Diocese de Santo André

Um coração tocado pelo carisma das Irmãs Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo

O discernimento é uma etapa fundamental no processo espiritual que contribui, sobretudo, no aprofundamento e descoberta de sua vocação. Durante o Ano Vocacional Diocesano, jovens e adultos das regiões pastorais têm buscado o encontro com Deus no caminho da santidade, com o próprio Papa Francisco tem incentivado em suas reflexões.

Neste sentido, uma paroquiana da Paróquia Cristo Rei (Diadema) sentiu no coração que era o momento dar um passo à frente em relação a sua vocação. A analista de logística, Michelle Cristina da Silva, 30 anos, participará da Santa Missa de Envio para discernimento vocacional junto ao Instituto das Irmãs Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo. A celebração eucarística acontecerá neste domingo (31/01), às 19h, com transmissão pelo Facebook da paróquia

Michelle, que também é catequista de Crisma para adultos e serva no Grupo de Oração Pentecostes (Renovação Carismática Católica), conta, através de um lindo testemunho, como tudo aconteceu em sua vida até a decisão que culminaria no seu ingresso junto às irmãs carmelitas para a realização do discernimento vocacional.

Porta de entrada
“Tudo começou no dia 13 de setembro de 2016, no Grupo de Oração Água Viva. Naquele tempo trabalhava bem perto da Paróquia São Benedito (São Bernardo), e por não ter grupo de oração na minha paróquia fui algumas vezes lá. E neste neste dia quem pregou foi a Irmã Ana Paula (do Instituto das Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo)”, relembra. A pregação era sobre o tema: “O nó da desobediência de Eva, foi desfeito pela obediência de Maria”.

“Me recordo bem daquela noite, mas o que me chamou mais a atenção foi a forma com que ela falava sobre seu esposo Jesus. Era um brilho no olhar, um amor transformado em palavras, e eu só me perguntava: “Quem é esse Jesus, esposo dela, que não conheço?”, indaga. O aprofundamento da reflexão viria no dia seguinte. No entanto, Michelle ainda não pensava na hipótese de que um dia se tornaria uma carmelita. “Na Exaltação da Santa Cruz fiquei pensando sobre minha relação com Aquele que morreu por mim, sobre o quanto meu amor era pequeno, comparado à pregação apaixonada da irmã, e desejei esse amor ardente. Mas na minha realidade de leiga, sem o interesse de ser uma consagrada, até porque nem sabia nada sobre a irmã ou sobre o instituto. Na verdade, nem conhecia muito a realidade de uma freira. E neste mesmo tempo vivi um breve namoro. Então, a ideia de ser religiosa nem passava pela minha cabeça”, pondera.

Divisor de águas
Um ano se passou e nasceu o Grupo de Oração Pentecostes na Paróquia Cristo Rei. Michelle foi eleita coordenadora, e como no mês de agosto estava programada uma pregação e testemunhos sobre vocação, veio à mente a sugestão da Irmã Ana Paula, que aceitou de imediato. “Busquei na internet, o contato com o Instituto Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo para ver como funcionava os convites para pregação. Através do site do instituto, consegui o e-mail e entrei em contato. Porém, a irmã estava de férias e foi sugerido o envio da Irmã Catiane”, conta.

Algo mais profundo aconteceria neste encontro que seria um divisor de águas na vida de Michelle.
“Ela (Irmã Catiane) pregou muito bem, e dentro do seu testemunho de vida encontrei várias semelhanças com a minha vida e fui tomada por uma emoção muito forte, algo que não conseguia controlar, como se a cada semelhança uma flecha dolorosa era cravada em mim. Ao final do grupo, a irmã procurava meninas para participar do desafio vocacional no YouTube, gravando perguntas sobre a vocação religiosa. Por ser tímida, não queria participar, mas uma pergunta gritava dentro de mim, e fiz em particular “Quem tem o desejo de ser mãe não tem vocação para a vida religiosa?” E para minha surpresa, a irmã respondeu: “É comum toda mulher nascer com o anseio de ser mãe, e uma religiosa não perde esse anseio/instinto, porque somos chamadas a ser mãe de almas”, revela.

O sonho de ser mãe
Esse episódio trouxe uma inquietação em seu coração. Mas Michelle achava algo improvável pela sua criação e por toda experiência vivida até aquele presente momento (se tornar uma irmã religiosa). Com 27 anos, a vida toda sonhando em ser mãe, já tinha até nome caso fosse uma menina. “Amo crianças, sempre fui muito próxima dos meus sobrinhos, e me imaginava como seria estar grávida e depois cuidar e educar. E por esses sonhos não aceitei o convite da irmã para conhecer o vocacional e quis de certo modo abafar todos os questionamentos e inquietações”, salienta. Neste período, Michelle servia na Pastoral Catequética, participava do movimento RCC e só queria ter uma família santa e ser mãe. Entretanto, o tempo foi passando e começaram a surgir freiras nos locais onde ela estava.

“Isso me gerava certa ansiedade, e se o hábito era marrom me incomodava mais ainda. Já queria saber quem era e o que estava fazendo naquele lugar, mas evitava contato e só ficava observando.”

Em 2017, no Dia de Finados, Michelle integrou um retiro no convento do Instituto Verbo Encarnado, sobre os exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola. “Saí de lá reforçando para mim mesma que minha vocação era matrimônio, e ao conversar com o padre Vagner, do Instituto Verbo Encarnado, o mesmo deixou claro que para discernir minha vocação eu precisava primeiro fazer um caminho vocacional e no instituto que mais mexia comigo”, recorda.

O chamado de Deus
Lembra da Irmã Catiane? Michelle não teve dúvidas em procurá-la para saber o procedimento do caminho vocacional. “Fiz durante dois anos. No início fui muito resistente à ideia de ser uma consagrada por querer ser mãe e também pela dificuldade de deixar minha família. Mas como o Senhor não perde nenhuma batalha, iniciei o ano de 2020 fazendo um propósito de abrir meu coração e aceitar a vontade do Senhor para a vocação que Ele me chamasse a viver”, afirma. No decorrer do processo vocacional. Michelle sentiu cada vez mais o desejo de se doar pelo Reino de Deus. Ela conta como a família ficou sabendo de sua decisão. “Por ser algo tão difícil, que me custou muito aceitar viver longe dos meus (familiares, amigos), revelei para minha família apenas quando fiz a opção de vida e recebi a data de entrada. Somente minha mãe, minha irmã, meu pároco, padre Hamilton Gomes do Nascimento, o padre Vagner e um amigo muito próximo, que me acompanharam durante todo o processo de discernimento nesses quase três anos de acompanhante com a Irmã Maria José e os encontros vocacionais.  Mas graças a Deus minha família aceitou e me apoia”, comemora.

O caminho da santidade
Sua entrada no Instituto das Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo estava prevista para agosto de 2020, em pleno Ano Vocacional Diocesano. Contudo, em razão da pandemia da Covid-19, o envio para o discernimento foi reagendado para fevereiro de 2021. Decidida e pronta para abraçar essa missão na sua vida, Michelle deixa uma mensagem para quem também pretende ingressar na vida religiosa. “E por fim abro mão dos meus sonhos primários para que seja feita a vontade de Deus em minha vida, com o versículo que Ele me deu em oração: “Seduziste-me Senhor, e eu me deixei seduzir”. (Jr 20,7). Me abro para um mergulho bem mais profundo no discernimento vocacional, na certeza de que Deus agirá e fará o melhor, pois para mim, vocação nada mais é do que o caminho que o Senhor traça para salvar a cada um de nós, porque não quer perder ninguém. E para isso traça um caminho de santidade dentro da vocação em que somos chamados a viver”.

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