O Movimento da Cultura da Divina Misericórdia (MCM), pertencente à Diocese de Santo André, organizou um tríduo em preparação na Catedral Nossa Senhora do Carmo, para a celebração da Festa da Divina Misericórdia, que ocorre sempre no segundo Domingo de Páscoa. A instituição desta data especial foi feita por São João Paulo II, através de um decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, em 23 de maio de 2000, denominando-o oficialmente como “Segundo Domingo da Páscoa, ou da Divina Misericórdia”.
A importância desta celebração foi enfatizada por São João Paulo II durante a canonização de Santa Faustina Kowalska, a apóstola da Divina Misericórdia, no dia 30 de abril de 2000. Ele proclamou que o Segundo Domingo de Páscoa seria conhecido mundialmente como o Domingo da Divina Misericórdia, estabelecendo um convite constante para encarar as adversidades humanas com fé na misericórdia de Deus.
A missa do domingo, 7 de abril, foi presidida por Dom Pedro Carlos Cipollini, bispo diocesano, na catedral diocesana, foi concelebrada pelo Padre Joel Nery, vigário geral e pároco da catedral, e Padre Fernando Valadares, assessor eclesiástico do MCM.
Em sua homilia, Dom Pedro concentrou-se na essência da fé durante a celebração da Páscoa, reiterando as palavras de Jesus sobre a importância da fé, que transcende o simples ato de decorar dogmas, configurando-se como um verdadeiro modo de vida:
“O que Jesus pede de nós? A fé. Em sua pregação, na Terra, a única coisa que Jesus solicita é a fé. Quem crê em Jesus será salvo. E crer em Jesus é imperativo… É levar a sério a pessoa de Jesus… Isso é fé. Portanto, a fé é um modo de vida que, ao acreditarmos em Jesus, nos faz viver o amor, pois a fé atua por meio da caridade.”
Ele abordou a relação entre fé e medo, refletindo sobre como o medo pode impedir os fiéis de viver plenamente sua fé:
“O oposto da fé é o medo… Por isso, Jesus sempre diz: ‘Não tenhais medo’.”
Essas palavras reforçam a ideia de que a verdadeira fé requer abertura e confiança em Deus, além da coragem para engajar-se ativamente na comunidade e na missão cristã. Além disso, a necessidade de uma vida comunitária foi um ponto central em sua mensagem e criticou a percepção moderna de fé sem compromisso comunitário, afirmando:
“É necessário percebermos e nos convencermos de que não existe cristão ‘freelance’. É preciso viver em comunhão, em comunidade, pois “Onde dois ou mais estão reunidos em Meu Nome. Eu estou entre eles.”.”
Por fim, falou sobre a Misericórdia de Deus, considerando-a essencial para superar o mal e promover a reconciliação:
“Como Jesus, nesse evangelho maravilhoso, concedeu o perdão aos apóstolos que o abandonaram na hora de sua prisão e morte na cruz, e ainda disse: ‘Vocês, perdoados, levem o perdão. Vocês que receberam a misericórdia, propaguem a misericórdia’. A misericórdia de Deus é um bálsamo poderoso que nos cura e nos capacita a curar os outros. Que esta Eucaristia que estamos celebrando reaviva em nós essa sabedoria da Palavra de Deus, que meditamos, e que o Espírito Santo habite em nossos corações, tornando-nos missionários da misericórdia divina.”
A celebração concluiu com um momento especial no qual os membros do MCM foram convidados para renovar sua consagração a Jesus Misericordioso, reafirmando seu papel como apóstolos da Divina Misericórdia, em um ato de fé e comprometimento com a missão de espalhar a misericórdia de Deus pelo mundo.