A Semana Santa é uma tradição religiosa que celebra a Paixão, morte e a ressurreição de Jesus Cristo. É o ponto central da Fé Católica.
A história nos mostra que a primeira celebração cristã da Semana Santa ocorreu no ano de 1682. Ela se inicia no Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Segundo o evangelho, Jesus foi para Jerusalém para celebrar a Páscoa Judaica com os discípulos e entrou na cidade como um rei, mas sentado num jumentinho e foi aclamado pela população como o Messias, o rei de Israel. A multidão o aclamava: “Hosana ao Filho de Davi!”.
Na segunda-feira antes da morte de Jesus, de acordo com Mateus 21, Marcos 11 e Lucas 19, Jesus retorna a Jerusalém e, vendo as práticas comerciais vergonhosas realizadas na área do templo, reage com indignação, expulsando os vendedores e denunciando que eles transformaram a casa de seu Pai num covil de ladrões. O evangelho de João registra ainda que Ele repreendeu a incredulidade das multidões.
Segundo Mateus, Marcos e Lucas, na terça-feira da Semana Santa, Jesus retorna mais uma vez a Jerusalém, onde é confrontado pelos dirigentes do templo quanto à sua atitude no dia anterior. Eles questionam a autoridade de Jesus, que responde e ensina usando parábolas como a da vinha (cf. Mt 21,33-46) e a do banquete de casamento (cf. Mt 22,1). Há também o ensinamento sobre o pagamento dos impostos (cf. Mt 22,15) e a repreensão aos saduceus, que negam a ressurreição (cf. Mt 22,23). Jesus faz ainda a terrível profecia sobre a destruição de Jerusalém caso os seus habitantes não creiam nele, afirmando que não restará pedra sobre pedra (cf. Mt 24).
Na quarta-feira antes de sua morte, Os ímpios conspiram contra Jesus. Judas vai até o Sinédrio e oferece-se para entregar Jesus em troca de dinheiro, 30 moedas de prata e a partir daí, só lhe falta encontrar a oportunidade ideal (Mateus 26,14-16, Marcos 14,10-12 e Lucas 22,3-6).
Na quinta-feira inicia-se o Tríduo Pascal, os três dias que culminarão na Ressurreição de Jesus. Jesus instrui seus amigos a se prepararem para a Última Ceia com Ele. Durante o dia, eles fazem os preparativos (cf. Mt 26,17). Na Missa da Quinta- Feira Santa recordamos a Última Ceia que Jesus compartilhou com seus apóstolos. Estamos com Jesus e os doze, e fazemos o que eles fizeram. Por meio da celebração desta primeira Missa e da instituição da Sagrada Eucaristia (Mt 26,26), unimo-nos a Jesus e recebemos o Seu Corpo e o Seu Sangue como se fosse a primeira vez. Após a Última Ceia, os apóstolos e Jesus se dirigem até o Horto das Oliveiras, onde o Cristo lhes pede que orem e vigiem, enquanto Ele experimenta grande sofrimento e agonia (cf. Mt 26,30).
A liturgia deste dia termina em silêncio. Permanecemos assim, ao lado de Jesus no Horto das Oliveiras e oramos enquanto Ele enfrenta a sua terrível agonia. Perto da meia-noite, Jesus será traído por Judas. O Cristo será preso e levado para a casa do sumo sacerdote (cf. MT 26,47).
Pela manhã, Ele é levado até a presença de Pilatos, o governador romano, que repassa o caso para o rei Herodes. Herodes o manda de volta para Pilatos, que, em algum momento no meio da manhã, cede à pressão das autoridades do templo e das multidões e condena Jesus à morte cruel por crucificação. No final da manhã, Jesus é levado pelos soldados através da cidade até a colina do Gólgota. Ali, ao meio-dia, Ele é pregado à cruz e agoniza durante cerca de três horas. Por volta das três da tarde, Jesus entrega o Espírito ao Pai e morre. Descido da Cruz, é colocado apressadamente no sepulcro antes de anoitecer. Este é um dia de oração, jejum e abstinência. Este é o momento onde a Igreja recorda a Morte do Salvador. É o único dia que não se celebra a missa.
Durante o Sábado Santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição. No dia do silêncio, a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.
O próprio Cristo está calado. Ele, que é o Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz: “Pai, por que me abandonaste?”, agora ele cala no sepulcro. Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloquente: “resplandece o mistério da Cruz”.
O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. É um dia de meditação e silêncio. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro.
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Vigília Pascal
A celebração é no sábado à noite, de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc. 12, 35), tenham acesas as lâmpadas como os que aguardam a seu Senhor quando chega, para que, ao chegar, os encontre em vigília e os faça sentar em sua mesa. Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja é convidada a participar do banquete eucarístico, que por sua Morte e Ressurreição, o Senhor preparou para seu povo. Entoa-se o grande glória, o brado de que Cristo ressuscitou dos mortos.
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Domingo de Páscoa
Páscoa, do hebraico Pessach, significa passagem. É uma grande festa cristã para nós, é a maior e a mais importante festa. Reunimo-nos como povo de Deus para celebrarmos a Ressurreição de Jesus Cristo, Sua vitória sobre a morte e Sua passagem transformadora em nossa vida.
O Tempo Pascal compreende cinquenta dias a partir do domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes, vividos e celebrados com grande júbilo, como se fosse um só e único dia festivo, como um grande domingo. A Páscoa é o centro do Ano Litúrgico e de toda a vida da Igreja. Celebrá-la é celebrar a obra da redenção humana e da glorificação de Deus que Cristo realizou quando, morrendo, destruiu a morte; e ressuscitando, renovou a nossa vida.
Artigo desenvolvido por Dayse de Melo.