A Paixão do Senhor, realizada em 29 de março, foi celebrada por Dom Pedro Carlos Cipollini, bispo diocesano, na Paróquia Santa Cruz, situada em Santo André, na parte da tarde.
Neste dia especial, a liturgia dividiu-se em três momentos principais: leitura da Paixão de Cristo, preces universais, veneração da Cruz e comunhão. Diferentemente dos outros dias, a Celebração da Eucaristia não ocorre, direcionando o foco para o profundo mistério da Cruz. Esta não é vista apenas como um instrumento de morte, mas como um símbolo de salvação, especialmente reverenciada na Sexta-feira Santa, simbolizando a vitória.
Refletindo sobre a Paixão e Morte de Cristo, a paróquia contou com a presença dos membros da comunidade, além do Padre Fabiano Felício da Silva, administrador paroquial, e do Padre Camilo Gonçalves, secretário do episcopado.
Durante sua homilia, Dom Pedro abordou profundamente o significado da Paixão de Cristo, esclarecendo que “a celebração não é uma missa, é uma memória do sofrimento e da morte de Jesus.” Ele provocou reflexão sobre a necessidade da morte de Jesus, enfatizando a manifestação do amor divino através do sacrifício:
“Jesus morre por amor, e vem mostrar para nós o amor de Deus… esse amor que se traduz em dar a vida, servir, fazer o bem.”
O bispo destacou a decisão de Jesus de não usar seu poder contra seus opositores, preferindo uma resposta de amor diante da adversidade:
“Jesus poderia ter agido de forma violenta, com o poder que possuía, mas optou por demonstrar o amor. Assim, Ele ama, sofre, e através desse sofrimento nos redime, respondendo sempre com amor, pois é o amor de Deus que nos salva.”
Este ato, conforme explicado pelo bispo, representa a última expressão desse amor misericordioso salvador, desafiando os fiéis a reconhecerem a vitória do amor sobre as forças violentas evidenciadas na morte de Cristo.
Incentivando a seguir o exemplo de Cristo, ressaltou a importância da ressurreição e da continuidade da missão de Jesus:
“Se a semente não cai na terra e não morre, ela não germina, não frutifica. Da mesma forma, Jesus, diante da maldade humana, não destrói o ser humano; Ele ama, sofre, é a semente que morre, mas renasce e frutifica em redenção, para a transformação deste mundo.”
Ele concluiu sua mensagem reforçando que o Reino de Deus se distingue deste mundo pecaminoso, crescendo e resistindo ao domínio do pecado:
“Quando Jesus disse: ‘Meu Reino não é deste mundo’, Ele quis dizer que seu reino não pertence ao mundo do pecado. Esse mundo do pecado está condenado, vai se acabando, mas o Reino de Cristo vai crescendo. Nós seremos como a semente que cresce sem fazer barulho.”
Depois da homilia, realizou-se a oração universal, intercedendo desde a Igreja até aqueles que enfrentam adversidades. Na entrada da igreja, o Padre Fabiano, portando a Santa Cruz, descobriu a cruz em três momentos distintos, proclamando: “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo”. Ao chegar no presbitério altar, o bispo aproximou-se, ajoelhando-se em reverência diante da Cruz.
Foi então feito um convite aos fiéis para a adoração da Cruz, seguido pela comunhão. Concluindo, o bispo retirou-se em silêncio, e o altar foi despojado, marcando o término deste momento significativo para a nossa Igreja Particular.