Diocese de Santo André

São Domingos Sávio, padroeiro das gestantes

Em meio ao convite quaresmal de conversão, brilha sobre nós a memória de um jovem que, em apenas 14 anos de vida, perseguiu com dedicação e fidelidade a vontade do Senhor. Pelo seu testemunho, demonstra maturidade de fé e entrega amorosa a Deus.

São Domingos Sávio nasceu em Turim, na Itália, em 1842, no seio de uma família humilde, porém rica e fortalecida na fé. Esse ambiente familiar foi talvez determinante para inspirar no coração do jovem a prática de uma fé autêntica, permeada de alegria e intimidade com o Senhor. Desde muito cedo ele expressava com fervor seu amor incondicional por Deus. Sua memória se celebra em 9 de março e à sua intercessão recorrem principalmente as gestantes, de quem ele se faz padroeiro.

Observar a maneira pura com que Domingos se entregou aos propósitos de Deus nos provoca a pensar como um rapaz de tenra idade já sentia em si um chamado tão contundente. Por isso, sua vida nos inspira a estar sensíveis para escutar Aquele que nos chama desde o ventre materno. À época de Domingos, o costume era que se celebrasse a Primeira Eucaristia por volta dos 12 anos, no entanto Domingos A recebeu aos 7, devido à ciência comunitária da vida de fé que o garoto abraçava. Em sua preparação para a ocasião, ele criou para si o lema: “Antes morrer que pecar” e redigiu alguns propósitos pelos quais pretendia guiar sua caminhada:

·         Confessar frequentemente e receber a Eucaristia quando o confessor permitir;

·         Santificar os dias de festa;

·         Serei amigo de Jesus e de Maria;

·         Prefiro morrer que pecar.

Quando Domingos tinha 12 anos, o Senhor, em Sua Providência, uniu a história do jovem à história de outro grande santo da tradição eclesiástica: Dom Bosco, o santo que dedicou a vida para resgatar os jovens para Deus.

Domingos Sávio passou a fazer os Estudos Secundários sob orientação de Dom Bosco, porque queria se tornar padre. Nessa experiência, o jovem demonstrou ainda outras virtudes, como a inteligência, a obediência, a serenidade, a solicitude e a alegria. Diz-se que ele próprio, certa vez, definiu que “ser santo é cumprir seus deveres e ser alegre”. De fato, Domingos cumpriu com imensa fidelidade seus deveres, cuidava de seus irmãos e tentava sempre se aprofundar na vida de oração.

Em um dos relatos de Dom Bosco a respeito do jovem, vemos como seus costumes encantavam os olhos de quem o observava: “Vejo-o sempre rezando, fica na igreja mesmo depois dos outros; sai todos os dias do recreio para fazer uma visita ao SSmo. Sacramento. Na igreja, está como um anjo que mora no Paraíso”.

Ao escrever a biografia do jovem santo, Dom Bosco também realçou a forma como Domingos se prostrava diante do Senhor:

“Fui ver e encontrei Domingos que falava e depois calava, como à espera de uma resposta. Entre outras coisas ouvia claramente estas palavras: “Sim, meu Deus, já vos disse e vo-lo digo de novo: amo-vos e quero amar-vos até à morte. Se virdes que vos hei-de ofender, enviai-me a morte: sim, antes a morte que o pecado”.

Quando Dom Bosco lhe perguntou o que fazia nesses momentos, Domingos lhe respondeu: “Pobre de mim, vem-me uma distração, e naquele momento perco o fio das orações, e parece-me ver coisas tão belas que as horas fogem sem que eu dê por isso”.

Essa contemplação acompanhou Domingos até os últimos momentos de sua vida. O jovem adoeceu e precisou voltar para sua casa. Antes de morrer, contudo, exclamou “Que coisas belas eu vejo!” e partiu para  a casa de Deus em 9 de março de 1857, aos 14 anos. *

A intercessão às gestantes.

Em setembro de 1856, Domingos solicitou a Dom Bosco que lhe fosse autorizado ir a sua casa. O formador questionou a razão do pedido, ao que Domingos respondeu: “Minha mãe está muito delicada e a Virgem quer curá-la”. Naturalmente, Dom Bosco perguntou quem lhe havia informado a respeito do estado de saúde de sua mãe, mas Domingos disse que não recebeu a notícia de ninguém, mas assegurou que sabia. Como Dom Bosco conhecia bem as virtudes do jovem, autorizou que ele realizasse a viagem à sua casa.

Brígida, mãe de Domingos, estava grávida e vinha sofrendo com dores em sua gestação. Quando Domingos chegou, abraçou-a fortemente e, a pedido da própria mãe, se afastou com os vizinhos para esperarem a visita do médico da região. Quando ele chegou, no entanto, encontrou Brígida recuperada em sua saúde e, no mesmo dia, nasceu a criança, que foi batizada de Catarina. Enquanto os vizinhos a auxiliavam, viram que sobre seu pescoço repousava um escapulário. Posteriormente, Domingos pediu à mãe que conservasse aquele sacramental e o emprestasse às mulheres que viessem a necessitar. Assim se fez e se tem conhecimento de muitas graças alcançadas por meio dessa devoção.*

Gestação e santidade

Quis o Senhor que São Domingos Sávio, em sua pureza e gratuidade, fosse instrumento de Sua Misericórdia, levando às gestantes a presença de Jesus e Maria a esse momento tão sublime que envolve a gestação e o nascimento de uma criança, dom de Deus para a família.

O documento Amoris Laetitia nos traz firmes e belas afirmações a respeito do milagre de se gerar uma vida. A própria gestação consolida a máxima do amor: ele é sempre fecundo. O artigo 166 declara que “Cada nova vida permite-nos descobrir a dimensão mais gratuita do amor, que nunca cessa de nos surpreender. É a beleza de ser amado primeiro: os filhos são amados antes de chegar”. Essa constatação retoma o amor de Deus por nós, pois Ele sempre toma a iniciativa de nos amar antes mesmo que façamos algo para merecê-lo.

A gestante é como uma arca que guarda um tesouro eterno, visto que o próprio Senhor afirma: “Antes de formar-te no seio de tua mãe, eu já te conhecia, antes de saíres do ventre, eu te consagrei”. Sim, Deus tem um projeto eterno para cada vida que se faz dentro do ventre de uma mulher. Eis a grandeza e a solenidade de uma gestação.

Rendamos graças ao Senhor por Sua providência, pelo santo intercessor que concede às gestantes. Que a vida do jovem São Domingos Sávio, além do amparo na hora da intercessão, seja parte dos sonhos de cada mãe e cada pai para a vida de seus filhos.

São Domingos Sávio, rogai por nós!

Artigo desenvolvido por Thiele Piotto

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