A Prefeitura de São Bernardo proibiu aulas de reforço presenciais na cidade, até que seja determinada a retomada das atividades regulares em escolas públicas e privadas do município. Na prática, o decreto impede que o Estado possa seguir o cronograma estabelecido para as escolas da rede, com aulas de reforço e acolhimento a partir de 8 de setembro e aulas regulares, limitadas a 30% dos alunos, a partir de 7 de outubro. A administração ainda não definiu a data da retomada das atividades presenciais nas redes municipal e privada.
Diadema também deve seguir o exemplo de São Bernardo e publicar decreto semelhante. A cidade não definiu data para o retorno das aulas na rede municipal. São Caetano, que também ainda não tem previsão para retomada das atividades presenciais em sua rede, realiza hoje reunião para deliberar sobre as escolas estaduais.
Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra já haviam informado que as aulas na rede municipal não serão retomadas presencialmente este ano. Santo André informou que não pretende impedir as aulas nas escolas estaduais; Mauá e Ribeirão ainda avaliam a situação e a administração mauaense frisou que, inicialmente, é contrária à retomada das atividades presenciais em setembro. Rio Grande da Serra não respondeu. Em toda a região, as escolas privadas devem aguardar o reinício das aulas nas escolas municipais.
Na tarde de ontem, o secretário de Educação do Estado, Rossieli Soares, informou que as prefeituras terão autonomia para determinar a retomada das aulas também nas escolas estaduais que estiverem em seus municípios. A decisão impacta diretamente as escolas particulares, que contavam com a manutenção do calendário da rede escolar na região para conseguir, via convencimento ou por medida judicial, que as unidades privadas seguissem as mesmas datas.
O presidente do Sieesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo), Benjamin Ribeiro da Silva, informou que o sindicato já entrou na Justiça na cidade de São Paulo – onde o prefeito Bruno Covas (PSDB) também informou que as aulas não serão retomadas em setembro – para que as escolas particulares reiniciem as atividades no próximo mês. “Se for uma decisão do Consórcio (Intermunicipal do Grande ABC), vamos entrar com apenas uma ação. Se cada cidade adotar a mesma medida, vamos entrar com ações em todos os municípios”, explicou.
Para Silva, a decisão das prefeituras visa mais a economia de recursos do que a alegada contenção da pandemia de Covid-19. “Apenas algumas cidades no Estado tomaram esta decisão. A gente vai insistir que as escolas privadas se prepararam para a retomada das aulas e temos condições de receber os alunos”, concluiu.
Fonte: Diário do Grande ABC