Celebração realizada no domingo, em São Bernardo, destacou tema “Migração e Políticas Públicas” e o lema: “Acolher, proteger, promover, integrar e celebrar. A luta é todo dia”
Com o tema “Migração e Políticas Públicas” e o lema: “Acolher, proteger, promover, integrar e celebrar. A luta é todo dia”, em sintonia com a Campanha da Fraternidade 2019, a Abertura da 34ª Semana Nacional do Migrante na Diocese de Santo André aconteceu na manhã deste domingo (16/06), na celebração da Solenidade da Santíssima Trindade, na Igreja Matriz de São Bernardo – Basílica Menor da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, em São Bernardo do Campo.
Durante a procissão de entrada, leigos e leigas empunhavam bandeiras de países representados por imigrantes que chegaram ao Grande ABC para trabalhar e permaneceram na região, além das imagens do bem-aventurado João Batista Scalabrini (1839-1905), considerado o pai dos migrantes, de Maria, mãe dos migrantes, e de São Rafael Arcanjo.
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Acolhida como missão
Pregando a paz e união entre os povos, a missa foi presidida pelo assessor diocesano da Pastoral do Migrante e pároco da Igreja Matriz de Santo André, Pe. Jean Dickson Saint-Claire, que trouxe uma reflexão sobre uma das prioridades do 8º Plano Diocesano de Pastoral, ao tratar a acolhida como uma missão de todo cristão.
Para contextualizar o assunto, o sacerdote se referiu a passagem do evangelho de Mateus (25:35) “Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa”.
“Que a nossa Igreja Diocesana reze pelos irmãos para que haja justiça social, haja consciência dos políticos na elaboração de políticas públicas, que se pratique solidariedade aos estrangeiros e que a Igreja tenha realmente a ciência da importância dos migrantes, nas questões das culturas e da construção de nossa sociedade, com mais respeito, paz, amor e fraternidade”, enfatiza.
Antes do início da celebração, o pároco da Igreja Matriz são-bernardense, Pe. Alejandro Cifuentes Flores, também deixou uma reflexão aos fiéis. “Lembrando sempre que em nossa igreja, ninguém é estrangeiro. Somos todos irmãos. A igreja é um espaço onde todos somos uma só família, temos o mesmo Deus e que, portanto, possamos acolher bem a todos e a todas”, sintetiza.
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Amor ao Brasil
Em meio as dificuldades da época das ditaduras na América Latina, o chileno José Rosário Flores, 68 anos, e a chilena Isabel Margarita Duarte Pino, 67 anos, são casados e relembram dos regimes militares que enfrentaram na década de 1970, com o general Augusto Pinochet, no Chile, e no Brasil, quando chegaram em 1977, com o general Geisel, na ditadura militar que persistiu até 1985.
“Se encontramos aqui no Brasil. Fomos aos poucos sendo acolhidos. Foi uma época difícil, de ditaduras, mas não se arrependemos de nada. Sair do país e ficar longe da família trazia muitas saudades. Mas adotamos o Brasil como nossa nação”, recorda Isabel.
“Saímos de um país que estava em ditadura e chegamos em outro que também estava num regime militar. Chegamos aqui com muitos desafios, sem saber o idioma e o que o futuro nos reservaria. Mas graças a Deus, vivemos aqui há 42 anos e estamos bem”, complementa José.
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Do Espírito Santo
Leandro Stucchi viveu durante 23 anos no estado do Espírito Santo, e recentemente retornou para São Bernardo. Ele atuava como ministro da Eucaristia, na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Vila Velha, e conta que retornou a região por conta de compromisso profissional.
“Primeira coisa quando chegamos num lugar é procurar uma igreja. E quero também participar ativamente das atividades como Terço dos Homens e grupos de oração aqui, também”, relata, ao dizer que ajudará na confecção dos tapetes de Corpus Christi na noite da próxima quarta (19/06), após a missa das 19h na Igreja Matriz de São Bernardo.
