Diocese de Santo André

Santo Antônio: legado da luta pela justiça social na sociedade

Celebrado na quinta-feira (13) em várias paróquias do Grande ABC, protetor dos pobres e conhecido como ‘santo casamenteiro’ tem história ligada a solidariedade coletiva e igualdade de direitos

Um símbolo da luta pela paz, perdão, justiça, fraternidade, solidariedade e da conversão para o Evangelho. Se falássemos que o legado de Santo Antônio é tão atual e presente na atual sociedade não seria exagero, e sim uma constatação para cerca de 20 mil pessoas que passaram nesta quinta-feira (13/06) pela paróquia destinada ao padroeiro na Vila Alpina, em Santo André.

Fiéis e devotos do santo ‘casamenteiro’, patrono dos pobres e missionário da Palavra de Deus participaram desde as primeiras horas da manhã até o período da noite das sete missas, receberam as bençãos, agradeceram as graças alcançadas, levaram os pães e pedaços de bolo abençoados para os lares e prestigiaram a quermesse, que contou com o momento especial do levantamento do mastro junino.

Contudo, de acordo com o pároco anfitrião, frei Pedro Antônio Pereira, a presença maciça das pessoas nesta data tão especial para a Igreja Católica é o desejo de uma proximidade maior com Deus, em tempos que as demandas do povo eram as mesmas defendidas antigamente por Santo Antônio, nos idos do século XIII.

“Nossa sociedade carece desse contato mais íntimo com Deus. Num mundo tão secularizado, a gente percebe as pessoas buscando esse desejo, de fato, de estar próximo de Deus. Acho que é fruto da realidade difícil que vivemos hoje, que o país passa. E o apego a Deus é o caminho para superar essas dificuldades”, avalia.

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Justiça na sociedade

Essa busca pela justiça social e igualdade de direitos norteava a caminhada de Santo Antônio, nascido em Lisboa, em Portugal, mas que exerceu o papel de missionário, viajando muito, e morrendo na cidade de Pádua, na Itália. A tradição da distribuição dos pães simboliza a partilha de bens e a dignidade para a população mais carente, que também tem o direito à qualidade de vida.

Assim como nos tempos atuais, a vida de Santo Antônio nem sempre foi fácil. Sendo um missionário pregador da Palavra de Deus, cativava as pessoas e defendia os mais pobres na sociedade, ao mesmo tempo que criticava as maldades praticadas contra o povo. Não suportava injustiça. Com isso, atraiu muitas bençãos de Deus para as pessoas. No entanto, muitos não gostavam de sua atuação.

“Mas Santo Antônio seguia em frente. Ajudava a distribuir o pão, simbolizando a partilha dos bens. A cidade de Pádua era conhecida como a cidade dos usuários, que emprestavam dinheiro a juros altos e a pessoa que ficava devendo virava escravo de quem ele era devedor. Então, Santo Antônio lutou muito para acabar com isso para haver partilha do pão”, explica o bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini, que celebrou a missa das 15h na paróquia da Vila Alpina.

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Luta pela igualdade

Segundo Dom Pedro, um dos caminhos para superar a barreira das injustiças sociais é imitar o exemplo do santo em nossas práticas com a família, no trabalho e na relação com os direitos do próximo. Ele recorda a história de um vizinho devoto de Santo Antônio, quando atuou como padre durante 27 anos na cidade de Campinas.

“Esse senhor rezava muito, morreu num dia 12 e foi enterrado no dia 13 de junho. Fui lá fazer as exéquias. Ele praticava o que Santo Antônio ensinava: o amor a palavra de Deus, a partilhar o pão, a sermos missionários e levarmos a Boa Nova ao povo, a sair do nosso egoísmo”, relembra.

Sobre a fama de ‘santo casamenteiro’ de Santo Antônio, Dom Pedro explica que na época, por volta dos séculos XII e XIII, uma moça pobre não podia se casar com um moço rico, na região de Pádua. Por isso, Santo Antônio ficou conhecido como o santo que ajuda mulheres a encontrarem um marido por conta da ajuda que dava a moças humildes para conseguirem um dote e um enxoval para o casamento. “Santo Antônio lutou muito para acabar com essa lei da cidade de Pádua, e por isso, todos ficaram agradecidos a ele, de acabar com essa injustiça”, relata.

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Tradições

Ao final da celebração, Dom Pedro abençoou os pães dos fiéis e participou do levantamento do mastro de Santo Antônio, erguido todo dia 13 de junho, uma tradição realizada na quermesse, que acontecerá até o último fim de semana de junho, todo sábado e domingo, sempre a partir das 19h, na Praça São Francisco, 113, Vila Alpina, em Santo André.

 

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