“O sonho missionário de chegar a todos”. Esse é o lema do primeiro Sínodo Diocesano (2016-2017) vivenciado na Diocese de Santo André e que recordou que a evangelização é fundamental para a prática da acolhida dos povos e missão da Igreja, prioridades do 8º Plano Diocesano de Pastoral (2018-2023).
Diante desse contexto, nesta segunda (26/04) recordamos um marco importante e essencial para o processo evangelizador que aconteceria posteriormente no Brasil: trata-se dos 521 anos da primeira celebração de uma missa em nosso país, naquele 26 de abril de 1500, presidida pelo frade português, Frei Henrique de Coimbra, quatro dias após a chegada das caravelas portuguesas lideradas por Pedro Álvares Cabral, em terras brasileiras, no dia 22 de abril de 1500, data do Descobrimento do Brasil.
Ao longo dos séculos observamos que as sementes plantadas daquele momento começaram a produzir frutos em todo o país, inclusive em nossa região, com a construção de capelas, a primeira no século XVI; da chegada dos beneditinos no século XVII; da criação da primeira paróquia, no século XIX; e da fundação da Diocese de Santo André há 66 anos, chegando aos tempos atuais do século XXI, com a prática dos oito itinerários do 8º Plano Diocesano de Pastoral.
Aliança entre o poder espiritual e o poder temporal
“Neste dia 26 de abril celebramos os 521 anos da celebração da primeira missa no Brasil, oficiada por Frei Henrique de Coimbra. Naquele momento, onde os colonizadores pela primeira vez chegaram em nossas terras, os franciscanos eram os capelães das frotas marítimas. Os religiosos acompanhavam os navegadores que tinham como grande missão chegar em novas terras e cumprir a aliança entre o poder espiritual e o poder temporal, que eram firmados naquela época para colonização de novos povos”, explica o pároco da Paróquia Nossa Senhora da Candelária – São Caetano do Sul e professor da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção – PUC-SP, Pe. Felipe Cosme Damião Sobrinho.
O encontro dos povos com o evangelho
“A primeira missa no Brasil é o marco do encontro dos povos autóctones com os novos colonizadores e a fé cristã. Porém, o processo de evangelização no Brasil não começa naquele 26 de abril de 1500. Ele é oficialmente posterior, principalmente a partir de 1532, quando o Brasil começa organizar a presença dos evangelizadores na faixa litorânea. É o encontro dos povos com o evangelho e também o sistema da evangelização, da cristandade”, pondera Pe. Felipe.
“Um sistema muito bonito onde vai prevalecer muito mais do que a aliança entre os poderes, a força do evangelho de Jesus Cristo, que é sempre semente fecunda para nossa vida, para a nossa missão”, complementa.
Sementes de evangelização
Em nossa região, as sementes de evangelização aconteceram em diversos momentos, como aponta o Pe. Felipe.
Capela Santa Cruz
“Primeiro em 1611, quando os bandeirantes subindo a Serra de Paranapiacaba fundaram ali a ermida (pequena igreja ou capela), a Capela de Santa Cruz, hoje na cidade de Rio Grande da Serra. Ali, o primeiro marco daquela presença de fé, de esperança, de evangelização para o nosso povo, que ainda descobria novos lugares para viver, para produzir, para se desenvolver.”
Capela Nossa Senhora do Pilar
“Depois, a experiência bonita de 1714, onde foi fundada a capela histórica de Nossa Senhora do Pilar, que do alto do Pilar Velho, em Ribeirão Pires, há mais de 300 anos, a presença de Maria nos abençoa e nos leva a Cristo Jesus.”
Presença dos monges beneditinos
“Porém, o que observamos de bonito, depois da fundação da Vila de Santo André da Borda do Campo, em 1553, que foi transferida em 1560 para a Vila de São Paulo, que tinha sido fundada em 1554, nós vemos a fundação das fazendas dos beneditinos nos atuais municípios de São Bernardo do Campo e de São Caetano do Sul.”
Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem
“O início de um processo de fé, de sociedade que vai culminar com a criação da primeira paróquia, a Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, em São Bernardo, em 1812.”
Criação da Diocese de Santo André
“E depois o crescimento de tantas comunidades de fé que vão culminar na criação da nossa diocese em 1954, e a expansão da evangelização do ABC, que hoje vive o sonho missionário de chegar a todos, trabalhando a acolhida e a missão, com os projetos do Plano Diocesano de Pastoral e com a celebração do nosso primeiro Sínodo Diocesano.”