“Que a palavra de Deus e tudo que está acontecendo seja um grande convite, não para ficarmos prostrados, desanimados, mas para sermos solidários. O futuro da nossa humanidade passa pela solidariedade. Sem essa solidariedade, essa fraternidade entre nós, será difícil vencermos os desafios que ainda virão pela frente. Porque se hoje temos o desafio da Covid, teremos o desafio do pós-Covid.”
Recordando o legado das vidas dos que partiram para a Casa do Pai, trazendo conforto aos familiares e pregando uma mensagem de solidariedade e fé, o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, celebrou na noite de sexta-feira (25/06), a Santa Missa de Exéquias em memória das mais de 500 mil vítimas da Covid-19 no país. A cerimônia foi realizada na Catedral Nossa Senhora do Carmo, no Centro da cidade andreense.
“Mas a palavra de Deus nos anima, nos dá esperança. E esse momento celebrativo que estamos vivenciando na nossa fé, mostra-nos que Deus está conosco. E que a fé é a luz que vence. A fé é a vitória que vence o mundo agitado, de todo tipo de desafio e maldade”, afirma Dom Pedro.
Toda Vida Importa
Em comunhão com toda a Igreja no Brasil e com o lema de que “Toda Vida Importa”, o momento celebrativo apresentou reflexões sobre os desafios da pandemia; a questão do luto e dor pelas vidas perdidas; o bom combate dos profissionais de saúde e cuidadores; o trabalho do Consórcio Intermunicipal do ABC na aquisição de vacinas e medidas para enfrentar a pandemia; o compromisso dos padres com a missão de acolher e abençoar os doentes; os gestos de caridade em prol do povo mais carente e a necessidade da solidariedade por um mundo mais fraterno. Os quatro padres (José Raschele, José Roldan, Sante Collina e José Aguirre) falecidos durante a pandemia, em decorrência da Covid-19, que atuaram na Diocese de Santo André por várias décadas, também foram recordados durante a missa.
O Brasil de luto
Dom Pedro, que também é presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), disse que “o Brasil que ainda não perdeu a humanidade, e que tem sentimento e coração” está de luto.
“Queremos rezar pelos mortos. Queremos neste momento meditar a dor de tantas e tantas pessoas, principalmente daqueles que não só estão afetados pela doença, mas pela pobreza, pela fome. Familiares, comunidades inteiras. Lembrar diante de Deus também dos cuidadores, dos médicos, pessoas que neste momento dramático ajudaram essas 500 mil pessoas, brasileiros e brasileiras que perderam a vida. São vidas. Não são números. E a vida é sagrada, desde a sua origem em Deus até o seu fim. O Brasil está de luto. O Brasil que tem coração. O Brasil que tem sentimento. E que não perdeu a humanidade, ainda, está de luto”, meditou o bispo, durante a homilia. Nesta sexta-feira (25/06), o país ultrapassou 510 mil mortos, chegando ao total de 511.272 vítimas fatais da Covid-19 (de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa).
Presença do povo de Deus
Participaram da celebração, sacerdotes, diáconos, seminaristas, religiosos e religiosas, representantes de pastorais e movimentos, e fiéis de todas as sete cidades do ABC. O prefeito de Santo André e presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Paulo Serra, acompanhado da primeira-dama Ana Carolina Serra; o presidente do Legislativo andreense, Pedrinho Botaro; e a enfermeira Adriana Balero Gomes, que representou os profissionais da saúde tão valorosos no combate à pandemia, receberam um quadro do padroeiro da cidade, Santo André, como forma de reconhecer os serviços prestados aos munícipes. O vereador de São Bernardo, Jorge Araújo, também compareceu à missa.
Quarteto do Coral Diocesano, sob a regência do maestro Diego Muniz, protagonizou a parte musical da celebração, que teve transmissão pelas mídias diocesanas.
Toque dos sinos
No último sábado (19/06), paróquias localizadas nas dez regiões pastorais da diocese, nas sete cidades do ABC, promoveram o toque dos sinos em solidariedade às vítimas e familiares que perderam seus entes queridos.