A vida religiosa é um chamado especial de Deus para testemunhar seu Filho Jesus num caminho peculiar de ascese à santidade. São João Paulo II ensinou que na manifestação da santidade da Igreja, devemos reconhecer a primazia da vida consagrada. Diz ele: “os santos e as santas sempre foram fonte e origem de renovação nas circunstâncias mais difíceis, ao longo de toda a história da Igreja” ( Exortação Apostólica Pós-Sinodal VITA CONSECRATA do Santo Padre JOÃO PAULO II)O modo específico da vida religiosa se sustenta na profissão dos conselhos evangélicos: a pobreza, a castidade e a obediência. A vivência desses conselhos, em geral, se dá numa reunião de irmãos dentro de uma família religiosa – chamado instituto de vida consagrada. Ali procura-se em tudo imitar a Cristo, na vivência dos conselhos evangélicos, com a consciência viva da missão na Igreja.
O modelo da vida consagrada é a Bem Aventurada Virgem Maria, que acreditou na eficácia da Palavra de Deus, exultou de alegria e cheia de gratidão elevou a Deus um cântico que contempla a fé, a esperança e a libertação. Do mesmo modo, o consagrado é chamado à santidade. E o que é ser santo?
Santo! Trata-se de uma perfectae caritatis prosecutionem (consecução da caridade perfeita). Ser santo, buscar a santidade, não é puritanismo, mas aperfeiçoamento no amor. A Igreja instrui que o autêntico amor deve ser caridade, ou seja, amar a Deus, ao próximo e a si mesmo por causa de Deus. Só amando as pessoas em Deus é que se pode amar de verdade. O santo é aquele que ama e sabe crescer no amor.
O consagrado encontra na Virgem Maria não só o exemplo de como ser santo, mas sobretudo o sentido da santidade que consiste na humildade, pois “o Senhor olhou a humildade de sua serva”. Deus, que age na história, dá a seus eleitos a esperança, tal como a deu à Virgem. Aos que confiam, esperando em seu amor, Deus dá a graça de seguir adiante. É Maria quem nos ensina em sua oração que o projeto dos orgulhosos, dos poderosos e dos ricos fracassam, mas os humildes e os famintos encontram em Deus o seu refúgio. Maria é, assim, a imagem da perfeita consagração por sua entrega e dedicação a Deus, sendo ao mesmo tempo, figura da vida consagrada que se consagra ao Pai, união esponsal com o Filho e docilidade à voz do Espírito.
Oremos pedindo a intercessão da Mãe santíssima para que voltemos o nosso olhar para o centro que é Jesus, e jamais para trás, e que, uma vez colocada a mão no arado, tenhamos os olhos fixos Nele certos de que Ele nos ama e conduz à eternidade.
Ir. Roseli Aparecida da Silva – Mosteiro das Discípulas da Mãe de Deus