Diocese de Santo André

Como vivenciar o tema e o lema da Campanha Missionária em tempos de pandemia?

Nesta sexta (1º/10), o Mês Missionário 2021 tem início em todo o Brasil. Com o tema “Jesus Cristo é Missão!” e a inspiração bíblica no lema que nos provoca para a missão: “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos (At 4,20)”, a Campanha Missionária 2021, por meio das Pontifícias Obras Missionárias, com o objetivo de promover a animação e cooperação com os territórios de missão nos cinco continentes.

Muitas ações serão realizadas na Diocese de Santo André como missas de abertura e dedicadas à padroeira das missões, Santa Teresinha, reza do terço missionário, vigília missionária, formações pelas mídias sociais organizadas pelo COMIDI (Conselho Missionário Diocesano), coleta missionária e celebrações pelo Dia Mundial das Missões.

Entretanto, uma pergunta estimula a nossa reflexão para bem vivenciar esse mês de outubro: quais os desafios para se colocar o tema e o lema da Campanha Missionária em prática nestes tempos da pandemia da Covid-19? Mesmo com a retomada de muitas atividades e a flexibilização das normas em muitos locais nas cidades, os cuidados ainda permanecem, na adoção do distanciamento físico, uso de máscaras e do álcool em gel, bem como espaços de reunião bem ventilados.

Pedro e João, testemunhos de Cristo e inspirações para a missão
Para responder essa questão e indicar os caminhos para ações concretas neste Mês Missionário, o membro do COMIDI (Conselho Missionário Diocesano), Douglas Cavalcante, 27 anos, recorre a figura de dois grandes apóstolos da Igreja, ao destacar primeiramente o versículo bíblico “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos (At 4,20)” num momento importante do ministério de Pedro e João. Os dois possuíam missões distintas, porém muito importantes para o nascimento da Igreja primitiva.

“Pedro, o primeiro papa, após o pentecostes (Atos 2)  se torna um homem destemido e cheio do Espírito, que por meio de sua pregação converteu cinco mil pessoas. Enquanto João, o discípulo amado, passa grande parte de sua vida preso, sofrendo até sua morte na ilha de Patmos, escrevendo seu evangelho, cartas joaninas e o livro do apocalipse”, explica o técnico em logística, que atua também na RCC (Renovação Carismática Católica) e na Pastoral dos Cerimoniários, na Paróquia São Judas Tadeu, no Bairro Planalto, na Região São Bernardo – Rudge Ramos.

Segundo Douglas, Pedro e João são grandes referências para os cristãos. Por meio da vivência com Cristo, ambos tiveram uma metanóia (mudança de pensamento) para com aquilo que viviam e fizeram de suas vidas, testemunhos marcantes do Senhor para os outros.

A cultura do encontro e a vocação para a missionariedade
“Eis nossa missão! (olha o tema, Jesus Cristo é Missão!). Durante dois anos de pandemia, estivemos limitados a encontros online e conteúdos digitais, que alimentavam nossas experiências, mas não supriam as nossas vontades e anseios. Hoje, somos chamados a expressar as nossas experiências, testemunhadas nos últimos meses, a todos que encontramos em nossas realidades.” O caminho para transformar essas experiências em ações concretas se dá por meio da cultura do encontro. “Levar o ensinamento de Cristo, a exemplo do envio missionário dos apóstolos. Um encontro de vida e vocação expressados na nossa missionariedade”, aponta Douglas, numa clara alusão às prioridades de Acolhida e Missão do 8º Plano Diocesano de Pastoral.

Permitir que a vontade de Deus seja feita, a exemplo de Santa Teresinha
Membro do COMIPA (Conselho Missionário Paroquial), da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, de São Caetano do Sul,  Roselis Maria Novak Maia, 68 anos, acredita que colocar em prática o lema “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos (At 4,20)” retrata um cenário bem desafiador numa sociedade marcada muitas vezes pelo individualismo em detrimento da coletividade.  “Sim, é verdade. Mas como evangelizar diante da indiferença, do comodismo, da paralisia e do medo? Como não cair nessas tentações? Como  levar adiante a missão?, questiona Roselis, que também é catequista e atua nas Oficinas de Oração e Vida.

E qual seria para reverter esse quadro, a partir de nossas ações como cristão missionário e acolhedor? “Dobrando os joelhos, isto é, dobrando a nossa vontade e permitindo que a vontade de Deus seja feita, a exemplo de Santa Teresinha, padroeira das missões”, aponta. Agora, irmãos missionários, é tempo de sair aos quatro cantos do  mundo, levando cálices de esperança e copos de felicidade. Levando Jesus Cristo, presente no meio de nós, a Nossa Missão, como a esperança de vida e luz, principalmente, para os pobres e injustiçados na sociedade!

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