O Tempo do Natal é o prolongamento da solenidade celebrada nos dias 24 e 25 de dezembro (quinta e sexta) e se estende até a Festa do Batismo do Senhor, que acontecerá em 2021 no dia 10 de janeiro (domingo).
Este é um dos 4 tempos solenes da igreja, juntamente com o Advento, a Quaresma e a Páscoa. Forma, com o Advento, o Ciclo do Natal, que compreende a preparação, a solenidade e o prolongamento do mistério da Encarnação do Senhor. Segundo o coordenador da Comissão Diocesana de Liturgia, Pe. Guilherme Franco Octaviano, apesar do Tempo do Natal ser mais curto em relação aos demais tempos litúrgicos, se caracteriza pelos momentos de profunda reflexão.
“O Natal é a segunda festa mais importante da nossa fé cristã. A primeira é a Páscoa, a Ressurreição do Senhor, a base de nossa fé, e a segunda é o Nascimento, a Encarnação do Verbo. Então, a encarnação do verbo acontece em função da Ressurreição de Jesus, da sua glorificação. Por isso, ela é a segunda festa mais importante da nossa fé”, explica o sacerdote.
E como ocorre em todo tempo litúrgico, além da espiritualidade e das orações próprias, o Tempo do Natal também conta com um repertório litúrgico próprio.
“Vale lembrar que música litúrgica é aquela que é usada na liturgia. Portanto, não podemos confundir, colocar outros tipos de cantos. Cantos que são usados muitas vezes em encontros de novena ou em outros encontros de espiritualidade, não necessariamente podem ser usados na liturgia, porque nós cantamos a liturgia, não cantamos na liturgia”, avisa Pe. Guilherme.
De acordo com o presbítero, em sintonia com a Igreja no Brasil, o repertório litúrgico do Natal é divulgado no folheto divulgado ABC Litúrgico. “O tempo litúrgico do Natal não é o tempo do aniversário de Jesus, mas é o tempo em que nós, como Igreja, celebramos tornando presente o mistério da Encarnação do Verbo. Os cantos precisam conter, de certa maneira, essa ideia da Encarnação do Verbo”, enfatiza.
Muitos dos cantos remontam às passagens do nascimento do Menino Jesus em Belém, trazendo a fala dos pastores, sobretudo, “Glória a Deus nos mais altos dos céus, e paz na terra aos homens de boa vontade”, bem como canções que falam sobre a Casa do Pão, como na comunhão. “E vale lembrar, então, que é preciso ter todo cuidado, toda dedicação, empenho na liturgia”, recomenda Pe. Guilherme.
Entretanto, o sacerdote pondera que cantos da MPB (Música Popular Brasileira) não devem ser usados na liturgia durante o Tempo de Natal, assim como em outros tempos litúrgicos.
“O canto popular tem a sua finalidade, que é diferente do canto litúrgico, que também pode e tem a sua finalidade. Então, que nós possamos neste Natal celebrar verdadeiramente rendendo graças a Deus que vem morar no meio de nós, e que favoreçamos a participação do nosso povo, por meio dos cantos litúrgicos”, conclama Pe. Guilherme.
Acesse aqui os áudios e partituras dos cantos litúrgicos do Tempo de Natal