Durante todo o período de pandemia, a catequese enfrenta muitos desafios, assim como toda a Igreja. Um desses grandes desafios é a inovação, a busca pelo novo, pelo cuidado com o outro. Olhos e ouvidos atentos aos mais frágeis e necessitados, aqueles com deficiência ou não, o cuidado com a família para que sejam ouvidos sempre que necessitam, tempo de catequese domiciliar que tanto nos foi desejada.
A inovação nos traz a observação e reafirmação do nosso compromisso, que o próprio documento Diretório da Catequese nos alerta qual função da comunidade junto à Catequese Inclusiva.
“As comunidades são chamadas não apenas para cuidar dos mais frágeis, mas para reconhecer a presença de Jesus que se manifesta neles de forma especial (DC 269).”
Não poderíamos deixar de registar os depoimentos de algumas catequistas de nossa Diocese de Santo André:
“Em nossa turma de catequese, temos o Antônio, uma criança com autismo de grau médio. Ele tem algumas dificuldades, não gosta de muito barulho, fala pouco, é um tanto eufórico. No começo tive que adaptar a turma a ele. Com a pandemia, os encontros à distância tiveram uma atenção maior a ele e à família. Fico muito feliz porque toda a família participa das atividades. Eu achei que teria mais dificuldades com ele, mas graças a Deus fui encontrando um caminho. Hoje, apesar da distância e das suas limitações, ele acompanha os encontros. Vejo o Antônio como um anjo que Deus colocou no meu caminho para que eu seja uma pessoa melhor”, Jeone Aparecida de Oliveira Valentim, professora e catequista na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes (Região Mauá)
“Os encontros em nossa turma de catequese estão acontecendo via WhatsApp, vídeos, telefonemas, alguns com dificuldades em acesso como o catequizando Marcos Paulo, que tem diagnóstico de epilepsia. Procuro estar mais próxima, indicando e orientando a família da melhor maneira possível, para que possa acompanhar os encontros. A oportunidade de ser catequista de Marcos Paulo me fez perceber o quanto é necessário a busca do conhecimento e fortalecimento na fé como catequista, e a grande necessidade de não desistir diante das dificuldades e desafios”, Francisca Lucineide Antônia, professora e catequista na Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Região Mauá)
Vale salientar que a desigualdade social nos traz o grande desafio da evangelização remota não chegar a todos, mas vale também lembrar que temos catequistas comprometidos com a inclusão fazendo sua parte de porta a porta.
*Carmem das Graças das Silva é membro da Comissão Diocesana de Animação Bíblico-Catequética e representante da Catequese Inclusiva no Regional Sul 1 da CNBB
Jeone Aparecida de Oliveira Valentim, professora e catequista na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes (Região Mauá)
Francisca Lucineide Antônia, professora e catequista na Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Região Mauá)
Carmem das Graças das Silva é membro da Comissão Diocesana de Animação Bíblico-Catequética e representante da Catequese Inclusiva no Regional Sul 1 da CNBB