Diocese de Santo André

Dom Pedro: um projeto continuado de conversão depende de nossas atitudes

“Ninguém pode dizer: sou batizado e tenho direito a ser salvo. O batismo é o ingresso no caminho da salvação. Mas se você não caminha, não faz esse caminho, através da prática, da vontade do Pai, você não chega lá.”

Refletindo a parábola dos dois filhos encontrada no Evangelho de Mateus (21, 28-32), o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, afirmou que a realização do projeto de Deus no mundo de hoje, depende do compromisso de trabalhar em favor do Seu Reino de justiça e paz em nosso dia a dia. A declaração do pastor da Igreja Católica no Grande ABC durante a homilia da Santa Missa matutina celebrada no 26º Domingo do Tempo Comum (27/09), na Catedral Nossa Senhora do Carmo, no Centro do município andreense, também reforça a renovação do “sim” de cada pessoa, através de um projeto continuado de conversão e de uma atitude de escuta da palavra pedindo humildemente ao Senhor, a força de colocá-la em prática.

“A salvação é oferecida a todos e dependerá da livre resposta de cada um, e não da camada religiosa, social e étnica. Se pertence ou não os direitos adquiridos. É preciso trabalhar e manter constantemente o ‘sim’ pelo projeto de Deus”, avisa Dom Pedro. Como acontece nas manhãs de domingo, desde a reabertura para missas presenciais em julho deste ano, a celebração foi presidida por Dom Pedro e concelebrada pelos padres Joel Nery (pároco da Catedral) e Camilo Gonçalves de Lima (secretário episcopal), com transmissão pelas mídias diocesanas Facebook e YouTube.

Na Catedral do Carmo, as celebrações com povo retornam durante a semana, de segunda a sexta, às 18h; aos sábados, às 16h; e aos domingos, às 8h, 11h e 18h. Lembrando que as missas ocorrem com capacidade máxima de 100 pessoas, respeitando as regras de distanciamento social e cuidados de higiene, com máscara e álcool gel.

Mudança de vida
A parábola dos dois filhos mostra que a pregação do Reino de Deus por Jesus é um momento essencial na história religiosa do seu povo, de um projeto de conversão e mudança de vida. “Exatamente, como a princípio o primeiro filho recusou a cumprir a ordem do pai, mas depois se arrependeu e obedeceu, também agora os coletores de impostos, as prostitutas e pecadores estão mudando de vida, em resposta à palavra de Jesus, ao anúncio do Reino”, destaca Dom Pedro. “Exatamente, como o segundo filho prometeu e nada fez, os adversários de Jesus aberta e publicamente religiosos diante do povo, não decidem seguir o que Jesus ensina. A culpa dos adversários consiste em sua recusa em aceitar Jesus. Os pecadores aceitam Jesus e os religiosos e devotos o rejeitam. Os corações deles estavam endurecidos”, explica o bispo.
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Confira aqui a homilia de Dom Pedro na íntegra
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Dom Pedro alerta que é preciso que tomemos cuidado, porque às vezes dizemos sim a Deus com os lábios, mas a nossa vida é um grande não contínuo. “Porque não praticamos o que ele ensinou. Sobre muitos aspectos estamos na mesma condição dos hebreus. Somos os filhos que Deus se dirigiu primeiro chamando para trabalhar na sua vinha, isto é, na Igreja. Somos aqueles que deram o ‘sim’ pelo batismo. E quantos outros ‘sim’ dissemos através dos sacramentos do Crisma, do Matrimônio, do perdão e da reconciliação? E quantas vezes nos colocamos a serviço do Reino de Deus, na minha Igreja, na minha comunidade, tendo os mesmos sentimentos de Cristo?”, indaga.

Caminho da conversão

No comentário sobre a Primeira Leitura (Ez 18, 25-28), Dom Pedro recorda que Deus questiona o seu povo sobre a conduta correta. Se o justo abandona o bem para cometer a maldade, não pode atribuir a Deus sua perdição, pois será fruto de sua inconstância, infidelidade, distanciamento de Deus e perversidade. É por causa do mal praticado que o ímpio morre. “Ninguém pode pensar que Deus esteja obrigado a salvá-lo, quando por livre decisão se afasta dele. Ao contrário, se o ímpio pecador se arrepende da maldade praticada e observa o direito e a justiça, com certeza viverá, não morrerá”, cita.
O bispo pondera que nos tempos atuais, quantas pessoas diante das guerras, fome, tragédias humanas, maldades, Covid-19 e tudo isso que acontece de ruim, questionam a Deus dizendo: onde está Deus que não vê isso?, sendo que o que está acontecendo é consequência daquilo que o próprio homem plantou, do seu distanciamento da lei de Deus, da sua perversidade, da sua maldade que vem pela ganância, pela sede de poder de dominar os outros para obter riqueza e lucro. “Deus não é culpado da maldade. Ele tolera, permite, para ver se daí dessa maldade articulada pelo homem ainda pode-se tirar alguma coisa que o salve, se ele se arrepender e se converter”, aponta.

De acordo com Dom Pedro, enquanto viver, o homem tem a possibilidade de converter-se, quer tenha passado os seus anos no pecado, quer tenha cedido ao mal depois de haver servido ao Senhor há algum tempo.
“O importante para todos é converter-se a cada dia, renovar-se o desejo de conversão e perseverar no bem. Conversão quer dizer mudança de rumo. Deixar de fazer o mal e passar a fazer o que Deus pede para o teu próprio bem”, reitera.

Características do cristão convertido

Ainda durante a reflexão do evangelho, Dom Pedro fala das características da vida do cristão convertido apresentadas pelo apóstolo Paulo. Ele tem o seu consolo em Cristo; faz da lei de Cristo, a norma de sua vida; o encorajamento no amor; comunhão no Espírito Santo; a compaixão e misericórdia; como resultado disso, os cristãos tratam uns aos outros não com rivalidades, vangloria, competição, mas com humildade, considerando que o outro é mais importante, cuidando não somente de si, dos seus interesses, mas também cuidando do outro. “Tende entre vós, os mesmos sentimentos de Jesus Cristo, o exemplo supremo deste modo de vida é o próprio Jesus, que Paulo exorta a imitar e explica com a citação de um antigo hino sobre Cristo, mostrando seu desprendimento e humildade”, diz Dom Pedro, ao recordar o hino cristológico da Carta de São Paulo aos Filipenses (2,5-11).

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