O mês de novembro inicia com o convite para rezar pelos fiéis defuntos no dia de finados. Em seguida, para celebrar todos os santos. Estas duas celebrações nos colocam na perspectiva do mistério pascal: morte e ressurreição. O mês vai terminar com a celebração de Cristo Rei.
A solenidade de Cristo Rei do Universo nos aponta para o final da história quando através de Cristo e por Ele, Deus será tudo em todos. O que seria rei no Evangelho? O contraste entre o que foi Jesus como o retrata o Evangelho, e o que foi o rei Herodes, como também o retrata o Evangelho, é imenso. Um rei nada tem a ver com outro.
Herodes é o tipo dos reis deste mundo que dominam pela força, exercem o poder com intimidações, tem exércitos, são escravos da riqueza de poucos, administrando a pobreza de muitos. Estes são os reis deste mundo. Jesus disse que é rei, porém, seu reino não é deste mundo (Jo 18,35ss). Como assim?
Jesus é rei de verdade, mas não ao estilo dos reis e reinos deste mundo. Para entender o reinado de Jesus temos de partir do mistério da cruz. Seu reinado é exercido de dentro para fora. A partir do coração de cada pessoa, que se encontra com ele, e se deixa fascinar por sua palavra e por suas promessas. Discípulos missionários, são os cidadão deste reino que não terá fim, porque se baseia no amor (ágape).
Jesus não é um rei distante e glorioso, inacessível para as pessoas. Ele é próximo de todos que o procuram. Ele é rei pelo seu amor solidário e misericordioso: “Eu vim para servir”(Lc 22,27).
Jesus é rei pela sua cruz, ou seja, pela sua doação da vida e pela graça transformadora que brota de sua cruz libertadora. Dando a vida ele morreu matando a morte. Nos ensinou que é morrendo por amor, que se vive por toda a eternidade.
O rei Jesus é um rei que está próximo, nos dá coragem e apoio. Ele nos convida a sermos assim como ele: um povo de reis: fraternos e solidários.
Jesus nosso Rei nos abençoe a todos!
* Dom Pedro Carlos Cipollini, Bispo de Santo André para o Jornal A Boa Notícia