Amabile Lucia Visintainer (1865-1942), a religiosa Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, ou simplesmente Santa Paulina, é conhecida por ser a primeira santa canonizada no Brasil. Nascida em Vigolo Vattaro, na Província de Trento, região da Itália, chegou ao nosso país ainda jovem e foi morar junto com a família na Região Sul, mais especificamente em Santa Catarina, no município de Nova Trento. Uma italiana de nascimento e brasileira de coração! Ela foi beatificada na década de 1990 e canonizada no dia 19 de maio de 2002 pelo Papa São João Paulo II. Seus trabalhos de caridade junto aos doentes e pobres, bem como a obediência e humildade, marcaram a sua vida e deixaram um grande legado que fizeram Santa Paulina sempre ser recordada a sua memória todo dia 9 de julho.
E você sabia que existe um memorial dedicado à Santa Paulina em São Paulo? Inaugurado em dezembro de 2005, o espaço fica localizado na Avenida Nazaré, 470 – Ipiranga, onde também está situada a Capela Sagrada Família e Santa Paulina, perto do Museu do Ipiranga. O local pretende apresentar a vida, ideais e missão da primeira Santa do Brasil e a expansão missionária de sua obra, por meio das seguidoras do seu carisma, as Irmãzinhas da Imaculada Conceição e dos leigos e leigas da FAMAPA (Família Madre Paulina). Sobretudo, lá você recordará uma história de amor e dedicação aos mais necessitados.
Mais informações pelo telefone: (11) 2271-0077 ou pelo WhatsApp: (11) 99723-8522.
Para celebrar Santa Paulina, a reportagem da Diocese de Santo André conversou com a auxiliar de RH Esp I, Maria Isabel Pessone, de 22 anos; o estudante de Medicina, Leandro Alcantara Barros, 22 anos; e a profissional de Química, Lucélia Alcantara Barros, 26 anos, ambos da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe (Região São Bernardo – Anchieta), que visitaram o memorial no dia 5 de agosto de 2018 e compartilham conosco essa experiência inesquecível:
Qual a motivação para visitar o memorial?
Maria Isabel: Lembro vagamente sobre a motivação. Mas em meados de 2018, estávamos com uma série de encontros no grupo de jovens sobre as virtudes e também sobre a busca pela santidade. Ter a oportunidade de visitar o memorial contendo a vida de uma santa, que esteve tão perto de nós, por si só se torna uma motivação.
Leandro: Visitei o memorial juntamente com o grupo de oração do qual eu faço parte, e a motivação foi a de poder conhecer um pouco sobre uma santa que viveu toda sua vida aqui no Brasil e ter a oportunidade de conhecer onde ela morava e conhecer um pouco das suas obras.
Lucélia: O coordenador do grupo em que sou serva propôs e incentivou uma excursão para conhecermos o lugar e a vida desta santa.
O que mais despertou a curiosidade e chamou a atenção de vocês durante a visita?
Maria Isabel: O memorial possui espaços que foram nomeados através de inspirações escritas pela Santa e onde exibem materiais que fizeram parte de sua vida. Um deles nomeado como: “Com o trabalho nas mãos”, é uma espécie de porão bem apertadinho, para entrar é necessário se curvar , lugar onde Santa Paulina confeccionava flores, terços entre outros objetos de devoção pessoal, mesmo com o braço amputado. O que mais chamou minha atenção e se tornou uma inspiração de vida, foi entender que a Santa passava horas de seu dia ali, trabalhando e rezando, fazendo tudo com amor e dedicação, e que mesmo com sua dificuldade física, jamais reclamou e nada se tornava um fardo para ela. Conhecer sobre a vida de um Santo, sempre gera em mim uma certa inquietação, me faz refletir como estou vivendo. Se olharmos para a vida de Santa Paulina, veremos que ela tinha todas as virtudes, sempre foi uma pessoa de fé e de extrema caridade. Não era necessário estar ali, trabalhando e se esforçando em um espaço pequeno, mas mesmo assim ela estava… Encontrou sua pequenez humana diante da grandeza Divina de Deus, e talvez por isso, o lugar onde trabalhava era tão estreito. Sim, reconheci através da vida de Santa Paulina, que Deus quer de nós coisas simples, não precisamos ir muito além, viver as virtudes, fazer as coisas sem murmúrios, enfrentar os ventos contrários, tudo isso, se torna pequeno, quando nosso coração está em Deus. Me apeguei a uma frase muito linda, e que com certeza levo para minha vida pessoal, profissional e de fé. “Nunca, jamais desanimeis, embora venham ventos contrários”.
Leandro: O local onde ela ficava a maior parte do seu tempo fazendo seus afazeres.
Lucélia: Achei curioso o local onde Santa Paulina costumava ficar a maior parte do tempo por ser um cômodo diferente, exclusivamente pelo seu teto baixo, que dependendo da altura do visitante é preciso entrar e permanecer agachado. O que me chamou a atenção também foi descobrir que ela é italiana, mas morou aqui no Brasil desde os 10 anos de idade.
Para vocês, qual a característica mais marcante de Santa Paulina?
Maria Isabel: Seu heroísmo em viver as virtudes, sua dedicação, amor e carinho pelas coisas de Deus.
Leandro: A disposição para o serviço, se entregando por completo em cada ação para ajudar o próximo. Como ela mesmo dizia: “A base para um sono tranquilo é um dia de labuta repleto de atos de amor”.
Lucélia: O amor que ela possuía em servir, lembrando-se sempre em ser um instrumento nas mãos de Deus.
Vocês indicariam uma visita ao memorial? Por quê?
Maria Isabel: Com toda certeza, foi uma sensação incrível. É um lugar onde realmente se sente a paz que vem de Deus, um descanso para a alma, lugar de muita reflexão, além inspirar a busca pela santidade.
Lucélia: Indico sim, a visita ao Memorial porque tem-se a oportunidade de conhecer o local em que viveu uma santa, onde ao vermos seus pertences nos recordamos de sua humanidade, que foi exemplo. Além disso, alimenta a esperança em nós cristãos, que ainda peregrinando neste mundo, desejamos e queremos, como Santa Paulina, alcançar o céu.