Economia de Francisco é o grande encontro convocado pelo Papa Francisco para “repensar” a atual economia que destrói o meio ambiente, aumenta o desemprego e a pobreza, e concentra a riqueza cada vez mais nas mãos de poucos super-ricos. O encontro vai acontecer de 19 a 21 de novembro de 2020 em Assis, Itália, chamado pelo Papa de “Economia de Francisco”, se inspirando em Francisco de Assis para uma nova economia, com relações mais justas e fraternas. Ele convoca a todos para uma economia mais justa, sustentável e sem exclusão de ninguém, e é uma proposta de sobrevivência, pois a economia atual está levando o planeta e a humanidade ao colapso. Por isso, têm-se formado inúmeros grupos locais da Economia de Francisco, para trazer “vida” a atual economia:
– A riqueza do mundo poderia propiciar, atualmente, a toda família, no planeta, renda de 12 mil reais por mês! Mas 800 milhões de pessoas passam fome no mundo e 5 megabilionários têm a mesma riqueza que 3,5 bilhões de pessoas!
– No Brasil, as famílias pagam 100% de juros ao ano nas compras a prazo e em empréstimos (na Europa, são de 5%). São mais de 60 milhões de endividados em nosso país, que não conseguem mais comprar!
– No Brasil, para as empresas, os juros são de 50% ao ano (na Europa, são menos de 2%)!
– Famílias e pequenas empresas, assim, pagam R$ 1 trilhão de juros ao ano aos bancos (www.dowbor.org/ veja no youtube: “10 minutos para entender economia” de Ladislau Dowbor).
– O Estado brasileiro, por meio dos juros da dívida pública (com inúmeras irregularidades), paga anualmente mais R$ 1 trilhão aos bancos e aos aplicadores do mercado financeiro (40% de toda a receita do país – www.auditoriacidada.org.br)!
– O dinheiro está concentrado nas mãos dos banqueiros, as famílias não conseguem comprar, as empresas não vendem o Estado não investe, trava a economia: aqui está a crise do Brasil!
Por outro lado, o dinheiro, quando está no meio do povo, circula muito, as famílias compram e usam serviços, faz crescer o PIB, gera empregos, o Estado arrecada mais e isso tudo desenvolve o país. O Papa diz ser urgente “trazer alma” às relações econômicas, pois, do jeito que hoje elas estão, matam as pessoas e devastam o planeta. Uma nova economia requer uma grande mudança no pensar, com o ser humano e o meio ambiente no centro das preocupações, como o próprio Evangelho ensina. Por isso, é importante também fazer crítica a essa atual economia. Diante de tudo isso, não podemos aceitar o desmonte das políticas públicas que afetam os mais pobres. Precisamos promover economias solidárias e bancos comunitários, organizar articulações locais e regionais para lutar pela distribuição de renda e justiça social, e, assim, participaremos da Economia de Francisco (www.ecofranbr.org).
- Artigo por Frei Marcelo Toyansk Guimarães, frade capuchinho, animador da Comissão de Justiça, Paz e Integridade da Criação dos Frades Capuchinhos e Articulação Brasileira pela Economia de Francisco