Falar da história da Diocese de Santo André em poucos minutos é praticamente impossível diante do legado construído durante seis décadas e meia. Mas destacar o protagonismo e a atuação transformadora na sociedade é suficiente para exaltar a Ação de Graças pelos 65 anos da Igreja Diocesana no Grande ABC.
“Missão evangelizadora com promoção humana. Essa é a grande característica da nossa igreja. Evangelização com promoção humana. Sejamos uma igreja alegre e participativa”.
Assim, o bispo Dom Pedro Carlos Cipollini destacou vários pontos relevantes da trajetória da Diocese de Santo André durante a homilia da Missa Solene realizada na noite de segunda-feira (22/07), presenciada ao menos por 800 pessoas que vieram das dez regiões pastorais e lotaram as dependências da Catedral Nossa Senhora do Carmo, na região central do município andreense.
Um momento inesquecível para quem esteve nesta celebração e pôde constatar a trajetória dos leigos e leigas, dos religiosos e religiosas, dos bispos e sacerdotes, virgens consagradas, ministros, agentes de pastorais, coordenadores e coordenadoras que por essas terras deixaram suas marcas e por outros que continuam esse trabalho de evangelização.
Antes da benção final, os fiéis se uniram para uma salva de palmas à Igreja Diocesana que é construída pelo povo de Deus e segue os passos de Jesus Cristo, ontem, hoje e sempre.
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História viva
Sob regência do maestro Diego Muniz, o Coral Diocesano composto por 60 vozes abrilhantou a solenidade, que teve a participação de intérpretes de libras. Padres, diáconos, seminaristas, representantes de pastorais e movimentos. Famílias, casais e crianças. Enfim, fiéis comprometidos em anunciar a Boa Nova e promover o Reino de Deus na terra estiveram unidos num só corpo, que é a Diocese de Santo André.
Momento sublime desta grandeza também realça a beleza da alma dos pastores que contribuíram para o zelo e crescimento do rebanho, como as lembranças na procissão da entrada com o brasão da Diocese e a bula Archidiœcesis Sancti Pauli (Arquidiocese de São Paulo), que há 65 anos foi lida e proclamada nesta igreja; as lutas de Dom Jorge Marcos de Oliveira e Dom Cláudio Hummes contra a ditadura e a favor da democracia, ao lado dos trabalhadores e das trabalhadoras; a lembrança do saudoso Dom Décio Pereira e o seu sorriso cativante; e o bispo emérito Dom Nelson Westrupp, que cumpre agenda no estado de Santa Catarina.
“Uma acolhida especial a Dom Nelson, a quem cumprimentamos pelo transcurso dos 55 anos de ordenação sacerdotal e 28 anos de ordenação episcopal”, disse Dom Pedro.
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Tempos atuais
Dom Pedro fez uma breve retrospectiva da Diocese, ao correlacionar as características da região e o protagonismo da igreja na sociedade.
“Ao celebrarmos 65 anos de criação de nossa Igreja Diocesana de Santo André queremos prometer fidelidade a Jesus, fundamento único sobre o qual desejamos continuar construindo nossa vida, nossa história, nossos esforços evangelizadores em favor do Reino de Deus”, enfatiza.
“Que possamos redobrar nosso amor e serviço na Igreja Diocesana de Santo André, no convívio entre irmãos e irmãs, em especial aos pobres que são verdadeiros ostensórios de Jesus Cristo. “Pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”, 1 João 4: 20. E é com esse ostensório que nossa Igreja quer percorrer os caminhos da história, lavando os pés uns dos outros”, prega.
Sobre o 8º Plano Diocesano de Pastoral, o bispo diocesano afirmou que “o nosso sínodo diocesano pretendeu resgatar aquilo que é essencial na vivencia eclesial tão bonita na história dessa igreja. E o Espírito Santo nos indicou o caminho da acolhida e da missão, o vicariato da caridade social, e outras iniciativas pastorais, em sintonia com o passado de tantas realizações, as quais nos ajudarão a focar no essencial”, projeta.
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Aniversário e lembranças
O presidente da Federação das Ligas Católicas da Diocese de Santo André, José Getúlio dos Santos Filho, 78 anos, chegou em Santo André em 1965 e acompanhou o desenvolvimento da Igreja Diocesana.
“Vim de Minas Gerais, conheci Dom Jorge (Marcos de Oliveira), trabalhei na Volkswagen, participei das greves e pude presenciar toda luta da igreja pela justiça social nos tempos de Dom Cláudio”, relembra.
Maria Madalena de Souza Galesso. 69 anos, tem uma história interessante. Ela foi batizada com o nome de Santa Maria Madalena, cuja festa acontece todo 22 de julho. Detalhe: ela faz aniversário no mesmo dia.
“É muito gratificante estar aqui na catedral e recordar de todo esse trabalho que realizamos por quase cinco décadas, rezando o terço nas casas e visitando os doentes”, frisa.
Por outro lado, a juventude também esteve presente. O enfermeiro Jeferson Silva de Oliveira, 25 anos, presenciou principalmente os períodos episcopais de Dom Nelson e Dom Pedro. Ele reforça a importância de orar pelas vocações. “São fundamentais para a nossa diocese”, acredita o paroquiano da Santa Rita de Cássia de Diadema.
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Mudança na Catedral
Após diálogo com Dom Pedro, o pároco da Catedral, Pe. Joel Nery, avisou o público sobre uma alteração no posicionamento de imagens na igreja. Padroeiro diocesano, Santo André que ficava perto das portas laterais, agora aparece ao lado direito, mais próximo do presbitério. Já a Santa Maria Madalena está ao lado do santo sepulcro, já que no túmulo vazio foi a primeira a encontrar-se com o Ressuscitado e dali anunciar a todos.
“Essa pequena troca serve para lembrar de duas figuras, dois santos agora ali valorizados. Nosso padroeiro diocesano e Ela, que dali, ao lado do santo sepulcro continua a lembrar que somos testemunhas de um túmulo vazio, o Ressuscitado se faz entre nós, sempre”, destaca Pe. Joel.
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