo, que é um aspecto muito importante na música. Não se faz música sozinho.

 

2 – E quais as indicações para a pessoa se especializar na área ou até mesmo seguir carreira musical?

Antes de estudar canto, minha orientação é sempre estudar um instrumento. Acho que isso vai fazer crescer muito. Mas digamos que a pessoa queira pular essa etapa. Então a orientação é procurar um professor de canto. Buscar uma escola de canto também é importante. Mas nem sempre as pessoas têm dinheiro para pagar uma escola. A escola não vai dar apenas aula de canto, mas também de teoria, de harmonia. Então ela imprime uma quantidade maior de matérias e um valor superior, também. Minha orientação é sempre buscar um professor particular. Aí depois você procura uma escola ou conservatório.

 

3 – Quais as técnicas vocais necessárias para atingir um patamar de excelência nos corais de igrejas e nas comunidades?

Diria que as principais técnicas vocais para você cantar na igreja e ser bem sucedido, a primeira seria o belting, que é uma técnica americana, e seria o lírico, que é a música erudita.

 

4 – E como fazer para a pessoa perder a timidez e superar obstáculos na apresentação em público?

Se a gente fala da questão da música na liturgia, a orientação é buscar compreender melhor o texto daquilo que você está cantando. Isso ajuda muito a superar a timidez. Busca compreender o propósito daquilo que você está fazendo. Você vai mudar a forma de encarar, digamos assim, a cantar em público. Mas se falarmos da questão da timidez em relação a cantar em público, mas cantar música erudita, rock, enfim, fazer parte de algo que precisa se apresentar em público, a melhor maneira é se apresentar em situações que não exijam de você a mesma exigência que terá num show.

Se você conseguir cantar para seus familiares ou cantar para amigos, ou até mesmo em lugares que as pessoas não irão exigir de você muito, quanto mais se apresentar em público, melhor. Na escolha do seu filho, na praça como exemplos. Lugares impensados. Até mesmo onde as pessoas não o conheçam. Isso ajuda muito a perder a timidez para quando você for enfrentar o palco.

 

5 – Quais as principais recomendações para a manutenção e saúde vocal?

Não gritar. Não beber. Não fumar. Dormir bastante. Beber bastante água. Não ficar em locais muito barulhentos. Ter vida de monge, né. Não competir vocalmente. Isso é uma das coisas principais. E ter uma alimentação equilibrada, sem comer muitos alimentos industrializados. Esse é o mais importante. [Segue relação do que não pode, principalmente antes do canto: chocolate, café, leite, iogurtes, laticínios, gorduras, refrigerante, bebidas alcoólicas, cítricos, ácidos e apimentados].

 

6 – E os principais exercícios para a preservação da voz?

Os melhores exercícios são as vibrações dos lábios e da língua. Esses dois exercícios são fundamentais para o início do canto. Seja cantar ou fazer um vocalize mais difícil. Isso faz toda a diferença, pois substituí o tal do gargarejo, porque faz uma vibração profunda na região da laringe, tirando todo pigarro, sujeira, melhorando a questão do pH.

Digamos assim, podemos falar da questão da saliva. Às vezes a saliva fica muito grossa e quando você faz as vibrações, a saliva vai ficando mais fina, também. É necessária uma troca, uma renovação da saliva. Depois tem uma série de outros exercícios que também são importantes. Do ponto de vista da música erudita e da música pop, o mais importante é você buscar vocalizes que estejam na região média de sua voz. Região média da voz é a que dá todas as outras regiões, tanto grave quanto agudo. E todo mundo sempre vai direto para o agudo ou mais para o grave. Só não fica no médio. O médio é mais difícil. Quando se resolve ali, geralmente resolve as pontas, também.

 

Biografia

– A soprano Natalia Aurea é conhecida por sua voz doce e sensível musicalidade. Trabalha no coro da OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) há 10 anos, tendo gravado 3 CDs junto ao coro e orquestra: Tombeau de Aylton Escobar (2012) Tragédie de Salomé, de Florent Schmitt (2010), e as faixas “Jubiabá” e “Asa Branca” do disco Canções do Brasil (Coro da Osesp. Biscoito Fino, 2009).

 

– Também é preparadora vocal da Comunidade Católica Canção Nova.

 

– Estudou canto na Escola Municipal de Musica em São Paulo, com Andrea Kaiser e em Curitiba com Neyde Thomas. Fez masterclasses com Anna Korondi (Hungria), Susan Bullock (Inglaterra), Nathalie Stutzmann (França), Ian Storey (Inglaterra) e Rosana Lamosa (Brasil).

– Aperfeiçoou-se com os professores Lenine Santos, Rosana Lamosa, Ricardo Ballestero e Marconi Araujo no Brasil, Ulrich Messthaler em Basel, Suíça e com o sueco Ragnar Bohlin.

– Já foi regida pelos maestros brasileiros Naomi Munakata, John Neschling, Julio Medaglia, Benito Juarez, João Maurício Galindo, Celso Antunes , Wagner Polistchuk, Emiliano Patarra e Ricardo Bologna, trabalhou tambem com Sir Richard Armstrong (Inglaterra), Yan Pascal Tortelier (França), Stuart McIntosh (Inglaterra), Emmanuele Baldini (Italia), Victor Hugo Toro (Chile), e Marcelo Fagerlande (Brasil-Alemanha).

– Estudou Canto, Fonoaudiologia e agora cursa Pedagogia. Desenvolve intenso trabalho como educadora na área musical. Recentemente solou o Gloria de Vivaldi com a Camerata Antiqua de Curitiba, SnagS&Snarls de Unsuk Chin com a Camerata Aberta, a nona Sinfonia de Beethoven com a Osusp, o Requiem de Mozar com a Orquestra de Guarulhos e em 2016 fará os solos da Missa Brevis de Bach com a Osesp e a obra de Rachmaninoff para voz e piano com Fernando Tomimura.

 

Reportagem e fotos: Fábio Sales

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