Diocese de Santo André

Padre Marcos Vinicius, em entrevista ao Diário do Grande ABC, fala sobre o legado de Papa Francisco e o processo de sucessão papal

A morte do Papa Francisco, ocorrida em 21 de abril de 2025, provocou comoção em toda a Igreja e além dela. Em entrevista ao Diário do Grande ABC, o coordenador do Departamento de Comunicação da Diocese de Santo André, Padre Marcos Vinicius Wanderlei da Silva, falou sobre o impacto da perda do Pontífice argentino, a condução do Conclave e a expectativa para a escolha de seu sucessor.

Para o sacerdote, a ausência de Francisco é sentida como uma espécie de orfandade. “O falecimento do Santo Padre representa, para a Igreja e para o mundo, uma perda imensa. Ele teve grande capilarização nas mais diversas esferas da sociedade, obtendo admiração não apenas dos católicos, mas também de pessoas de outras religiões, agnósticos e ateus”, afirmou.

Padre Marcos recorda o legado de um pastor que se doou por inteiro. “Francisco foi um verdadeiro sucessor de Pedro, um pastor com cheiro de ovelhas, que amou a todas, inclusive aquelas que se opunham à sua voz ou sequer pertenciam ao seu redil. Com seu testemunho autêntico de seguimento a Jesus, lavou os pés da humanidade.”

O sacerdote destacou ainda o chamado constante que o Papa fez aos cristãos: o de viver a autenticidade do Evangelho. “Ele nos impulsionou a sair das estruturas fechadas, ir às periferias materiais e existenciais, e cuidar dos marginalizados. Foi um pontífice santo, que construiu pontes com humildade, sem renunciar à verdade, mas sempre com misericórdia”, acrescentou. No interior da Igreja, destacou-se pela busca de renovação, enfrentamento dos abusos e construção de uma Igreja sinodal — “que caminha junto”.

Com o falecimento, inicia-se o processo de eleição de um novo Papa. Padre Marcos explicou que esse rito, ainda que diferente das eleições civis, é conduzido com muito zelo, oração e discernimento. “O Papa é o sucessor de Pedro, representante de Cristo na Terra. Ele fortalece a fé, protege a doutrina, santifica o povo e conduz a Igreja com coragem e fidelidade. Por isso, tudo acontece com muito cuidado”, explica.

Somente cardeais com menos de 80 anos no dia da morte do Papa podem votar. Após os primeiros ritos e o velório, os cardeais se reúnem em Roma para as Congregações Gerais — encontros em que debatem os desafios da Igreja e o perfil necessário ao novo Papa. “É um momento de escuta, oração e preparação”, resume.

O Conclave, que acontecerá a partir do dia 7 de maio, ocorre na Capela Sistina, onde os cardeais votantes ficam totalmente isolados. “É um processo sigiloso, feito sem barganhas ou campanhas. Vota-se com fé, liberdade e respeito, buscando discernir quem Deus chama para essa missão.” As votações podem ocorrer até quatro vezes ao dia. Quando o eleito alcança dois terços dos votos, a fumaça branca sobe, os sinos tocam e o mundo sabe: Habemus Papam!.

Questionado sobre a possibilidade de um brasileiro ser eleito, Padre Marcos afirmou que isso poderia causar comoção, mas não deve ser o foco. “Na verdade, a possibilidade de um Papa brasileiro, pode até nos trazer felicidade ou uma certa comoção, afinal os cardeais brasileiros que podem ser votados, são representantes do nosso povo, homens de fé, que vivem a rotina pastoral e conhecem de perto as nossas dores e sonhos, mas isso não é o mais importante. O que realmente conta é a vontade do Espírito Santo, que nos proporcionará o que a Igreja precisa e o escolhido será alguém que, mais do que representar um país, será a expressão da vontade de Deus.”

Ao ser convidado a apontar possíveis nomes, ele foi prudente: “Palpite é uma palavra delicada quando se trata da escolha de um Papa. Muitos nomes se destacam por sua teologia, equilíbrio, experiência e capacidade de liderança, mas às vezes o eleito nem aparece nas previsões, como foi com Francisco. Talvez a coisa mais bonita seja saber que dentro da Capela Sistina, os cardeais estão sendo guiados pelo Espírito Santo, não estão escolhendo pelo que preferem, mas buscando com fé o nome que Deus já preparou no coração da Igreja. No final das contas, o que podemos fazer é rezar, confiar e receber com amor aquele que Deus nos enviar como Sucessor de Pedro, sinal de unidade da Igreja.”

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