Realizado em agosto, o Mês Vocacional completa 40 anos em 2021. A temática escolhida para esse ano pela Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) surgiu da inspiração da Exortação Apostólica Pós-Sinodal, Christus Vivit, dentro do projeto do Serviço de Animação Vocacional/Pastoral Vocacional do Brasil (ChV 118-123): o tema é “Cristo nos salva e nos envia” e o lema é “Quem escuta a minha palavra possui a vida eterna” (cf. Jo 5,24).
Nesta quarta semana de agosto recordaremos e celebraremos o dom da vocação leiga, por meio de sete testemunhos do chamado vocacional e do serviço ao povo de Deus no dia a dia. Confira:
Uma vida de doação à Igreja
Moradora da Vila de Paranapiacaba, Angenira Ranger, 61 anos, trabalha na área de serviços gerais e ativa no trabalho a Jesus, como diz a própria coordenadora da Paróquia Senhor Bom Jesus de Paranapiacaba, em Santo André, ao recordar como foi o chamado para servir o povo de Deus. “Meu marido Henrique José dos Santos frequentava a paróquia antes do que eu. Quando nos casamos, em 1991, começamos a participar juntos das atividades, das missas e da vida pastoral da igreja”, recorda Angenira, ao prestar homenagem à memória do esposo, falecido em 2010.
Nas últimas três décadas, Angenira presenciou um período de muitos desafios com as reformas e pinturas da igreja, que seria reinaugurada totalmente restaurada em março de 2019. “Através de doações, conseguimos reformar toda a igreja. Sou muito feliz aqui e procuro fazer tudo em prol da comunidade”, conta Angenira, sobre uma vida de doação à igreja de Paranapiacaba.
“Na pandemia tivemos bastante dificuldades, mas corremos atrás de doações para ajudar as famílias. Somos uma igreja de portas abertas, na acolhida e na missão. Não me vejo longe do Senhor Bom Jesus. É um presente na minha vida”, relata.
Transformada pelo poder da oração
Paroquiana há seis anos da Paróquia São Luiz Gonzaga, no Jardim Paranavaí, em Mauá, Luciana Aparecida Sobrinho Bispo, 41 anos, conta que, apesar de morar em frente à igreja, não participava das atividades e das missas. Apareceu a tristeza e a depressão em sua vida. Companhias nada agradáveis para a saúde mental, espiritual e física.
Até que algo mudaria os rumos de sua vida quando a tia convidou-a para participar das missas. “Fiz a confissão, conheci o Apostolado da Oração, rezava o terço e participava da missa na primeira sexta de cada mês Retomei a alegria de viver”. Com o grupo de oração, que atualmente coordena na paróquia, tudo melhoraria ainda mais em sua caminhada. “Deus é fundamental em minha vida”.
Demonstrando gratidão, Luciana acredita que a sua vocação de leiga, acima de tudo, é agradecer ao Senhor Jesus por cada dia de vida, fazer caridade ao próximo, desde um café até uma palavra de esperança, e rezar para que todos tenham saúde, paz, trabalho e harmonia familiar, essenciais para uma boa qualidade de vida.
“O Bom Samaritano” tocou o coração para a missão
A auxiliar de Educação, Grasiele Costa de Andrade, 46 anos, atua desde 2008, na Paróquia São Maximiliano Maria Kolbe, região do pós-balsa do Riacho Grande, em São Bernardo. Serve como leiga na Liturgia e Pastoral Social. Desde pequena, Grasiele participava da igreja e com o passar dos anos sentia um grande anseio em doar a sua vida servindo a Deus. “Passei por pastorais e movimentos ajudando e tentando descobrir o chamado de Deus. E no ano passado, antes da pandemia, participei de um retiro paroquial em que o Pe. Ryan (Holke, pároco da São Maximiliano) nos ajudou a refletir sobre o evangelho do Bom Samaritano”, relembra.
Imediatamente, Grasiele descobriu algo fundamental na vida de todo cristão. “Nesse dia senti um apelo muito grande em ajudar o próximo e ser um instrumento de evangelização através da Pastoral Social. Com a pandemia, fui afastada do trabalho presencial e tive tempo de ir ao encontro das famílias que foram impactadas pela pandemia. Esse trabalho tem crescido e descobri nele minha vocação”, constata. Hoje, Grasiele experimenta a graça de ser uma Igreja em saída, tão propagada pelo Papa Francisco, evangelizando e levando vida aos prediletos de Deus, através de doações, encaminhamentos, visitas, orações e escuta.
Vocação para o trabalho pastoral faz parte da vida!
Deivid Ferreira Couto, 38 anos, é casado, tem uma filha de 10 anos, formado em Economia e graduando em Gestão Pública. É secretário de Cultura de Diadema e atua na Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, no Bairro Eldorado, em Diadema, onde participa desde a infância e recebeu os sacramentos da Comunhão, da Crisma e do Matrimônio, sendo batizado na Paróquia Bom Jesus de Piraporinha, também em Diadema. A vocação foi despertada na catequese, aos 10 anos. “Tenho lembranças de sempre estar rezando e indo às missas com a minha mãe Josefa Ernestina, e participar de excursão para a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, realizada pelo meu pai Antônio Ferreira Couto, que é muito devoto de Nossa Senhora”, revela. Com 16 anos, Deivid se preparou para ser catequista de Crisma. Depois serviu na Pastoral do Dízimo, foi Catequista do Batismo até ser convidado para ser ministro extraordinário da Comunhão, Exéquias e do Culto e da Palavra, sendo coordenador dos ministros na paróquia durante sete anos. Hoje, atua como coordenador dos Ministros Extraordinários de Diadema e secretário do CRP da Região Diadema.
“A vocação leiga despertada em meu coração e o trabalho pastoral são os alicerces para todas as outras atividades que exerço. Fazem parte da minha vida”, elucida.
Coração aberto para acolher o chamado de Deus
Com três décadas de atuação na Paróquia Nossa Senhora da Prosperidade, no Bairro Prosperidade, em São Caetano do Sul, Alzira Zola de Oliveira, 69 anos, está como coordenadora do Apostolado da Oração, Liturgia, Ornamentação e Festejos, além de realizar um bonito trabalho à frente de um projeto de artesanato “Quem sabe ensina! Quem não sabe, aprende!” dentro do Apostolado.
“Todos somos vocacionados! Basta ficarmos atentos ao nosso coração e sentir o chamado de Deus no nosso cotidiano diante da realidade que vivemos”, sugere Alzira. A vocação para servir à Igreja e ao próximo surgiu quando ouviu a seguinte frase: “precisamos de catequistas!”. “Um desafio com muitas formações e aprendizados que vieram com a prática”, recorda a paroquiana, que atuou como catequista ao longo de 15 anos. Alzira não tem dúvidas de que a contribuição com a construção do Reino de Deus acontece quando se serve com amor, mudando com as mudanças e se renovando sempre. “Com a Palavra de Deus em tudo que faço, a oração e o testemunho de uma vida de fé. Quando vivemos isso na comunidade, vivenciamos na sociedade”, sintetiza.
Humildade no serviço e na caridade de Deus
Esmeralda Teresa de Oliveira Serpeloni tem 60 anos, esposa, mãe de 4 filhos, sogra de 3 noras e avó de 7 netos. A 2° sargento PM aposentada, como dito no enunciado, valoriza muito a família, e participa atualmente da Paróquia São Judas Tadeu, no Jardim Caçula, em Ribeirão Pires. Mas a sua vida ligada à Igreja ocorreu desde os sete anos de idade, quando escolheu ser católica e servir a Deus. Antes de servir como leiga em Ribeirão Pires, frequentou as paróquias Santa Terezinha do Menino Jesus e Nossa Senhora do Assunção, ambas em São Bernardo do Campo.
“Desde a adolescência, fui coordenadora de jovens, coordenadora de grupo de oração, catequista de criança e do crisma. Hoje com 60 anos, sou ministra da Eucaristia e da Palavra, sendo coordenadora”, afirma.
Esmeralda é muito clara em dizer qual o seu objetivo de vida como leiga: “servir a Deus e divulgar o evangelho. Amo ser católica que chega doer o coração. Espero que eu seja humilde no serviço e na caridade de Deus”, ratifica.
Um convite para trilhar os caminhos do Senhor
Mecânico de autos, José Márcio Alves da Silva, 42 anos, atua na Paróquia São Sebastião, a Igreja Matriz de Rio Grande da Serra, desde o ano de 2019.
Iniciou a caminhada como leigo participando do grupo de oração da RCC (Renovação Carismática Católica), na Comunidade São Francisco de Assis, em Rio Grande da Serra, no ano de 2016. Em 2018, Márcio receberia um convite que tocaria o seu coração para participar do ECC (Encontro de Casais com Cristo) 1ª etapa. No ano seguinte integraria a 2ª etapa do encontro, ambos na Paróquia São Sebastião. “A partir daí percebi o chamado de Deus para servir e hoje participo da Pastoral do Dízimo, sou dirigente da pasta finanças do ECC e colaboro doando meu tempo em serviços e manutenções pontuais em nossa querida paróquia”, ressalta Márcio, ao agradecer Deus pelas portas abertas para a vocação leiga.
Leia mais:
Vocação familiar: a alegria do amor que vence as dificuldades
A vocação de ser padre: belos testemunhos que revelam as faces do sacerdócio!
Vocação à Vida Consagrada: missões e carismas a serviço do povo de Deus