Diocese de Santo André

São José, o homem nos planos de Deus

“Não é ele o filho do carpinteiro?” (Mt 13,55). Jesus é identificado pelos seus conterrâneos de Nazaré, como filho de José. Essa é a identidade social de Jesus. José ao assumir Jesus como seu filho, dá a ele uma “colocação” na sociedade judaica. Por outro lado, José também o coloca na descendência de Davi (cf. Mt 1,1-16). Tudo isso faz parte do projeto de salvífico de Deus, que diante de suas promessas feitas através da boca dos profetas, coloca o Messias como descendente de Davi. O povo aguardava àquele que viria restaurar a glória perdida de Israel. Por isso, a dimensão das promessas divinas circundava o cotidiano do povo judeu.

Assim, temos: de um lado, Deus e suas promessas à Casa de Davi (cf. Sl 89), pois são elas que dão sentido à fé do povo de Deus, especialmente face à situação vivenciada na Palestina durante a ocupação romana; do outro lado, o povo que eleva suas esperanças em Deus e aguarda ansioso a realização das promessas, ratificadas nos profetas (cf. Is 11,1-5; Jr 23,5; Mq 5,1). Contudo, poderíamos nos perguntar: e José? Como se coloca diante dessa realidade?

Deus não se relaciona com a história e com as pessoas de forma manipuladora e determinista. Ele preserva a liberdade e as opções que cada um faz em vista de sua proposta. As promessas, como condutoras da salvação, para se cumprirem, contam com a disponibilidade do coração e das ações de cada um, chamado a colaborar com o desígnio salvífico de Deus. São José não foi diferente. Ele está nos planos de Deus para a salvação da humanidade e para a vinda do Messias prometido. “Na nossa vida, muitas vezes acontecem coisas cujo significado não entendemos. E a nossa primeira reação, frequentemente, é desilusão e revolta. Diversamente, José deixa de lado seus raciocínios para dar lugar aos acontecimentos e, por mais misteriosos que possam parecer a seus olhos, ele os acolhe e assume a sua responsabilidade” (Patris Corde, 4). O Papa Francisco recorda-nos nestas palavras justamente este aspecto fundamental da fé de São José e de sua participação no plano salvífico de Deus: a disponibilidade em acolher e pronunciar seu “fiat” (faça-se). José não se resigna, não é passivo e sem iniciativa; mas, corajosa e criativamente, age em favor da resposta generosa ao chamado que recebe de Deus.

Com isso, São José traz-nos uma valiosa lição e contundente provocação: o ser humano deve assumir seu papel de protagonismo, com consciência e ousadia, para que assim as promessas não sejam vazias, mas verdadeiras luzes de esperança, a conduzir-nos nas noites escuras da história. Para que assim, como na vida de José, os planos de Deus sejam os nossos também.

 

* Artigo por Padre Cleidson Pedroso Souza, reitor do Seminário Propedêutico da Diocese de Santo André e pároco da Paróquia Santa Maria Goretti (Região Santo André – Utinga)

Compartilhe:

Homilia Missa de Posse Pe. Vagner Franzini

Santíssima Virgem inicia nova etapa pastoral com a posse do Pe. Vagner Franzini

Servos da Misericórdia promovem manhã de Natal com Missa, cuidado e mesa partilhada na Praça do Carmo

“Vamos caminhar juntos”: Pe. Romeu inicia missão como administrador paroquial na São João Batista

Homilia da Missa de posse do Pe. João Aroldo Campanha

Pe. João Aroldo Campanha toma posse como pároco da Paróquia São José Operário

Paróquia Santa Teresinha acolhe Pe. Antônio Becker como novo pároco

Conselho Feminino Diocesano aprofunda o compromisso com a vida diante do avanço do feminicídio

JORNAL DO GRANDE ABC

Planejamento da Pastoral Familiar marca início dos trabalhos da nova comissão diocesana