Em tempos de pandemia da Covid-19, fiéis e devotos intensificam os pedidos de graças e orações cada vez mais para que os santos intercedam junto a Deus Pai Todo-Poderoso pela cura das enfermidades e doenças do mundo.
Ao longo dos séculos passados, a Igreja Católica Apostólica Romana beatificou e canonizou muitos deles que percorreram uma trajetória de entrega a Jesus Cristo, de pregação do evangelho e de amor ao próximo. São modelos de inspiração para uma vida de santidade, que cultive a espiritualidade e a justiça social em detrimento da superficialidade e da valorização de bens materiais.
Padroeiros de nações, de profissões, da família… Patronos da juventude… Protetores contra epidemias… Entre os que auxiliam nas causas impossíveis, certamente São Judas Tadeu é um dos mais populares e que conta com maior número de devotos no Brasil. Celebrado no dia 28 de outubro (mas com a tradição de todo dia 28 de cada mês ser lembrado de maneira especial), o santo era um dos doze apóstolos de Jesus Cristo. Na Bíblia Sagrada, especialmente nos evangelhos de São Mateus e São Marcos, São Judas Tadeu é sempre citado como ‘Tadeu’, talvez como prevenção para que seu nome não fosse confundido com o de outro apóstolo, Judas Iscariotes, que traiu Jesus.
E assim demorou um bom tempo para que a devoção a esse grandioso condutor da palavra de Deus fosse propagada por todos os cantos. Após os ensinamentos de Jesus Cristo, como um verdadeiro missionário, Judas Tadeu cumpriu seu discipulado pregando o evangelho por diversas regiões como Galiléia, Samaria, Síria, Armênia, Mesopotâmia (antiga Pérsia) e participando do Primeiro Concílio de Jerusalém, no ano 50.
O testemunho do futuro santo era vigoroso e revelador. Convertia muitos para o Cristianismo, até mesmo os pagãos e descrentes em Deus. Isso incomodava os poderosos e os intolerantes, assim como acontece hoje no mundo atual e provocou a revolta e a inveja de ministros pagãos e feiticeiros que incitaram a população contra São Judas Tadeu e São Simão, “o zelote”, que evangelizava no Egito e começou a acompanhá-lo nas peregrinações. Ambos foram trucidados com golpes de machado, no dia 28 de outubro do ano de 70, em Araduas, cidade da Pérsia. Daí a representação da imagem de São Judas Tadeu com uma machadinha e uma bíblia.
Obviamente, muitos devem se perguntar: vale a pena se doar na pregação da palavra de Deus, na defesa de Jesus Cristo, na conversão de pecadores e ao final ter um desfecho como a história de São Judas Tadeu, assim como a de outros mártires? Na realidade, o maior legado desse santo, que fez dele, o socorro imediato para as causas impossíveis, é exatamente acreditar, perseverar e não desistir diante das dificuldades, mesmo que elas sejam praticamente remotas de solução. É evangelizar nos lugares mais distantes, é lutar pela dignidade e ascensão social dos pobres, é perdoar os irmãos e inimigos, é ser uma Igreja em saída como tanto pede o Papa Francisco e que já era vivenciada plenamente por São Judas Tadeu e discípulos de Cristo.
Neste Ano Vocacional Diocesano e Mês Missionário, que o exemplo de São Judas Tadeu, se espelhando em Nosso Salvador que veio para servir e não para ser servido, inspire nossos fiéis, clero, religiosos, seminaristas e vocacionados na missão e acolhida tão presentes no 8º Plano Diocesano de Pastoral (2018-2022).
São Judas Tadeu, rogai por nós! Um verdadeiro missionário e vocacionado em Jesus Cristo!