Diocese de Santo André

Especialista orienta cuidados com a pessoa idosa em tempos de pandemia

Em tempos de pandemia da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, especialistas alertam para os cuidados com os idosos e pessoas pertencentes aos grupos de risco, mais vulneráveis aos sintomas da enfermidade.

Para conversar sobre o assunto, a Diocese de Santo André convida nesta terça-feira (30/06), o médico geriatra José Manoel Ferreira, que atua em consultório particular e casas de repouso na cidade de Santo André. Ele também realiza trabalhos voluntários de formação de líderes da Pastoral Diocesana da Pessoa Idosa e atendendo a população idosa carente na Paróquia Nossa Senhora da Paz, na Região Santo André – Leste. Acompanhe a entrevista:

 

1 – Qual a importância do isolamento social para a população idosa?

Como todos sabemos, a população idosa é a população de maior risco. Tanto para morbidade, com o risco de ficar doente, como em termos de mortalidade. Isso porque o idoso tem o sistema imunológico muito frágil devido a um processo que chamamos de Imunossenescência, onde nada mais é do que o envelhecimento do sistema imunológico.

Então nós estamos falando de uma população de 32 milhões de indivíduos no Brasil, sendo que 16 milhões desses indivíduos estão aqui no estado de São Paulo. E como nós não temos ainda nenhum medicamento, não temos ainda uma vacina, em termos de prevenção, a única coisa que nós podemos fazer para evitar com que os nossos idosos contraiam essa terrível doença é o isolamento social. Eles têm que ficar muito bem guardadinhos em casa.

 

2 – E quais seriam os cuidados necessários para evitar o contágio?

É aqui que eu gostaria de chamar uma atenção para um estudo recente que saiu nos Estados Unidos, em questão de umas duas, três semanas, onde mostrou que 60% dos indivíduos que estão ficando doentes lá, atualmente, estavam isolados, e aqui gostaria de chamar a atenção para vocês. Não basta que os idosos fiquem em isolamento. Nós temos que tomar cuidado para que essa porta não seja aberta para a entrada do vírus. Como que nós abrimos a porta para a entrada do vírus? O idoso recebendo visitas desprotegidas. Aqueles que tiverem contato com o idoso tem que fazê-lo usando máscara. O idoso, em casa, se ele estiver em contato com alguém tem que usar a máscara. Já está provado quando duas pessoas que interagem, ambas estão usando as máscaras, o risco de contágio cai demais, para quase zero.

E aquele familiar, aquele cuidador de idosos tem que tomar esses cuidados, também. Tem que, de preferência, trocar de roupa, quando adentrar a casa do idoso. Lavar as mãos, usar álcool gel, a máscara, tomar o cuidado de higienizar tudo aquilo que vai pegar. Tudo aquilo que o idoso pode entrar em contato. Nesse ponto, o que gostaria de chamar a atenção é isso. Não basta deixar o idoso isolado. Tem que tomar o cuidado para não abrir a porta ao vírus.

 

3 – Como tem acompanhado os desdobramentos sobre a busca pela vacina contra a Covid-19?

A medida mais efetiva, o que realmente resolve o problema desse vírus é a produção de uma vacina. Toda doença infecciosa, principalmente viral, a gente consegue combater, evitar e erradicar com uma vacina. Existem atualmente no mundo mais de cem centros estudando a produção de uma vacina contra o coronavírus.

Desses cem centros, por volta de quatorze já estão numa fase mais avançada. Existe um centro na Inglaterra, em Oxford, onde um grupo liderado por uma pesquisadora está numa fase bem avançada, porque já tinha começado a desenvolver essa vacina em 2002 ou 2006, quando surgiu uma variedade do coronavírus. Então, ela já tinha um projeto engavetado e que agora retomou e me parece que está dando bons resultados.

 

4 – Acredita numa previsão mais realista de quando estará pronta?

Mas o ideal seria que consigamos a nossa própria vacina. O Brasil, a Fiocruz, o Instituto Butantan, nós temos excelentes centros produtores de vacina que já estão estudando a produção dessa vacina. E nós já temos dois centros que estão a todo vapor. Porém, acreditamos que na melhor das hipóteses teremos essa vacina daqui um ano a um ano e meio.

A pesquisadora de Oxford provavelmente soltará a vacina antes do fim de ano. Mas vai ter que vacinar primeiro o pessoal da Inglaterra, depois da Europa, dos Estados Unidos. Depois que chegará ao Brasil. Então chegará neste mesmo prazo, de um ano a um ano e meio, numa previsão bem otimista, buscando se prevenir de maneira efetiva desse vírus.

 

5 – Como tem que ser feita a retomada das atividades presenciais e demais serviços em sua opinião? Quais medidas necessárias para prevenção do grupo de risco e, principalmente, os mais idosos e vulneráveis?

Para falarmos em voltar ao convívio social, de voltarmos à normalidade, a primeira coisa que temos de fazer é evitar a disseminação, a propagação do vírus, evitar o contágio. Não tenho dúvidas de que esse contágio se dá principalmente através do contato pessoal. Então, se nós quisermos brecar a propagação desse vírus e voltarmos à normalidade, temos que tomar três cuidados básicos.

O primeiro, o uso de máscaras nas duas pessoas que estão interagindo, bilateralmente. Segundo, manter o distanciamento de dois metros para que o vírus não saia de uma pessoa e chegue na outra. E terceiro, evitar aglomerados de pessoas para que o vírus não tenha acesso rápido de uma pessoa para outra.

Então, se tomarmos esses três cuidados, dificilmente o vírus se propagará. Tomar esses três cuidados são importantes para o monitoramento do surgimento de novos casos. Uma vez que o número de casos novos não for aumentando, uma vez que não houver o surgimento, isso nos vai dar mais confiança e deixar mais à vontade para voltar a nossa normalidade.

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