Diocese de Santo André

Mentira: Quais os venenos que podem sair da nossa boca?

“O que sai da boca procede do coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, falsos testemunhos, mortes, adultérios, fornicação, furtos e blasfêmias” (Mateus 15,18-19).

Muitos de nós, temos vivas na memória as gargalhadas decorrentes das brincadeiras inocentes do “pregar uma peça”, do “contar mentiras”  no dia primeiro de abril, como nos ensinaram aqueles  que nos precederam…  Armações bem elaboradas que quase matavam de susto as pessoas alvo de nossa trama; ou que as deixavam imensamente felizes diante da surpresa que estava por vir. Eram tempos bons em que a verdade dominava os espaços e conversas, e a mentira, que tinha apenas um dia para ela,  tinha perninha curta, fazia crescer o nariz (Pinóquio) e aparecia tanto na prosa quanto nos versos de cantigas e canções de um tempo bom que o vento praticamente  levou por completo.

O que é Verdade num  mundo marcado pela desconstrução da própria Verdade? Num mundo de mentiras e enganações falaciosas?  Até no quesito alimentação, estão nos orientando  a comer comida de verdade, fugir dos artificiais fabricados  que mais nos prejudicam do que ajudam?  Vivemos hoje em um contexto confuso em que a mentira bem maquiada  convence mais do que a verdade. O que está nos faltando para o discernimento que nos levaria ao certo? Seria a força da argumentação do bem e do mal que tem nos convencido a apoiar as tendências contrárias à verdade por excelência?

Ao tentarmos encontrar uma explicação para a mentira, encontramos pessoas de caráter tíbio, que não se aceitam, que têm baixa a sua estima e precisam mostrar ser e ter o que não se é, nem o que se tem…  necessidade de auto afirmação para não ficar “fora da casinha”  estabelecida por algumas tendências  que a sociedade atual  dita como  ideal…  pessoas que não assumem sua responsabilidade e a transferem para a outra, acusando-a, incriminando-a… foi a cobra, foi a mulher… (Adão e Eva, o pecado original); encontramos a que aponta um dedo para o outro, acusando-o, enquanto três ou mais dedos apontam para si mesmo…. difamando, fofocando, acrescentando um ponto ao conto… distorcendo os fatos e a história… jogando um saco de penas em cima de um morro, onde será impossível recolher todos os prejuízos de seu falso testemunho . (Não levantar falso testemunho, como nos ensina o oitavo mandamento). Quem mente engana a si mesmo e aos outros.

Como filhos de Deus e cidadãos comprometidos com o bem do próximo, somos chamados a viver e a falar a verdade, por mais dolorosa que possa ser ou parecer, pois a verdade nos conduz ao crescimento e à aproximação com as coisas do alto. Nós não estamos a serviço do pai da mentira (Jo 8,44) muito pelo contrário;  estamos no caminho dAquele que é o próprio Caminho, a Verdade e a Vida ( Jo 14, 2-4 ), pois Jesus não apenas dizia a verdade, ele  é a verdade que nos liberta do poder do pecado, que sempre existiu e sempre vai existir. “Em verdade, em verdade vos digo” (Jo 18,47) nos diz o Senhor, que nos chama a viver em Espirito de Verdade, testemunhando a verdade evangélica em tempo integral, onde quer que estejamos e com quer que partilhamos nosso caminhar de todos os dias.  Ocupando-o por inteiro para que não sobre espaço para o mal.

Meditar a Palavra de Deus e colocá-la em prática, é a única forma de nos protegermos de tudo quanto é contrário à verdade. Afastemo-nos das más influências e de tudo quanto corrompe os bons costumes (1 Coríntios 15:33) e  nos afasta da comunhão com Deus. – “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” (Provérbios 4:23).

Perguntei a um jovem profissional, Gestor de Situações Críticas de Suporte (TI) –   sobre o que seria a mentira, e ele assim a descreveu:

A mentira é um artifício usado exclusivamente pelo ser humano, de modo que pode ajudá-lo a sobreviver durante os tempos. Ela em si deve ser vista/classificada por diferentes tipos (inofensivas, perigosas, articuladoras etc), tem uma conotação negativa, deve ser evitada e somente usada para determinadas situações que não fira alguns pilares como honestidade e confiança. Vivemos em um mundo/sociedade em que a mentira é usada e todos nós acabamos lidando com a mesma de alguma maneira. Eu particularmente lido com a mentira todos os dias no ambiente corporativo em que trabalho.

 O pastorzinho e o Lobo  – La Fontaine

Há muito tempo atrás, havia um pequeno pastor que se chamava Antônio e que cuidava das suas ovelhas nos campos de pasto dos arredores da aldeia. Todas as manhãs, muito cedo, o pastor saía com o seu rebanho para o campo, e enquanto via as suas ovelhas a comer, Antônio ficava pensando no que poderia fazer para se divertir e fazer as horas passarem mais depressa. Um belo dia, o pastorzinho, cansado de ficar olhando as ovelhas, decidiu que seria divertido aprontar com as pessoas da aldeia. Aproximou-se do lugarejo e começou a gritar:

“Socorro, socorro! O lobo está vindo, socorro!!!” Ao ouvir os pedidos de socorro do pastor, o pessoal da aldeia largou tudo o que estava a fazer e correu para ajudar. No entanto, quando lá chegaram, deram conta de que se tratava de uma brincadeira, e ele ria às gargalhadas. Os aldeões ficaram muito aborrecidos e decidiram voltar para suas casas. Assim que foram embora, Antônio decidiu gritar de novo: “Socorro, socorro, socorro!!!” Desta vez, as pessoas acreditaram que era verdade e que, diante do lobo feroz, o pobre Antônio iria precisar de ajuda. Mas, ao chegarem perto dele, o encontraram novamente rindo à beça.

Desta vez os aldeões aborreceram-se ainda mais e foram embora zangados.
Na manhã seguinte, Antônio levou novamente as suas ovelhas para o mesmo pasto e ainda ria ao lembrar o que tinha acontecido no dia anterior. Não se sentia nada arrependido. Mergulhado nos seus pensamentos, Antônio nem se deu conta de que um lobo se aproximava. Quando deu meia volta e deparou com ele, o medo invadiu o seu corpo. Ao ver que o animal se aproximava mais e mais, começou a gritar, desesperado: “Socorro, socorro, socorro! Lobo… lobo… Vai devorar todas as ovelhas, socorro!!!” Mas, desta vez, os seus gritos foram em vão. Os camponeses não acreditaram em Antônio e não foram ajudar.

O infeliz pastorzinho ficou a ver como o lobo atacava as suas ovelhas, enquanto continuava a pedir auxílio, gritando várias vezes: “Socorro, socorro! O lobo!!!” Os aldeões continuaram a se fingir de surdos, enquanto o pastor via o lobo a comer as ovelhas. Então, Antônio se deu conta de que tinha sido muito injusto para com os habitantes da aldeia e, apesar de ser tarde demais, arrependeu-se profundamente e nunca mais voltou a mentir nem a tirar sarro dos outros.

Moral: Mentir faz com que você perca a credibilidade com Deus e com todos que convivem com você!!!

Artigo desenvolvido por Osmarina Pazin 

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