Ocorrida entre os dias 3 e 7 de fevereiro, a Semana Bíblico-Catequética Diocesana 2020 deixa um legado de aprendizado para cerca de 1,2 mil catequistas que atuam com crianças, jovens, adultos, pais e padrinhos, das dez regiões pastorais da Diocese de Santo André que participaram das palestras, em sintonia com os itinerários do 8º Plano Diocesano de Pastoral e por uma Igreja em saída defendida pelo Papa Francisco. No encerramento no salão da Basílica Menor Nossa Senhora da Boa Viagem, em São Bernardo do Campo, o bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini explanou na noite de sexta-feira (07/02), sobre o tema Tendências que atrapalham a vivência e a educação da fé na sua unidade e integralidade, agradeceu a acolhida, elogiou a participação expressiva dos catequistas nos cinco locais das palestras e reforçou a missão de cada integrante, no sentido de incentivar e valorizar o trabalho realizado na catequese diocesana. “Ser catequista, mais do que tudo, é uma vocação. É uma missão. Uma vocação e missão que o próprio Deus dá e você acolhe no seu coração. Apesar dos desafios e das dificuldades, tenho visto a boa vontade e esforço, não só de realizar essa obra, mas de realizá-la em conjunto, como algo comunitário”, destaca.
Tesouro da Igreja
Sobre o assunto, Dom Pedro elegeu a fé como fundamental para os cristãos. “É a certeza daquilo que esperamos. Jesus é o autor e consumador da fé. Portanto, a fé para nós é aquilo que é o começo, meio e fim. Nós recebemos a fé como dom de Deus. Ninguém fabrica a fé. Recebemos a fé no dia do batismo e essa fé precisa ser cultivada a vida toda. A fé é o tesouro da Igreja e de todo o cristão”, enfatiza. De acordo com o bispo, a fé verdadeira simboliza a perseverança, principalmente nas dificuldades. “A fé se torna luminosa diante da escuridão. Então, nossa tarefa de catequistas é formar na fé esse dom de Deus, que é capaz de sustentar o cristão e a cristã em todos os momentos da vida. Deus está sempre presente. A partir da fé, devemos ver a presença de Deus em nossa realidade”, indica.
Conteúdo
As demais palestras também foram norteadas pelo cotidiano atual, como Depressão e suicídio: Causas e Consequências. Desafios da ação evangelizadora na catequese, apresentada pelo coordenador da Comissão Diocesana da Pastoral Catequética, Pe. Eduardo Calandro; Mês da Bíblia 2020 – Livro do Deuteronômio. “Abre a tua mão para teu irmão!”, com o palestrante Pe. José Pedro Teixeira de Jesus; Vicariato Episcopal para a Caridade Social: a dimensão sócio transformadora na Catequese, com o palestrante Pe. Ryan Matthew Holke; e Espiritualidade do Catequista: Vivência da Leitura Orante da Bíblia, com a palestrante Irmã Nelcelina Barbosa.
Legado dos encontros
Catequista há 26 anos e com a experiência de ter atuado em todos os segmentos, Ana Lúcia Silva Roggi, 58 anos, da Paróquia Santa Maria – Região Anchieta, avaliou que os ensinamentos de cada palestra são essenciais para envolver os catequizandos, através da Palavra de Deus e ações práticas. “O conteúdo tem que ser baseado na Palavra de Deus. Então, esse ensinamento de como manusear a palavra, de como conduzir o catequizando através de nosso testemunho e do nosso empenho é prioridade”, sintetiza a profissional da área de contabilidade.
Da Paróquia Santíssima Virgem, Região Rudge Ramos, a professora Sandra Becker, 55 anos, reforça que os cinco temas tratados ao longo da semana alerta os catequistas sobre a prática da Igreja em saída, dos itinerários do 8º Plano de Pastoral e da Iniciação à Vida Cristã em todas as paróquias. “Que a nossa catequese não seja fechada somente nas doutrinas, mas que seja a partir do testemunho, uma catequese de presença para o outro. Que aprendamos a escutar e fazer com que essa criança, jovem e adulto que venha nos procurar se sinta acolhido e muito bem dentro da igreja, como membro atuante nas comunidades”, comenta.
Também professora, Karen Garcia Pinheiro, 47 anos, participa do Caminho neocatecumenal na Paroquia Santa Teresinha, na Região Centro. Ela acredita que os palestrantes alcançaram o objetivo de despertar ações no cotidiano de cada catequista e catequizando. “Que tudo que as crianças ouvem na catequese possa ser vivenciando ou percebido na vida delas, em família, na escola. Costumamos usar as experiências que as crianças têm fora da vivência de comunidade. Procuramos mostrar que Deus está presente na vida deles, não somente dentro da sala, mas em todos os momentos, e que podem levar isso aos amiguinhos da escola, aos pais, familiares”, opina.